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Argentina continuará a integrar Grupo de Lima durante governo de Fernández

Novo ministro das Relações Exteriores afirmou que o país permanece no grupo como forma de demonstrar a insatisfação com o governo da Venezuela

Alberto Fernández: Argentina continua no Grupo de Lima, criado por países que reconhecem Juan Guaidó como presidente venezuelano e não Nicolás Maduro (Matias Baglietto/Reuters)
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EFE

Publicado em 13 de dezembro de 2019 às 20h20.

Buenos Aires - A Argentina continuará a fazer parte do Grupo de Lima durante o governo do peronista Alberto Fernández , de modo a expressar a posição do país sobre a crise na Venezuela , afirmou nesta sexta-feira o novo ministro das Relações Exteriores argentino, Felipe Solá.

"Não estamos satisfeitos, de forma alguma, com a situação na Venezuela e com o governo de Maduro, nem com a atitude da oposição em muitos casos", disse o chanceler em entrevista à rádio "Metro".

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Durante a campanha para as eleições de outubro passado, que acabou vencendo, Fernández questionou o Grupo Lima - aliança de países que não reconhece Nicolás Maduro e apoia o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino - e elogiou a postura de não intervenção adotada por países como Uruguai e México, que apoiam o diálogo para solucionar a crise venezuelana.

O governo argentino anterior fazia parte desse grupo, e o ex-presidente Mauricio Macri foi um dos mais críticos em relação ao regime chavista, que, por sua vez, manteve uma relação muito boa com os governos de Cristina Kirchner, agora vice-presidente.

Solá destacou que se for mantido o "método de repúdio, bloqueios, embargos e sanções" contra a Venezuela, o que se faz é prejudicar "um povo que está em uma situação absolutamente dramática".

"Se continuarmos a usar os mesmos métodos, o que o governo de Maduro vai fazer é se fechar mais, pois também está preparado e disposto a lutar se for invadido. E falar sobre essas coisas é absurdo, falar sobre violência", acrescentou.

Fernández, que assumiu a presidência na terça-feira passada, admitiu ver um "viés autoritário" na Venezuela, mas disse reconhecer Maduro como presidente, embora não tenha convidado o governante venezuelano para a cerimônia de posse. O ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez, representou o país no ato.

Polêmica com Estados Unidos

Na entrevista, Solá revelou que o governo dos EUA pediu a Fernandez, quando ainda não havia sido empossado, uma "importante gestão diante de Nicolás Maduro" que "teve sucesso".

O chanceler se referiu a essa questão ao ser questionado sobre o suposto desconforto do assessor de Donald Trump Mauricio Claver com o novo governo argentino pela presença de Rodríguez na cerimônia de posse.

"O governo dos Estados Unidos havia solicitado ao presidente eleito, proclamado, porque ainda não havia assumido, uma postura importante em relação a Nicolás Maduro. O presidente Fernández fez isso, foi um sucesso e a resposta de um dos membros é ficar ofendido porque um ministro foi encontrado aqui. Francamente, bem, lá está ele", argumentou Solá.

Sem entrar em detalhes, o ministro acrescentou que "o que o governo americano pediu através de um secretário de Estado", sem dizer qual, é que Fernández atuasse como um "gestor de assuntos que o interessam, especialmente questões humanitárias, ou supostamente humanitárias".

Solá lembrou a reunião que Fernández e a equipe das Relações Exteriores tiveram na quarta-feira com o secretário adjunto do Departamento de Estado dos EUA para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Michael Kozak, também parte da delegação que chegou para a posse.

"O que propusemos é que nos respeitemos uns aos outros e tenhamos a melhor relação possível. Eles concordam. Dissemos o que pensamos de cada situação. Propusemos uma relação na qual não haveria surpresas. Se o presidente Fernández for convidado a tomar medidas, não pode haver surpresas porque um ministro está vindo", reiterou.

Maduro não foi convidado

O chanceler confirmou que Maduro não foi convidado para a cerimônia de posse, que contou com outros presidentes latino-americanos.

"Pensamos que, dada a situação internacional, era melhor ter uma certa neutralidade naquele dia. Há seis, sete ou mais países da América Latina com os quais queremos conversar sobre políticas e temos relações, e nos interessa muito recriar um órgão latino-americano que está claramente contra Maduro nesse momento. Portanto, é uma medida estratégica nossa", enfatizou.

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