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Após susto nas urnas, Netanyahu volta as atenções para o Irã

Atual primeiro-ministro venceu a eleição parlamentar, apesar do inesperado crescimento do bloco de centro-esquerda

Primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acena para seus apoiadores na chegada a sede do partido Likud, em Tel Aviv (Baz Ratner/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2013 às 08h14.

Jerusalém - O primeiro-ministro de Israel , Benjamin Netanyahu, venceu a eleição parlamentar no país, apesar do inesperado crescimento do bloco de centro-esquerda, e reiterou sua promessa de impedir o Irã de obter armas nucleares.

Mas a votação de terça-feira, que também frustrou radicais de inspiração religiosa, pode obrigar Netanyahu a deixar de lado o foco no Irã, já que a classe média laica israelense avisou nas urnas que deseja mais atenção às questões domésticas.

Isso, por sua vez, pode levar Netanyahu a uma relação menos turbulenta com seu principal aliado, o presidente dos EUA, Barack Obama, que também iniciou nesta semana um novo mandato, demonstrando grandes ambições.

Resultados preliminares na quarta-feira mostram que o partido direitista Likud, de Netanyahu, e seus aliados do nacionalista Yisrael Beitenu, vão manter a maior bancada no Knesset (Parlamento), com 31 deputados, num total de 120. Isso, no entanto, representa um encolhimento de 11 deputados em relação à legislatura anterior.

Provavelmente, Netanyahu formará uma maioria parlamentar aliando-se a partidos radicais, favoráveis à ampliação dos assentamentos judaicos nos territórios ocupados - posição que é criticada pela comunidade internacional, e que nos últimos anos inviabilizou o processo de paz com os palestinos.


Netanyahu antecipou em nove meses a realização das eleições porque esperava obter mais legitimidade para confrontar o Irã. Ao sair enfraquecido das urnas, ele pode ter dificuldades para forjar uma aliança que leve a uma maioria estável e substancial no Parlamento.

A apuração na quarta-feira prenuncia uma rigorosa divisão do Knesset entre partidos de direita e centro-esquerda, com 60 deputados para cada lado.

"Estou orgulhoso por ser o primeiro-ministro de vocês, e lhes agradeço por me dar a oportunidade, pela terceira vez, de liderar o Estado de Israel", disse o líder de 63 anos a seguidores no começo da madrugada de quarta-feira, em seu comitê de campanha.

Netanyahu disse que pretende formar a mais ampla coalizão possível, num sinal de que buscará aliados além da sua tradicional base de partidos ultranacionalistas e religiosos. O primeiro a ser procurado poderá ser Yair Lapid, ex-apresentador de TV que levou seu recém-criado partido centrista ao segundo lugar na eleição.

"O primeiro desafio foi e continua sendo impedir o Irã de obter armas nucleares", disse Netanyahu.

O Irã nega ter a intenção de desenvolver armas atômicas, e diz que Israel -supostamente dono do único arsenal nuclear do Oriente Médio- é a maior ameaça à região.

Netanyahu vê o programa nuclear iraniano como uma ameaça à existência de Israel, e gerou preocupação internacional ao sugeriu a possibilidade de uma ação militar para detê-lo.

O processo de paz com os palestinos não tem espaço entre suas prioridades, apesar do desejo dos governos ocidentais de manterem viva a busca por uma solução diplomática.

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Jerusalém - O primeiro-ministro de Israel , Benjamin Netanyahu, venceu a eleição parlamentar no país, apesar do inesperado crescimento do bloco de centro-esquerda, e reiterou sua promessa de impedir o Irã de obter armas nucleares.

Mas a votação de terça-feira, que também frustrou radicais de inspiração religiosa, pode obrigar Netanyahu a deixar de lado o foco no Irã, já que a classe média laica israelense avisou nas urnas que deseja mais atenção às questões domésticas.

Isso, por sua vez, pode levar Netanyahu a uma relação menos turbulenta com seu principal aliado, o presidente dos EUA, Barack Obama, que também iniciou nesta semana um novo mandato, demonstrando grandes ambições.

Resultados preliminares na quarta-feira mostram que o partido direitista Likud, de Netanyahu, e seus aliados do nacionalista Yisrael Beitenu, vão manter a maior bancada no Knesset (Parlamento), com 31 deputados, num total de 120. Isso, no entanto, representa um encolhimento de 11 deputados em relação à legislatura anterior.

Provavelmente, Netanyahu formará uma maioria parlamentar aliando-se a partidos radicais, favoráveis à ampliação dos assentamentos judaicos nos territórios ocupados - posição que é criticada pela comunidade internacional, e que nos últimos anos inviabilizou o processo de paz com os palestinos.


Netanyahu antecipou em nove meses a realização das eleições porque esperava obter mais legitimidade para confrontar o Irã. Ao sair enfraquecido das urnas, ele pode ter dificuldades para forjar uma aliança que leve a uma maioria estável e substancial no Parlamento.

A apuração na quarta-feira prenuncia uma rigorosa divisão do Knesset entre partidos de direita e centro-esquerda, com 60 deputados para cada lado.

"Estou orgulhoso por ser o primeiro-ministro de vocês, e lhes agradeço por me dar a oportunidade, pela terceira vez, de liderar o Estado de Israel", disse o líder de 63 anos a seguidores no começo da madrugada de quarta-feira, em seu comitê de campanha.

Netanyahu disse que pretende formar a mais ampla coalizão possível, num sinal de que buscará aliados além da sua tradicional base de partidos ultranacionalistas e religiosos. O primeiro a ser procurado poderá ser Yair Lapid, ex-apresentador de TV que levou seu recém-criado partido centrista ao segundo lugar na eleição.

"O primeiro desafio foi e continua sendo impedir o Irã de obter armas nucleares", disse Netanyahu.

O Irã nega ter a intenção de desenvolver armas atômicas, e diz que Israel -supostamente dono do único arsenal nuclear do Oriente Médio- é a maior ameaça à região.

Netanyahu vê o programa nuclear iraniano como uma ameaça à existência de Israel, e gerou preocupação internacional ao sugeriu a possibilidade de uma ação militar para detê-lo.

O processo de paz com os palestinos não tem espaço entre suas prioridades, apesar do desejo dos governos ocidentais de manterem viva a busca por uma solução diplomática.

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