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Apelos para permitir entrada de ajuda humanitária em Gaza se multiplicam

"O mundo está sendo testemunha de uma catástrofe humanitária que se desenvolve diante dos nossos próprios olhos", disse o secretário-geral da ONU

Uma mulher passa pelos escombros de um edifício em Rafah, sul da Faixa de Gaza (Adel ZAANOUN con Jonah MANDEL en Jerusalén/AFP)
AFP

Agência de notícias

Publicado em 29 de outubro de 2023 às 18h37.

Os apelos para permitir a entrada de ajuda humanitária de emergência na Faixa de Gaza multiplicaram-se neste domingo (29), coincidindo com a intensificação dos bombardeios e das incursões terrestres israelenses, em resposta ao ataque do Hamas há três semanas.

A ajuda humanitária chega a conta-gotas a este pequeno território palestino, onde as Nações Unidas advertiram que a situação é "cada vez mais desesperadora", gerando o esfacelamento da "ordem pública" após o saque de seus centros.

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"Lamento que ao invés de uma pausa humanitária cruelmente necessária (...) Israel tenha intensificado suas operações militares", declarou neste domingo o secretário-geral da ONU, António Guterres.

A situação em Gaza, onde vivem precariamente mais de dois milhões de pessoas em 362 km², é "cada vez mais desesperadora", acrescentou Guterres no Nepal.

"O mundo está sendo testemunha de uma catástrofe humanitária que se desenvolve diante dos nossos próprios olhos", continuou o secretário-geral.

"Mais de dois milhões de pessoas, sem nenhum local seguro para onde ir, estão sendo privadas do essencial para se viver - alimentos, água, abrigo e atenção médica - enquanto são submetidas a um bombardeio incessante", disse.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, e o presidente francês, Emmanuel Macron, insistiram na necessidade de um "apoio humanitário urgente em Gaza", destacou o gabinete do primeiro-ministro.

Ambos concordaram em "trabalhar juntos para fazer chegar alimentos, combustível, água e medicamentos a quem mais necessita, e retirar os cidadãos estrangeiros" do enclave, acrescentou.

A guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas se desencadeou após um ataque dos islamistas contra o território israelense em 7 de outubro, que deixou mais de 1.400 mortos, a maioria civis.

Em resposta, o Exército israelense bombardeia sem cessar a Faixa de Gaza. O ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas desde 2007, assegura que mais de 8.000 palestinos morreram até o momento com os bombardeios.

- "A guerra é sempre uma derrota" -
Na Praça de São Pedro, no Vaticano, o papa Francisco repetiu, diante de 20.000 fiéis, seu apelo para o fim dos combates.

"Que se deixe espaço para garantir a ajuda humanitária e que os reféns sejam liberados imediatamente" da Faixa de Gaza, declarou o pontífice argentino.

"Que ninguém renuncie à possibilidade de parar as armas", acrescentou. "Dizemos cessar-fogo. Parem, a guerra é sempre uma derrota, sempre", insistiu.

No 23º dia do conflito, Israel anunciou o aumento do número de soldados presentes em Gaza, assim como a magnitude de suas operações terrestres no território palestino.

Também, neste domingo, o primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Støre, lamentou a resposta desproporcional do Exército israelense em Gaza e descreveu a situação humanitária como "catastrófica".

"O direito internacional exige que (a reação) deve ser proporcional. Os civis devem ser levados em conta e o direito humanitário é muito claro em relação a isso. Acredito que esse limite foi superado em grande medida", disse à rádio pública NRK.

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