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Após protestos e envolvido em escândalo, governador de Porto Rico renuncia

Renúncia ocorre após duas semanas de protestos pelo vazamento de comentários ofensivos do político sobre mulheres, homossexuais e vítimas do furacão Maria

Ricardo Rosselló: governador de Porto Rico anunciou sua renúncia na noite desta quarta-feira (Marco Bello/Reuters)
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AFP

Publicado em 25 de julho de 2019 às 06h18.

O governador de Porto Rico, Ricardo Rosselló, anunciou sua renúncia na noite desta quarta-feira, após duas semanas de protestos pelo vazamento de comentários ofensivos do político sobre mulheres , homossexuais e vítimas do furacão Maria.

"Após escutar as críticas e falar com minha família (...) tomei a seguinte decisão com desprendimento: hoje lhes anuncio que estarei renunciando ao cargo de governador na sexta-feira, dia 2 de agosto, às cinco da tarde", disse Rosselló em vídeo divulgado no Facebook.

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Logo após a divulgação do vídeo, ocorreu uma gritaria entre a multidão que desde a tarde protestava diante da La Fortaleza, a casa de governo em San Juan.

"Acredito que Porto Rico continuará unido e caminhando em frente como sempre fez", declarou o governador. "Espero que esta decisão sirva como um apelo à reconciliação cidadã".

Rosselló informou que será substituído temporariamente pela secretária de Justiça, Wanda Vázquez.

"Assumirei a missão histórica que nos impõe a Constituição do Estado Livre Associado de Porto Rico e as leis aplicáveis", disse Vázquez em um comunicado divulgado pelo jornal El Nuevo Día.

Os porto-riquenhos aguardavam esta notícia durante toda o dia, em meio aos rumores sobre a iminente renúncia e enquanto um comitê de juristas recomendava a abertura de um processo de impeachment.

O presidente da Câmara de Representantes, Johnny Méndez, havia convocado uma sessão legislativa extraordinária para esta quinta-feira visando iniciar o processo de destituição.

O governador de 40 anos enfrentava uma crise política devido ao chamado "chatgate", vazamento de uma conversa na plataforma de mensagens Telegram, há duas semanas, na qual ele e os outros 11 homens compartilharam comentários considerados ofensivos contra jornalistas, homossexuais e mulheres.

Em um deles, um colaborador de Rosselló se referiu jocosamente às vítimas do furacão María, que deixou quase três mil mortos neste território americano no Caribe.

Além disso, em 10 de julho, o Ministério Público pediu a prisão de seis funcionários acusados de desviar mais de US$ 15 milhões em fundos federais para recuperação após o pior furacão em um século.

Os protestos contaram com a participação de músicos porto-riquenhos, como Ricky Martin, René Pérez, Bad Bunny e Daddy Yankee.

Ricky Martin foi uma das pessoas ridicularizadas nas conversar do chat por sua orientação sexual, que ele tornou pública em 2010.

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