Alemanha disposta a fazer tudo para evitar a falência da Grécia
Merkel tenta acalmar os mercados após declarações do ministro da Economia da Alemanha
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2011 às 11h48.
Berlim - A chanceler alemã Angela Merkel afirmou nesta terça-feira que é necessário "evitar qualquer processo descontrolado na zona do euro", em uma referência ao risco de falência da Grécia.
"Trabalhamos com todos os meios possíveis para que isto não aconteça", disse a chanceler em uma entrevista à emissora Inforadio.
"Devemos evitar qualquer processo descontrolado na zona do euro", completou Merkel.
A chanceler afirmou que não haverá nesta terça-feira "um comunicado comum franco-alemão sobre a Grécia", como havia feito anteriormente a presidência francesa, desmentindo um rumor que circulava nas bolsas.
"Há um contato permanente entre França e Alemanha (...), mas não haverá uma posição específica hoje sobre a situação na Grécia", disse a chanceler durante uma coletiva de imprensa com o primeiro-ministro finlandês Jyrki Katainen.
Pouco antes, um comunicado da presidência francesa em Paris havia desmentido os rumores de uma iniciativa conjunta de França e Alemanha.
O ministro alemão da Economia, o liberal Philipp Rösler, mencionou na segunda-feira a possibilidade de um default (suspensão de pagamentos) de Atenas, o que provocou o pânico nas bolsas de todo o mundo pelo temor de uma reação em cadeia desatada pela eventual quebra.
"Penso que faremos um grande favor a Grécia se especularmos o menos possível e a estimularmos a respeitar seus compromissos", destacou Merkel, em uma crítica indireta às declarações de seu ministro, que também é vice-chanceler.
"Segundo as coisas que escuto procedentes da Grécia, o governo grego tomou consciência da situação e fez o que era necessário", completou a chanceler, que há poucos dias pediu paciência com Atenas.
"A declaração de Merkel deve ser entendida como um esclarecimento", comentou à AFP Thorsten Polleit, economista da Barclays Capital.
Na véspera, o presidente americano Barack Obama expressou sua inquietação com a situação atual.
"Penso que seguiremos observando um enfraquecimento na economia mundial enquanto esta questão não estiver resolvida", declarou Obama sobre a crise da dívida soberana na Eurozona. "A Grécia é, evidentemente, o problema mais urgente", acrescentou.
Na falta de um procedimento de default controlado, que não existirá na Europa até 2013, as declarações de Merkel vêm descartar uma bancarrota total de Atenas, segundo Berlim.
O presidente da Autoridade de Mercados Financeiros (AMF) francesa, Jean-Pierre Jouyet, previu "uma reestruturação mais pronunciada da dívida grega". Isto significa que os credores de Atenas devem renunciar a uma parte de seu investimento superior ao previsto até agora (21%).
Segundo o renomado economista alemão Peter Bofinger, a quebra da Grécia teria consequências catastróficas.
"Se a Grécia não receber mais ajudas, haverá uma quebra descontrolada, e, consequentemente, o sistema bancário grego afundará, com um risco de reação em cadeia enorme, potencialmente mais devastador que a quebra do Lehman em 2008", segundo ele.
No mercado de obrigações, a tentativas da Itália de contar com a China para que compre sua dívida pública não geraram confiança. Segundo os rumores do mercado, Pequim não estaria interessada nos títulos italianos.
Prova da desconfiança dominante, nesta terça-feira o Tesouro italiano precisou oferecer juros mais altos para colocar bônus a cinco, sete e nove anos por quase 6,5 bilhões de euros.
Em seu esforço para promover a calma, Merkel destacou também as conquistas do governo grego, que anunciou nos dois últimos anos sucessivas medidas de austeridade, as últimas delas no domingo, para arrecadar 2 bilhões de euros adicionais em impostos e cumprir com seu objetivo anual de redução do déficit.
"Segundo as coisas que escuto procedentes da Grécia, o governo grego tomou consciência da situação e fez o que era necessário", estimou a chanceler, que já havia lançado há alguns dias um chamado à paciência com Atenas.
"O fato da volta da troika sugere que a Grécia implementou uma série de coisas necessárias", sugeriu a chanceler alemã.
O grupo de especialistas da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), responsável por avaliar o progresso de Atenas na implementação do programa de reformas, deixou a Grécia repentinamente em 2 de setembro, mas anunciou que retornará nos próximos dias.
O deputado europeu Elmar Brok, que pertenceu ao mesmo partido conservador democrata-cristão (CDU) de Merkel, recordou que se a Grécia falir, "de todas as maneiras teremos que respaldá-la financeiramente".
