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Antes de encontrar papa, Obama fala contra desigualdade

Disparidade entre ricos e pobres é tema que deve estar na pauta desse primeiro encontro

Barack Obama: presidente disse que "grande autoridade moral" de Francisco dá mais peso aos apelos por uma solução aos crescentes desequilíbrios entre os ganhadores e perdedores da globalização e das mudanças econômicas (Francois Lenoir/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 27 de março de 2014 às 10h15.

Cidade do Vaticano - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , destacou em entrevista publicada na quinta-feira que a disparidade entre ricos e pobres está crescendo no mundo - um tema que deve estar na pauta do seu primeiro encontro com o papa Francisco , do qual ficarão de fora, no entanto, polêmicas morais como aborto e direitos homossexuais.

Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, Obama disse que a "grande autoridade moral" de Francisco dá mais peso aos apelos por uma solução aos crescentes desequilíbrios entre os ganhadores e perdedores da globalização e das mudanças econômicas.

"Nos Estados Unidos, nas últimas décadas, vimos uma crescente disparidade entre a renda dos que estão no topo e a renda da família típica", disse ele. "Mas não é um problema apenas dos Estados Unidos, é um problema dos países mundo afora. E não é apenas uma questão econômica, é uma questão moral." Ao chegar ao Vaticano, Obama e sua delegação passaram diante da Guarda Suíça até chegarem a um salão ricamente decorado com afrescos, e de lá para uma sala onde ele e o papa trocaram um caloroso aperto de mãos.

Desde que foi eleito papa, há um ano, o argentino Francisco em diversas ocasiões criticou o capitalismo desenfreado, os excessos expostos pela crise global e a crescente disparidade entre ricos e pobres, mesmo nos países desenvolvidos.

Obama repetidamente louva o papa por sua compaixão e sua ênfase na ajuda aos pobres, e a reunião com o pontífice pode dar impulso a algumas iniciativas domésticas dele em prol da classe média e dos pobres norte-americanos.

Na entrevista, Obama disse que a globalização e a intensificação do comércio mundial tiraram centenas de milhões de pessoas da pobreza nas últimas décadas. "Mas o papa está certo quando diz que não há pessoas suficientes partilhando desse progresso, e gente demais sendo deixada para trás." O centro de Roma foi bloqueado por causa da visita de Obama, que na quinta-feira se reunirá também com o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, e com o primeiro-ministro Matteo Renzi.

Em 2009, numa reunião com Obama, o antecessor de Francisco, Bento 16, abordou a questão do aborto e obteve do presidente norte-americano uma promessa de se empenhar para reduzir o número de interrupções voluntárias da gestação entre as mulheres norte-americanas.

Francisco não dá sinais de que irá alterar a doutrina da Igreja contra o aborto, mas usa um linguajar mais brando que seu antecessor a respeito de direitos das mulheres e homossexuais, uma posição que também ressoa junto a Obama, que teve o apoio desses dois grupos para chegar à Presidência em 2008 e 2012.

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Cidade do Vaticano - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , destacou em entrevista publicada na quinta-feira que a disparidade entre ricos e pobres está crescendo no mundo - um tema que deve estar na pauta do seu primeiro encontro com o papa Francisco , do qual ficarão de fora, no entanto, polêmicas morais como aborto e direitos homossexuais.

Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, Obama disse que a "grande autoridade moral" de Francisco dá mais peso aos apelos por uma solução aos crescentes desequilíbrios entre os ganhadores e perdedores da globalização e das mudanças econômicas.

"Nos Estados Unidos, nas últimas décadas, vimos uma crescente disparidade entre a renda dos que estão no topo e a renda da família típica", disse ele. "Mas não é um problema apenas dos Estados Unidos, é um problema dos países mundo afora. E não é apenas uma questão econômica, é uma questão moral." Ao chegar ao Vaticano, Obama e sua delegação passaram diante da Guarda Suíça até chegarem a um salão ricamente decorado com afrescos, e de lá para uma sala onde ele e o papa trocaram um caloroso aperto de mãos.

Desde que foi eleito papa, há um ano, o argentino Francisco em diversas ocasiões criticou o capitalismo desenfreado, os excessos expostos pela crise global e a crescente disparidade entre ricos e pobres, mesmo nos países desenvolvidos.

Obama repetidamente louva o papa por sua compaixão e sua ênfase na ajuda aos pobres, e a reunião com o pontífice pode dar impulso a algumas iniciativas domésticas dele em prol da classe média e dos pobres norte-americanos.

Na entrevista, Obama disse que a globalização e a intensificação do comércio mundial tiraram centenas de milhões de pessoas da pobreza nas últimas décadas. "Mas o papa está certo quando diz que não há pessoas suficientes partilhando desse progresso, e gente demais sendo deixada para trás." O centro de Roma foi bloqueado por causa da visita de Obama, que na quinta-feira se reunirá também com o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, e com o primeiro-ministro Matteo Renzi.

Em 2009, numa reunião com Obama, o antecessor de Francisco, Bento 16, abordou a questão do aborto e obteve do presidente norte-americano uma promessa de se empenhar para reduzir o número de interrupções voluntárias da gestação entre as mulheres norte-americanas.

Francisco não dá sinais de que irá alterar a doutrina da Igreja contra o aborto, mas usa um linguajar mais brando que seu antecessor a respeito de direitos das mulheres e homossexuais, uma posição que também ressoa junto a Obama, que teve o apoio desses dois grupos para chegar à Presidência em 2008 e 2012.

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