Exame Logo

Angola celebra 10 anos de paz após guerra civil

O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, no poder há mais de 32 anos, protagonizou o ato principal da comemoração em Luena

Na última década, o país chegou a registrar um crescimento anual de sua economia superior a 20% graças à riqueza petrolífera (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2012 às 15h55.

Luanda - Angola comemorou nesta quarta-feira os dez anos de paz vividos após a guerra civil que devastou o país, uma década que transformou a antiga colônia portuguesa em um dos países com maior crescimento econômico da África por sua riqueza petrolífera.

O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, no poder há mais de 32 anos, protagonizou o ato principal da comemoração em Luena, capital da província de Moxico, onde inaugurou um monumento em honra aos heróis da pátria.

Em Moxico morreu no dia 22 de fevereiro de 2002 o líder do grupo rebelde União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), Jonas Savimbi, durante um combate contra tropas governamentais.

A morte de Savimbi abriu o caminho para os acordos de paz, assinados em Luanda no dia 4 de abril de 2002 entre representantes do governo angolano e da Unita.

A assinatura do acordo pôs fim à guerra civil, que explodiu pouco depois que Angola conquistou sua independência de Portugal em 1975.

O conflito tornou-se, além disso, um teatro de operações da Guerra Fria (1945-1991), pois Estados Unidos e África do Sul apoiaram os rebeldes da Unita, enquanto Cuba e União Soviética respaldaram o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa o país desde a independência.

No chamado Dia da Paz, feriado em todo o país marcado pela realização de shows, festivais e atos patrióticos, Santos descerrou hoje em Luena a placa inaugural do monumento que simboliza os acordos de paz.


O monumento representa uma pomba branca que descansa sobre dois braços e tem a palavra "paz" em sua base.

Em seguida, o presidente de Angola presidiu um comício popular em Luena, que reuniu mais de 100 mil pessoas no qual destacou as conquistas da paz, com ênfase na reconstrução do país.

"A natureza, que nos deu quase tudo, continua sendo generosa conosco e nos dá força para seguir trabalhando para melhorar nossas vidas, aproveitando esse potencial", afirmou Santos.

O ex-combatente José Mussenguite, que vive em Luanda, ressaltou à Agência Efe a grande importância do fim da guerra para o país africano.

"Qualquer coisa pode acontecer, mas a paz foi o bem mais prezado que conseguiram os angolanos, após muitos anos de guerra", disse Mussenguite.

Atualmente, Angola, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), é o segundo maior produtor de petróleo da África, depois da Nigéria.

Na última década, o país chegou a registrar um crescimento anual de sua economia superior a 20% graças à riqueza petrolífera.

No entanto, grande parte da população continua imersa na pobreza, já que o país conta com uma expectativa de vida e um índice de mortalidade infantil dos mais baixos do mundo.

Além disso, a falta de emprego começa a atingir a população, especialmente os jovens, cada vez mais descontentes com o presidente que governa Angola de forma autoritária desde 1979.

As próximas eleições gerais do país estão previstas para o próximo mês de setembro.

Veja também

Luanda - Angola comemorou nesta quarta-feira os dez anos de paz vividos após a guerra civil que devastou o país, uma década que transformou a antiga colônia portuguesa em um dos países com maior crescimento econômico da África por sua riqueza petrolífera.

O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, no poder há mais de 32 anos, protagonizou o ato principal da comemoração em Luena, capital da província de Moxico, onde inaugurou um monumento em honra aos heróis da pátria.

Em Moxico morreu no dia 22 de fevereiro de 2002 o líder do grupo rebelde União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), Jonas Savimbi, durante um combate contra tropas governamentais.

A morte de Savimbi abriu o caminho para os acordos de paz, assinados em Luanda no dia 4 de abril de 2002 entre representantes do governo angolano e da Unita.

A assinatura do acordo pôs fim à guerra civil, que explodiu pouco depois que Angola conquistou sua independência de Portugal em 1975.

O conflito tornou-se, além disso, um teatro de operações da Guerra Fria (1945-1991), pois Estados Unidos e África do Sul apoiaram os rebeldes da Unita, enquanto Cuba e União Soviética respaldaram o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa o país desde a independência.

No chamado Dia da Paz, feriado em todo o país marcado pela realização de shows, festivais e atos patrióticos, Santos descerrou hoje em Luena a placa inaugural do monumento que simboliza os acordos de paz.


O monumento representa uma pomba branca que descansa sobre dois braços e tem a palavra "paz" em sua base.

Em seguida, o presidente de Angola presidiu um comício popular em Luena, que reuniu mais de 100 mil pessoas no qual destacou as conquistas da paz, com ênfase na reconstrução do país.

"A natureza, que nos deu quase tudo, continua sendo generosa conosco e nos dá força para seguir trabalhando para melhorar nossas vidas, aproveitando esse potencial", afirmou Santos.

O ex-combatente José Mussenguite, que vive em Luanda, ressaltou à Agência Efe a grande importância do fim da guerra para o país africano.

"Qualquer coisa pode acontecer, mas a paz foi o bem mais prezado que conseguiram os angolanos, após muitos anos de guerra", disse Mussenguite.

Atualmente, Angola, membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), é o segundo maior produtor de petróleo da África, depois da Nigéria.

Na última década, o país chegou a registrar um crescimento anual de sua economia superior a 20% graças à riqueza petrolífera.

No entanto, grande parte da população continua imersa na pobreza, já que o país conta com uma expectativa de vida e um índice de mortalidade infantil dos mais baixos do mundo.

Além disso, a falta de emprego começa a atingir a população, especialmente os jovens, cada vez mais descontentes com o presidente que governa Angola de forma autoritária desde 1979.

As próximas eleições gerais do país estão previstas para o próximo mês de setembro.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaEnergiaGuerrasPetróleo

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame