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Atentado do Estado Islâmico deixa mais de 40 mortos na Líbia

Em comunicado, grupo anunciou "ter vingado o sangue dos muçulmanos em Derna", reduto de islamitas radicais que foi alvo esta semana de ataques aéreos egípcios


	Estado Islâmico: facção líbia do grupo reivindicou atentado realizado, segundo ela, por dois suicidas
 (Stringer/Reuters)

Estado Islâmico: facção líbia do grupo reivindicou atentado realizado, segundo ela, por dois suicidas (Stringer/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 18h27.

Ao menos 40 pessoas morreram e outras 40 ficaram feridas nesta sexta-feira em um triplo atentado na cidade líbia de Al Qoba, 30 km de Derna (leste), reduto de jihadistas.

A facção líbia do grupo Estado Islâmico reivindicou o atentado realizado, segundo ela, por dois suicidas.

Em um breve comunicado, o grupo anunciou "ter vingado o sangue dos muçulmanos em Derna", reduto de islamitas radicais que foi alvo esta semana de ataques aéreos egípcios.

Um balanço anterior dava conta de 31 mortos e 40 feridos nos três atentados simultâneos contra uma delegacia local, um posto de gasolina e a casa do presidente do Parlamento líbio, Aguila Salah Issa.

A cidade de Al Qoba é controlada pelas forças leais ao general Khalifa Haftar e ao Parlamento reconhecido pela comunidade internacional.

A fonte da segurança não foi capaz de precisar de imediato se os ataques foram atentados suicidas ou com carros-bomba.

Vários socorristas indicaram que a maioria das vítimas estava no posto de gasolina, onde dezenas de veículos faziam fila devido à falta de combustível na cidade.

Eles acrescentaram que o presidente do Parlamento, com sede em Tobruk, mais a leste, não estava em casa no momento do ataque.

A Líbia está mergulhada no caos desde a queda, em 2011, de Muammar Kadhafi, enquanto as novas autoridades líbias não conseguem controlar as dezenas de milícias formadas por antigos rebeldes, que impõem sua lei diante de um exército e de uma polícia debilitados.

Estes novos ataques em território líbio dão testemunho da progressão dos jihadistas no país, num momento em que a comunidade internacional analisa meios de ajudar as forças locais.

Aproveitando-se do caos, o EI encontrou na Líbia terreno fértil para suas ações: em algumas semanas realizou uma série de ataques e abusos, incluindo a decapitação de 21 cristão e um atentado contra um hotel na capital.

A execução dos cristãos coptas levou o Egito a realizar ataques aéreos contra posições dos extremistas. Esta ação foi coordenada com as forças do general Khalifa Haftar.

Em seu comunicado, o EI afirma ter visado nesta sexta-feira uma "célula operacional" do general Haftar, cujas forças controlam Al Qoba, e que lançou em maio de 2014 uma ofensiva contra os "grupos terroristas" no leste do país.

Desde então, suas forças travam uma verdadeira guerra contra os grupos islamitas e jihadistas na região, e disputam o poder com o governo paralelo formado pela milícia "Fajr Libya", que tomou o controle de Trípoli no último verão.

Desde a queda, em outubro de 2011, do regime de Kadhafi, após oito meses de revolta popular, os atentados se multiplicaram na Líbia, mas quase nunca eram reivindicados.

Estes ataques visavam particularmente instalações militares ou policiais, mas raramente a população civil, como é o caso de Al Qoba.

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