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Assad contra-ataca em Damasco

As tropas do presidente sírio reconquistaram nesta sexta-feira os bairros de Damasco para quebrar a ofensiva rebelde que liquidou a cúpula militar

O presidente sírio Bashar al-Assad: tropas reconquistaram bairros de Damasco para quebrar ofensiva rebelde (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2012 às 09h11.

Damasco - As tropas do presidente da Síria Bashar al-Assad reconquistaram nesta sexta-feira os bairros de Damasco, buscando quebrar a ofensiva rebelde que nos últimos dias liquidou a cúpula militar, levou os combates até a capital e se apoderou de postos fronteiriços com Iraque e Turquia.

Os combates ocorriam após o dia mais sangrento desde a explosão da rebelião, há mais de 16 meses, com mais de 300 mortos em todo o país, segundo um balanço do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede em Londres. Na lista figuram 139 civis, 98 soldados e 65 insurgentes.

A televisão estatal informou que as tropas sírias, apoiadas por tanques, "limparam" o bairro de Midan, perto do centro da capital, e apreenderam um enorme arsenal após fortes combates com os rebeldes, que no início da semana lançaram a "batalha pela libertação" de Damasco.

O OSDH confirmou a contraofensiva e informou sobre a queda de Khobar (lese), outro bastião insurgente, no leste da capital, onde as forças de Assad realizavam varreduras nas casas.

Os combates provocaram o êxodo de milhares de habitantes da cidade.

Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), até 30.000 sírios fugiram apenas para o Líbano nas últimas 48 horas.

O Exército Sírio Livre (ESL), formado principalmente por militares desertores, se apoderou na quinta-feira de todas as passagens fronteiriças com o Iraque (segundo as autoridades deste país) e de um posto fronteiriço com a Turquia, o de Bab al-Hawa, após violentos combates, de acordo com um fotógrafo da AFP.


Cerca de 150 combatentes fortemente armados controlam agora esta passagem, situada em frente ao posto turco de Cilvegözü, na província de Hatay, onde estão instalados muitos campos de refugiados sírios.

Um funcionário dos serviços sírios assegurou na quinta-feira à AFP que o exército havia demonstrado "moderação em suas operações", mas, desde o atentado a bomba de quarta-feira contra o edifício da Segurança Nacional, estava decidido a "empregar todas as armas em sua posse para terminar com os terroristas".

Sexta-feira sob tensão: funerais oficiais e Ramadã rebelde

Neste atentado morreram o ministro da Defesa, Daoud Rajha, seu vice-ministro e cunhado de Assad, Assef Shawkat, e o chefe da célula de crise criada para sufocar a revolta, Hassan Turkmeni. E nesta sexta-feira foi informado o falecimento do chefe da Segurança Nacional, Hisham Ikhtiyar, que havia ficado gravemente ferido no incidente.

Os funerais dos três primeiros estão previstos para esta sexta-feira, enquanto os rebeldes convocaram um "Ramadã da vitória", com protestos em todo o país após a oração semanal nas mesquitas.

O regime, dominado pelos alauitas, decretou que o Ramadã (mês sagrado de jejum diurno dos muçulmanos) começará no sábado, mas a oposição, majoritariamente sunita, decidiu iniciá-lo nesta sexta-feira, a exemplo da Arábia Saudita.


Na batalha diplomática, a Síria voltou a evitar as sanções do Conselho de segurança da ONU, graças à Rússia e à China, que pela terceira vez vetaram estas medidas propostas pelas potências ocidentais.

A Rússia também se declarou a favor de prolongar por 45 dias e de forma incondicional a missão de observadores da ONU na Síria. Este projeto de resolução se opõe ao apresentado pela Grã-Bretanha, partidária de uma prolongação de 30 dias tendo como condição que Damasco retire suas armas pesadas das cidades.

Segundo o OSDH, cerca de 17.000 sírios morreram nos confrontos ou devido à repressão dos protestos desde o início da revolta contra Assad, em março de 2011.

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Damasco - As tropas do presidente da Síria Bashar al-Assad reconquistaram nesta sexta-feira os bairros de Damasco, buscando quebrar a ofensiva rebelde que nos últimos dias liquidou a cúpula militar, levou os combates até a capital e se apoderou de postos fronteiriços com Iraque e Turquia.

Os combates ocorriam após o dia mais sangrento desde a explosão da rebelião, há mais de 16 meses, com mais de 300 mortos em todo o país, segundo um balanço do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede em Londres. Na lista figuram 139 civis, 98 soldados e 65 insurgentes.

A televisão estatal informou que as tropas sírias, apoiadas por tanques, "limparam" o bairro de Midan, perto do centro da capital, e apreenderam um enorme arsenal após fortes combates com os rebeldes, que no início da semana lançaram a "batalha pela libertação" de Damasco.

O OSDH confirmou a contraofensiva e informou sobre a queda de Khobar (lese), outro bastião insurgente, no leste da capital, onde as forças de Assad realizavam varreduras nas casas.

Os combates provocaram o êxodo de milhares de habitantes da cidade.

Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), até 30.000 sírios fugiram apenas para o Líbano nas últimas 48 horas.

O Exército Sírio Livre (ESL), formado principalmente por militares desertores, se apoderou na quinta-feira de todas as passagens fronteiriças com o Iraque (segundo as autoridades deste país) e de um posto fronteiriço com a Turquia, o de Bab al-Hawa, após violentos combates, de acordo com um fotógrafo da AFP.


Cerca de 150 combatentes fortemente armados controlam agora esta passagem, situada em frente ao posto turco de Cilvegözü, na província de Hatay, onde estão instalados muitos campos de refugiados sírios.

Um funcionário dos serviços sírios assegurou na quinta-feira à AFP que o exército havia demonstrado "moderação em suas operações", mas, desde o atentado a bomba de quarta-feira contra o edifício da Segurança Nacional, estava decidido a "empregar todas as armas em sua posse para terminar com os terroristas".

Sexta-feira sob tensão: funerais oficiais e Ramadã rebelde

Neste atentado morreram o ministro da Defesa, Daoud Rajha, seu vice-ministro e cunhado de Assad, Assef Shawkat, e o chefe da célula de crise criada para sufocar a revolta, Hassan Turkmeni. E nesta sexta-feira foi informado o falecimento do chefe da Segurança Nacional, Hisham Ikhtiyar, que havia ficado gravemente ferido no incidente.

Os funerais dos três primeiros estão previstos para esta sexta-feira, enquanto os rebeldes convocaram um "Ramadã da vitória", com protestos em todo o país após a oração semanal nas mesquitas.

O regime, dominado pelos alauitas, decretou que o Ramadã (mês sagrado de jejum diurno dos muçulmanos) começará no sábado, mas a oposição, majoritariamente sunita, decidiu iniciá-lo nesta sexta-feira, a exemplo da Arábia Saudita.


Na batalha diplomática, a Síria voltou a evitar as sanções do Conselho de segurança da ONU, graças à Rússia e à China, que pela terceira vez vetaram estas medidas propostas pelas potências ocidentais.

A Rússia também se declarou a favor de prolongar por 45 dias e de forma incondicional a missão de observadores da ONU na Síria. Este projeto de resolução se opõe ao apresentado pela Grã-Bretanha, partidária de uma prolongação de 30 dias tendo como condição que Damasco retire suas armas pesadas das cidades.

Segundo o OSDH, cerca de 17.000 sírios morreram nos confrontos ou devido à repressão dos protestos desde o início da revolta contra Assad, em março de 2011.

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