Exame Logo

Álbum sobre Pablo Escobar causa indignação na Colômbia

A operação de apreensão começará ainda nesta semana, ao mesmo tempo em que as investigações sobre quem está por trás da iniciativa continuam

O álbum de 16 páginas é vendido pelo equivalente a US$ 0,11 (Reprodução)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2012 às 21h00.

Bogotá - Um álbum de figurinhas sobre o narcotraficante Pablo Escobar que está sendo vendido em bairros pobres da cidade colombiana de Medellín será tirado das ruas, anunciaram nesta quarta-feira à Agência Efe fontes da polícia local.

A operação de apreensão começará ainda nesta semana, ao mesmo tempo em que as investigações sobre quem está por trás da iniciativa continuam.

O álbum de 16 páginas é vendido pelo equivalente a US$ 0,11, e o envelope com quatro figurinhas custa US$ 0,5. A coleção tem o título de uma bem-sucedida série de televisão sobre o narcotraficante: ''Pablo Escobar, o patrão do mal'', que é exibida na Colômbia desde maio.

Os organizadores da coleção, que assinam como ''Produções Cosmovisión'', com suposta sede em Bogotá, oferecem prêmios a quem completar primeiro o álbum de 128 figurinhas.

''Não é o melhor exemplo. Imitar este tipo de personagem não é um incentivo de poder e de riqueza, mas de morte, dor, tragédia e miséria, e diante disto as instituições devem agir'', disse à Efe Luis Fernando Quijano, diretor da Corporação para a Paz e o Desenvolvimento Social (Corpades).

Há cerca de 20 dias, quando descobriu a existência da coleção, Quijano pediu que as autoridades agissem para evitar que o álbum continuasse sendo vendido nos bairros mais pobres da cidade.


Medellín foi sede de uma das maiores organizações criminosas da história da Colômbia, liderada por Escobar até sua morte, em 1993.

As reivindicações de Quijano e de professores, acadêmicos e organizações de pais de família foram finalmente escutadas pelas autoridades. O secretário interino do governo de Medellín, Sergio Zuluaga, anunciou nesta quarta-feira que as autoridades farão ''o controle necessário para apreender material ilegal'', incluindo o álbum de Escobar.

Zuluaga também concordou que a iniciativa deve ser condenada e disse que ''sem dúvida alguma não se deve permitir que nossos jovens'' idealizem pessoas com o ex-chefe do cartel de Medellín.

Apesar disso, ainda é possível ver em pequenos estabelecimentos de alguns bairros de Medellín grandes avisos com as palavras: ''Chegou o álbum de Pablo Escobar'' e uma fotografia do narcotraficante.

Alguns comerciantes dos bairros consultados pela Efe disseram que os ''distribuidores'' do álbum ''prometeram'' oferecer como prêmio bolas e dispositivos eletrônicos, como ipads e mp3.

Para Quijano, as crianças que compram o álbum e as figurinhas devem perguntar quem era Escobar e ''seus amigos dirão: ''era um homem muito importante, muito rico, um homem que ajudava aos pobres, que enfrentou o Estado e tinha muito dinheiro, muito poder''. Em seguida, a criança poderá dizer: ''porquê não imitar essa pessoa?'''', argumentou.

Veja também

Bogotá - Um álbum de figurinhas sobre o narcotraficante Pablo Escobar que está sendo vendido em bairros pobres da cidade colombiana de Medellín será tirado das ruas, anunciaram nesta quarta-feira à Agência Efe fontes da polícia local.

A operação de apreensão começará ainda nesta semana, ao mesmo tempo em que as investigações sobre quem está por trás da iniciativa continuam.

O álbum de 16 páginas é vendido pelo equivalente a US$ 0,11, e o envelope com quatro figurinhas custa US$ 0,5. A coleção tem o título de uma bem-sucedida série de televisão sobre o narcotraficante: ''Pablo Escobar, o patrão do mal'', que é exibida na Colômbia desde maio.

Os organizadores da coleção, que assinam como ''Produções Cosmovisión'', com suposta sede em Bogotá, oferecem prêmios a quem completar primeiro o álbum de 128 figurinhas.

''Não é o melhor exemplo. Imitar este tipo de personagem não é um incentivo de poder e de riqueza, mas de morte, dor, tragédia e miséria, e diante disto as instituições devem agir'', disse à Efe Luis Fernando Quijano, diretor da Corporação para a Paz e o Desenvolvimento Social (Corpades).

Há cerca de 20 dias, quando descobriu a existência da coleção, Quijano pediu que as autoridades agissem para evitar que o álbum continuasse sendo vendido nos bairros mais pobres da cidade.


Medellín foi sede de uma das maiores organizações criminosas da história da Colômbia, liderada por Escobar até sua morte, em 1993.

As reivindicações de Quijano e de professores, acadêmicos e organizações de pais de família foram finalmente escutadas pelas autoridades. O secretário interino do governo de Medellín, Sergio Zuluaga, anunciou nesta quarta-feira que as autoridades farão ''o controle necessário para apreender material ilegal'', incluindo o álbum de Escobar.

Zuluaga também concordou que a iniciativa deve ser condenada e disse que ''sem dúvida alguma não se deve permitir que nossos jovens'' idealizem pessoas com o ex-chefe do cartel de Medellín.

Apesar disso, ainda é possível ver em pequenos estabelecimentos de alguns bairros de Medellín grandes avisos com as palavras: ''Chegou o álbum de Pablo Escobar'' e uma fotografia do narcotraficante.

Alguns comerciantes dos bairros consultados pela Efe disseram que os ''distribuidores'' do álbum ''prometeram'' oferecer como prêmio bolas e dispositivos eletrônicos, como ipads e mp3.

Para Quijano, as crianças que compram o álbum e as figurinhas devem perguntar quem era Escobar e ''seus amigos dirão: ''era um homem muito importante, muito rico, um homem que ajudava aos pobres, que enfrentou o Estado e tinha muito dinheiro, muito poder''. Em seguida, a criança poderá dizer: ''porquê não imitar essa pessoa?'''', argumentou.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaColômbiaCrimeDrogas

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame