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Após afago israelense, Obama enfrenta insatisfação palestina

Presidente americano viajou à Cisjordânia ocupada para conversar com líderes palestinos que o acusam de ter colocado de lado o sonho de um Estado

Presidente americano Barack Obama e o presidente palestino Mahmoud Abbas durante a cerimonia de boas-vindas na Cisjordânia, na cidade de Ramallah (Ammar Awad/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 09h23.

Ramallah - Após uma efusiva recepção em Israel, o presidente dos EUA, Barack Obama , viajou nesta quinta-feira à Cisjordânia ocupada para conversar com líderes palestinos que o acusam de ter colocado de lado seu sonho de terem um Estado.

Obama chegou de helicóptero à sede do governo palestino, em Ramallah, onde palestinos desiludidos tinham pouca esperança de que a visita ajude na retomada do processo de paz.

Cerca de 150 manifestantes palestinos se reuniram em Ramallah para protestar contra a visita de Obama. Foram contidos por fileiras de policiais que os impediram de se aproximar da sede de governo, onde o episódio pousou.

Sorridente, Obama foi recebido num tapete vermelho por funcionários palestinos que em sua maioria tinham o semblante fechado -- situação muito diferente dos sorrisos e tapinhas nas costas durante a elaborada cerimônia de boas vindas no aeroporto de Tel Aviv, na quarta-feira.

Obama deixou claro que não traz nenhuma nova iniciativa de paz, mas que viajou a Israel e aos Territórios Palestinos para "ouvir".

Numa lembrança dos riscos sempre presentes na região, militantes palestinos da Faixa de Gaza dispararam dois foguetes contra Sderot, cidade no sul de Israel que Obama visitou como candidato a presidente em 2008. A polícia disse que não houve feridos.

Ninguém assumiu a autoria do ataque, e Obama não irá a Gaza, território controlado pelo grupo islâmico Hamas -- rival do presidente palestino, Mahmoud Abbas, que tem apoio ocidental e condenou o ataque.

Obama se reuniu na quarta-feira com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que no dia seguinte o acompanhou em uma visita ao Museu de Israel, onde o presidente viu os antigos Manuscritos do Mar Morto --salientando o vínculo judaico com a Terra Santa-- e uma exposição altamente tecnológica.

As discussões iniciais dele com Netanyahu pareceram ter girado em torno de prementes problemas regionais, como as ambições nucleares iranianas, a guerra civil na vizinha Síria e a necessidade de superar o ceticismo da opinião pública israelense.

Após repetidos atritos com Netanyahu durante o primeiro mandato de Obama, as relações entre eles parecem bem melhores agora -- o que irrita os palestinos, que atribuem o rompimento do processo de paz, em 2010, à insistência do líder israelense em ampliar assentamentos nos territórios ocupados.

Essa é a primeira visita presidencial de Obama a Israel e à Cisjordânia, e a primeira viagem internacional dele desde o início do seu segundo mandato, em janeiro.

"Vou considerar isto um sucesso se, quando eu for embora na sexta-feira, puder dizer para mim mesmo que tenho um entendimento melhor de quais são as restrições aqui", disse Obama em entrevista coletiva da quarta-feira, ao lado de Netanyahu.

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Ramallah - Após uma efusiva recepção em Israel, o presidente dos EUA, Barack Obama , viajou nesta quinta-feira à Cisjordânia ocupada para conversar com líderes palestinos que o acusam de ter colocado de lado seu sonho de terem um Estado.

Obama chegou de helicóptero à sede do governo palestino, em Ramallah, onde palestinos desiludidos tinham pouca esperança de que a visita ajude na retomada do processo de paz.

Cerca de 150 manifestantes palestinos se reuniram em Ramallah para protestar contra a visita de Obama. Foram contidos por fileiras de policiais que os impediram de se aproximar da sede de governo, onde o episódio pousou.

Sorridente, Obama foi recebido num tapete vermelho por funcionários palestinos que em sua maioria tinham o semblante fechado -- situação muito diferente dos sorrisos e tapinhas nas costas durante a elaborada cerimônia de boas vindas no aeroporto de Tel Aviv, na quarta-feira.

Obama deixou claro que não traz nenhuma nova iniciativa de paz, mas que viajou a Israel e aos Territórios Palestinos para "ouvir".

Numa lembrança dos riscos sempre presentes na região, militantes palestinos da Faixa de Gaza dispararam dois foguetes contra Sderot, cidade no sul de Israel que Obama visitou como candidato a presidente em 2008. A polícia disse que não houve feridos.

Ninguém assumiu a autoria do ataque, e Obama não irá a Gaza, território controlado pelo grupo islâmico Hamas -- rival do presidente palestino, Mahmoud Abbas, que tem apoio ocidental e condenou o ataque.

Obama se reuniu na quarta-feira com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que no dia seguinte o acompanhou em uma visita ao Museu de Israel, onde o presidente viu os antigos Manuscritos do Mar Morto --salientando o vínculo judaico com a Terra Santa-- e uma exposição altamente tecnológica.

As discussões iniciais dele com Netanyahu pareceram ter girado em torno de prementes problemas regionais, como as ambições nucleares iranianas, a guerra civil na vizinha Síria e a necessidade de superar o ceticismo da opinião pública israelense.

Após repetidos atritos com Netanyahu durante o primeiro mandato de Obama, as relações entre eles parecem bem melhores agora -- o que irrita os palestinos, que atribuem o rompimento do processo de paz, em 2010, à insistência do líder israelense em ampliar assentamentos nos territórios ocupados.

Essa é a primeira visita presidencial de Obama a Israel e à Cisjordânia, e a primeira viagem internacional dele desde o início do seu segundo mandato, em janeiro.

"Vou considerar isto um sucesso se, quando eu for embora na sexta-feira, puder dizer para mim mesmo que tenho um entendimento melhor de quais são as restrições aqui", disse Obama em entrevista coletiva da quarta-feira, ao lado de Netanyahu.

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