Berlim - A chanceler alemã Angela Merkel afirmou nesta terça-feira que é necessário "evitar qualquer processo descontrolado na zona do euro", em uma referência ao risco de falência da Grécia.
"Trabalhamos com todos os meios possíveis para que isto não aconteça", disse a chanceler em uma entrevista à emissora Inforadio.
"Devemos evitar qualquer processo descontrolado na zona do euro", completou Merkel.
A chanceler afirmou que não haverá nesta terça-feira "um comunicado comum franco-alemão sobre a Grécia", como havia feito anteriormente a presidência francesa, desmentindo um rumor que circulava nas bolsas.
"Há um contato permanente entre França e Alemanha (...), mas não haverá uma posição específica hoje sobre a situação na Grécia", disse a chanceler durante uma coletiva de imprensa com o primeiro-ministro finlandês Jyrki Katainen.
Pouco antes, um comunicado da presidência francesa em Paris havia desmentido os rumores de uma iniciativa conjunta de França e Alemanha.
O ministro alemão da Economia, o liberal Philipp Rösler, mencionou na segunda-feira a possibilidade de um default (suspensão de pagamentos) de Atenas, o que provocou o pânico nas bolsas de todo o mundo pelo temor de uma reação em cadeia desatada pela eventual quebra.
"Penso que faremos um grande favor a Grécia se especularmos o menos possível e a estimularmos a respeitar seus compromissos", destacou Merkel, em uma crítica indireta às declarações de seu ministro, que também é vice-chanceler.
"Segundo as coisas que escuto procedentes da Grécia, o governo grego tomou consciência da situação e fez o que era necessário", completou a chanceler, que há poucos dias pediu paciência com Atenas.
"A declaração de Merkel deve ser entendida como um esclarecimento", comentou à AFP Thorsten Polleit, economista da Barclays Capital.
Na véspera, o presidente americano Barack Obama expressou sua inquietação com a situação atual.
"Penso que seguiremos observando um enfraquecimento na economia mundial enquanto esta questão não estiver resolvida", declarou Obama sobre a crise da dívida soberana na Eurozona. "A Grécia é, evidentemente, o problema mais urgente", acrescentou.
Na falta de um procedimento de default controlado, que não existirá na Europa até 2013, as declarações de Merkel vêm descartar uma bancarrota total de Atenas, segundo Berlim.
O presidente da Autoridade de Mercados Financeiros (AMF) francesa, Jean-Pierre Jouyet, previu "uma reestruturação mais pronunciada da dívida grega". Isto significa que os credores de Atenas devem renunciar a uma parte de seu investimento superior ao previsto até agora (21%).
Segundo o renomado economista alemão Peter Bofinger, a quebra da Grécia teria consequências catastróficas.
"Se a Grécia não receber mais ajudas, haverá uma quebra descontrolada, e, consequentemente, o sistema bancário grego afundará, com um risco de reação em cadeia enorme, potencialmente mais devastador que a quebra do Lehman em 2008", segundo ele.
No mercado de obrigações, a tentativas da Itália de contar com a China para que compre sua dívida pública não geraram confiança. Segundo os rumores do mercado, Pequim não estaria interessada nos títulos italianos.
Prova da desconfiança dominante, nesta terça-feira o Tesouro italiano precisou oferecer juros mais altos para colocar bônus a cinco, sete e nove anos por quase 6,5 bilhões de euros.
Em seu esforço para promover a calma, Merkel destacou também as conquistas do governo grego, que anunciou nos dois últimos anos sucessivas medidas de austeridade, as últimas delas no domingo, para arrecadar 2 bilhões de euros adicionais em impostos e cumprir com seu objetivo anual de redução do déficit.
"Segundo as coisas que escuto procedentes da Grécia, o governo grego tomou consciência da situação e fez o que era necessário", estimou a chanceler, que já havia lançado há alguns dias um chamado à paciência com Atenas.
"O fato da volta da troika sugere que a Grécia implementou uma série de coisas necessárias", sugeriu a chanceler alemã.
O grupo de especialistas da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI), responsável por avaliar o progresso de Atenas na implementação do programa de reformas, deixou a Grécia repentinamente em 2 de setembro, mas anunciou que retornará nos próximos dias.
O deputado europeu Elmar Brok, que pertenceu ao mesmo partido conservador democrata-cristão (CDU) de Merkel, recordou que se a Grécia falir, "de todas as maneiras teremos que respaldá-la financeiramente".