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Após isolar Gbagbo, Ouattara quer recuperar Costa do Marfim

Forças do novo presidente bloquearam ex-líder na residência presidencial em Abidjan

Um comandante da força militar da França na Costa do Marfim disse nesta sexta que suas tropas irão realizar patrulhas mistas com as forças leais a Ouattara (Pascal Le Segretain/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2011 às 11h01.

Abidjan - O presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, tentou se afirmar no poder após semanas de combates que resultaram no isolamento de seu rival Laurent Gbagbo atrás de um cordão militar em sua residência.

Em um sinal de como será difícil restaurar a segurança, o escritório de direitos humanos das ONU disse nesta sexta-feira ter encontrado mais 100 corpos no oeste marfinense nas últimas 24 horas, que se somam às 800 mortes relatadas por grupos assistenciais na semana passada.

Ouattara disse que sua forças bloquearam Gbagbo na residência presidencial em Abidjan -- uma reviravolta irônica depois que Ouattara passou meses em um hotel sitiado pelas tropas de Gbagbo na esteira da contestada eleição presidencial de novembro.

Em um discurso na noite quinta-feira, Ouattara declarou que buscará restaurar a segurança e os serviços públicos essenciais no país após os intensos combates entre suas forças e os defensores de Gbagbo, e também tentará ressuscitar a indústria do cacau da nação, a maior produtora do fruto no mundo.

Ouattara venceu o pleito de novembro por oito pontos percentuais, de acordo com resultados chancelados pela Organização das Nações Unidas, mas Gbagbo rejeitou o resultado citando fraude e acusou a ONU de interferir nos assuntos internos da Costa do Marfim.

A votação deveria por fim à guerra civil de 2002-3 no país, mas a disputa sobre os resultados a reacendeu, tornando Abidjan -- outrora conhecida como "a Paris do oeste da África" -- mais uma vez uma zona de guerra.

"Nasci aqui, mas estou indo embora e jamais voltarei", disse Imad Zarour, 40 anos, esperando para deixar o país nesta sexta-feira. "Mesmo se houver paz, mesmo se me derem um bilhão de dólares" nunca vou voltar a este país. Eu o odeio."

Um comandante da força militar da França na Costa do Marfim, a Licorne (Unicórnio), disse nesta sexta que suas tropas irão realizar patrulhas mistas com a polícia e as forças leais a Ouattara para restaurar a segurança e reconstruir a infraestrutura.


Ouattara acrescentou que espera ressuscitar o setor cacaueiro, motor da economia do país, paralisado por restrições impostas pela UE desde janeiro.

"Solicitei que as sanções da União Europeia nos portos de Abidjan e San Pedro, e em certas entidades públicas, sejam retiradas", afirmou Ouattara no discurso televisionado por um canal francês.

"Também pedi que o banco central BCEAO reabra suas agências na Costa do Marfim para garantir a retomada das operações em todos os bancos, permitindo o pagamento de salários e dívidas em atraso no menor tempo possível", disse no canal LCI.

Em Bruxelas, a Comissão Europeia disse que espera poder começar a suavizar as sanções em breve. Uma fonte diplomática europeia disse que um acordo é possível até terça-feira.

Esforços diplomáticos e militares para retirar Gbagbo esta semana foram rechaçados, e Ouattara disse que a residência de seu rival foi isolada para proteger a área.

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Abidjan - O presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, tentou se afirmar no poder após semanas de combates que resultaram no isolamento de seu rival Laurent Gbagbo atrás de um cordão militar em sua residência.

Em um sinal de como será difícil restaurar a segurança, o escritório de direitos humanos das ONU disse nesta sexta-feira ter encontrado mais 100 corpos no oeste marfinense nas últimas 24 horas, que se somam às 800 mortes relatadas por grupos assistenciais na semana passada.

Ouattara disse que sua forças bloquearam Gbagbo na residência presidencial em Abidjan -- uma reviravolta irônica depois que Ouattara passou meses em um hotel sitiado pelas tropas de Gbagbo na esteira da contestada eleição presidencial de novembro.

Em um discurso na noite quinta-feira, Ouattara declarou que buscará restaurar a segurança e os serviços públicos essenciais no país após os intensos combates entre suas forças e os defensores de Gbagbo, e também tentará ressuscitar a indústria do cacau da nação, a maior produtora do fruto no mundo.

Ouattara venceu o pleito de novembro por oito pontos percentuais, de acordo com resultados chancelados pela Organização das Nações Unidas, mas Gbagbo rejeitou o resultado citando fraude e acusou a ONU de interferir nos assuntos internos da Costa do Marfim.

A votação deveria por fim à guerra civil de 2002-3 no país, mas a disputa sobre os resultados a reacendeu, tornando Abidjan -- outrora conhecida como "a Paris do oeste da África" -- mais uma vez uma zona de guerra.

"Nasci aqui, mas estou indo embora e jamais voltarei", disse Imad Zarour, 40 anos, esperando para deixar o país nesta sexta-feira. "Mesmo se houver paz, mesmo se me derem um bilhão de dólares" nunca vou voltar a este país. Eu o odeio."

Um comandante da força militar da França na Costa do Marfim, a Licorne (Unicórnio), disse nesta sexta que suas tropas irão realizar patrulhas mistas com a polícia e as forças leais a Ouattara para restaurar a segurança e reconstruir a infraestrutura.


Ouattara acrescentou que espera ressuscitar o setor cacaueiro, motor da economia do país, paralisado por restrições impostas pela UE desde janeiro.

"Solicitei que as sanções da União Europeia nos portos de Abidjan e San Pedro, e em certas entidades públicas, sejam retiradas", afirmou Ouattara no discurso televisionado por um canal francês.

"Também pedi que o banco central BCEAO reabra suas agências na Costa do Marfim para garantir a retomada das operações em todos os bancos, permitindo o pagamento de salários e dívidas em atraso no menor tempo possível", disse no canal LCI.

Em Bruxelas, a Comissão Europeia disse que espera poder começar a suavizar as sanções em breve. Uma fonte diplomática europeia disse que um acordo é possível até terça-feira.

Esforços diplomáticos e militares para retirar Gbagbo esta semana foram rechaçados, e Ouattara disse que a residência de seu rival foi isolada para proteger a área.

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