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Alemanha lembra ataque contra judeus na Noite dos Cristais

O pogrom, que terminou com 90 pessoas mortas entre população judaica alemã, foi apresentado como revolta espontânea em resposta ao assassinato de Ernst vom Rath

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2013 às 18h41.

Berlim - A Alemanha recordará no sábado e no domingo a chamada "Noite dos cristais" contra os judeus durante o Terceiro Reich, momento que mostrou ao mundo, há 75 anos, a violência antissemita do regime nazista.

Na madrugada de 9 para 10 de novembro de 1938, e durante todo o dia que se seguiu, propriedades de judeus foram saqueadas em todo o país, sinagogas foram queimadas e 30.000 homens presos e deportados.

Este pogrom, que terminou com 90 pessoas mortas entre a população judaica alemã, foi apresentado como uma revolta espontânea em resposta ao assassinato de Ernst vom Rath, secretário da embaixada alemã em Paris, por Herschel Grynszpan, um estudante de 17 anos que queria vingar a expulsão de sua família da Alemanha, junto aos cerca de 15.000 outros judeus poloneses.

Mas os tumultos foram, de fato, organizados pelo regime de Hitler.

Um livro, recentemente publicado pelo jornalista investigativo Armin Fuhrer, avança a teoria de que os tiros contra vom Rath, no ombro e no estômago, não seriam fatais, mas que os dirigentes nazistas decidiram fazer do diplomata um mártir. "Tenho 90% de certeza que Grynszpan não matou Vom Rath. Hitler o deixou morrer", declarou à AFP Armin Fuhrer, autor do livro "Herschel".

"Hitler mandou o seu médico pessoal, Karl Brandt, para Paris (...) para deixar vom Rath morrer", e o regime ainda teria inventado uma patologia gástrica do diplomata para manter intacta a relação de causalidade entre os tiros disparados por Grynszpan e morte de Vom Rath, acrescentou.

Fuhrer explica que se baseou em documentos recentemente disponibilizados para os pesquisadores, ao passo que os estudos históricos anteriores sobre o assunto foram baseadas em grande parte em fontes próximas ao regime nazista.

Vários eventos vão marcar o aniversário deste acontecimento na Alemanha e na Áustria. Em uma mensagem de vídeo semanal postada no sábado, a chanceler Angela Merkel considerou que esses eventos "foram os piores momentos da história alemã", mesmo que o Holocausto que se seguiu tenha sido "um evento mais dramático".

Ela pediu aos alemães para "demonstrar coragem cívica para que nenhuma forma de anti-semitismo seja tolerada".

O presidente alemão Joachim Gauck participará no sábado de uma cerimônia no Memorial da sinagoga queimada de Eberswalde, cidade perto de Berlim, em 9 de novembro de 1938. Domingo, o ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, irá discursar em uma sinagoga no centro de Berlim. Mas a população de Berlim também prepara uma homenagem às vítimas.

Dezenas de lojas na capital alemã vão colar em suas vitrines um adesivo plástico que cria a impressão de que elas estão quebradas, para lembrar as lojas judaicas saqueadas pelos nazistas. A prefeitura pediu aos moradores para limpar os cerca de 5.000 pequenos tijolos dourados, sobre os quais estão inscritos os nomes dos judeus e a data de sua deportação, e que estão inseridos nas calçadas de Berlim na frente de suas antigas casas.

No domingo, em frente ao Portão de Brandemburgo, coração turístico de Berlim, haverá uma instalação multimídia, com jovens apresentando vídeos curtos contra o racismo e o anti-semitismo. Testemunhas e sobreviventes dessa época, como o músico de jazz alemão Coco Schumann, estarão presentes. O violinista britânico Daniel Hope também irá se apresentar tocando peças de compositores perseguidos pelo nazismo .

