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Argentina afirma que fundos especulativos querem extorquir

Crítica constava na carta assinada pelo ministro Axel Kicillofdiz e divulgada pela presidente Kirchner no Twitter

Casa Rosada, Buenos Aires: ministro da Economia argentino afirma que fundos especulativos querem apenas extorquir (Getty Images/Reprodução)
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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2014 às 17h39.

Buenos Aires - A Argentina endureceu nesta terça-feira suas críticas contra os fundos especulativos que ganharam a disputa nos tribunais americanos, ao afirmar que "são só extorsores" em uma nota do ministro de Economia divulgada pela presidente Cristina Kirchner .

"Os fundos abutres não são vítimas, são só extorsores", diz a carta assinada pelo ministro Axel Kicillof, divulgada pela presidente Kirchner no Twitter.

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A nota se dirige a Jay Newman, administrador de carteiras no fundo Elliot Management Corporation, em resposta a um artigo publicado segunda-feira no jornal The Financial Times no qual garantiu que "os holdouts (credores da dívida em default) estão abertos ao compromisso" mas que a Argentina teria ignorado as tentativas de diálogo.

O ministro afirmou que "é um paradoxo que um fundo abutre como o Elliot tente limpar sua reputação assumindo a representação dos aposentados e dos credores dos bônus da dívida em moratória".

Kicillof acusou Newman de "tentar retratar a Argentina como um país que não negocia. Isso é completamente falso". O ministro lembrou as duas renegociações da dívida em 2005 e 2010 que chegaram a 92,4% de aceitação entre os credores da dívida suspensa desde 2001.

Na longa carta, o ministro advertiu que os fundos especulativos, que a Argentina chama de "abutres" porque compraram a dívida já em default, "não são os credores de boa fé aos países emergentes. São o que são: abutres judiciais e financeiros".

O ministro reiterou que o país solicitou ao juiz Thomas Griesa, que conduz o caso, "que restabeleça a suspensão da sentença" enquanto o país negocia com os litigantes, ao que se opuseram os fundos.

"Isso mostra sua verdadeira cara: não querem negociar. Desse modo, acreditam que podem obter tudo o que querem ou forçar a Argentina ao default".

"Os fundos abutres nunca quiseram cumprir com os termos aceitados pela imensa maioria dos credores", afirma a carta.

A renegociação proposta pela Argentina, com o pagamento de até 70%, foram de aceitação voluntária.

Kicillof se reuniu na última segunda-feira em Nova York com o mediador judicial designado por Griesa, Daniel Pollack. Outra reunião acontecerá na próxima sexta-feira.

Caso não chegue a um acordo, a Argentina corre o risco de entrar em uma nova moratória quando for esgotado o prazo de carência em 30 de julho para o pagamento bloqueado por Griesa aos credores da dívida reestruturada.

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