Síria: No início deste mês a ONU pediu uma pausa humanitária de pelo menos 30 dias no conflito para poder atender a centenas de milhares de sírios em áreas cercadas ou de difícil acesso e para evacuar doentes e feridos (Louai Beshara/AFP)
EFE
Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 17h45.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2018 às 18h49.
Beirute - Pelo menos 77 civis morreram e outros 250 ficaram feridos nesta segunda-feira em ataques aéreos e de artilharia contra várias áreas da região de Ghouta Oriental, o principal reduto opositor dos arredores de Damasco.
Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, essas pessoas morreram em decorrência de bombardeios de aviões e helicópteros de origem desconhecida, assim como pelos disparos de artilharia por parte das tropas leais ao presidente sírio, Bashar al Assad.
O maior número de mortos foi registrado na cidade de Hamuriya, onde pelo menos 20 pessoas morreram em decorrência de bombardeios de aviões não identificados, indicou o Observatório.
As demais vítimas morreram em ataques aéreos e de artilharia nas cidades de Saqba, Mesraba, Kafr Batna, Beit Saua, Haza, Otaya, Yisrín e Zamalka.
Do interior de Hamuriya, um porta-voz do opositor Conselho Local desta população, que se identificou como Ismail, disse à Agência Efe pela internet que "há uma campanha histérica de ataques de artilharia e de aviões e helicópteros contra bairros residenciais".
Ismail, que descreveu o ocorrido hoje em Hamuriya como "um massacre", confirmou que os ataques ocasionaram a morte de 20 civis, entre eles menores e mulheres.
"Os bombardeios são contra civis, não houve nenhum contra as frentes de batalha", lamentou.
A Defesa Civil Síria, que efetua trabalhos de resgate em áreas fora do controle do governo, também confirmou no Twitter a morte de 20 civis nos bombardeios em Hamuriya.
Os também chamados "capacetes brancos" publicaram um vídeo gravado minutos depois do ataque no qual se via civis perambulando desorientados pela rua e consideráveis destroços em edifícios.
Nas últimas semanas, centenas de pessoas morreram devido ao aumento dos ataques contra Ghouta Oriental, onde a ONU calcula que cerca de 400.000 pessoas estão presas pelo cerco governamental.
No início deste mês a ONU pediu uma pausa humanitária de pelo menos 30 dias no conflito para poder atender a centenas de milhares de sírios em áreas cercadas ou de difícil acesso e para evacuar doentes e feridos.
No último dia 14 de fevereiro entrou o primeiro comboio humanitário em Ghouta Oriental desde o final de outubro.