Não muito longe dali, o centro de documentação "Topografia do Terror" vai abrir a partir de sexta-feira, 8 de novembro, uma exposição intitulada "Isso queima! 75 anos após o pogrom de 9 de novembro". Ela será visível até 2 de março de 2014.

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Berlim - A Alemanha recordará no sábado e no domingo a chamada "Noite dos cristais" contra os judeus durante o Terceiro Reich, momento que mostrou ao mundo, há 75 anos, a violência antissemita do regime nazista.

Na madrugada de 9 para 10 de novembro de 1938, e durante todo o dia que se seguiu, propriedades de judeus foram saqueadas em todo o país, sinagogas foram queimadas e 30.000 homens presos e deportados.

Este pogrom, que terminou com 90 pessoas mortas entre a população judaica alemã, foi apresentado como uma revolta espontânea em resposta ao assassinato de Ernst vom Rath, secretário da embaixada alemã em Paris, por Herschel Grynszpan, um estudante de 17 anos que queria vingar a expulsão de sua família da Alemanha, junto aos cerca de 15.000 outros judeus poloneses.

Mas os tumultos foram, de fato, organizados pelo regime de Hitler.

Um livro, recentemente publicado pelo jornalista investigativo Armin Fuhrer, avança a teoria de que os tiros contra vom Rath, no ombro e no estômago, não seriam fatais, mas que os dirigentes nazistas decidiram fazer do diplomata um mártir. "Tenho 90% de certeza que Grynszpan não matou Vom Rath. Hitler o deixou morrer", declarou à AFP Armin Fuhrer, autor do livro "Herschel".

"Hitler mandou o seu médico pessoal, Karl Brandt, para Paris (...) para deixar vom Rath morrer", e o regime ainda teria inventado uma patologia gástrica do diplomata para manter intacta a relação de causalidade entre os tiros disparados por Grynszpan e morte de Vom Rath, acrescentou.

Fuhrer explica que se baseou em documentos recentemente disponibilizados para os pesquisadores, ao passo que os estudos históricos anteriores sobre o assunto foram baseadas em grande parte em fontes próximas ao regime nazista.

Vários eventos vão marcar o aniversário deste acontecimento na Alemanha e na Áustria. Em uma mensagem de vídeo semanal postada no sábado, a chanceler Angela Merkel considerou que esses eventos "foram os piores momentos da história alemã", mesmo que o Holocausto que se seguiu tenha sido "um evento mais dramático".

Ela pediu aos alemães para "demonstrar coragem cívica para que nenhuma forma de anti-semitismo seja tolerada".

O presidente alemão Joachim Gauck participará no sábado de uma cerimônia no Memorial da sinagoga queimada de Eberswalde, cidade perto de Berlim, em 9 de novembro de 1938. Domingo, o ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, irá discursar em uma sinagoga no centro de Berlim. Mas a população de Berlim também prepara uma homenagem às vítimas.

Dezenas de lojas na capital alemã vão colar em suas vitrines um adesivo plástico que cria a impressão de que elas estão quebradas, para lembrar as lojas judaicas saqueadas pelos nazistas. A prefeitura pediu aos moradores para limpar os cerca de 5.000 pequenos tijolos dourados, sobre os quais estão inscritos os nomes dos judeus e a data de sua deportação, e que estão inseridos nas calçadas de Berlim na frente de suas antigas casas.

No domingo, em frente ao Portão de Brandemburgo, coração turístico de Berlim, haverá uma instalação multimídia, com jovens apresentando vídeos curtos contra o racismo e o anti-semitismo. Testemunhas e sobreviventes dessa época, como o músico de jazz alemão Coco Schumann, estarão presentes. O violinista britânico Daniel Hope também irá se apresentar tocando peças de compositores perseguidos pelo nazismo .

Não muito longe dali, o centro de documentação "Topografia do Terror" vai abrir a partir de sexta-feira, 8 de novembro, uma exposição intitulada "Isso queima! 75 anos após o pogrom de 9 de novembro". Ela será visível até 2 de março de 2014.

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