Exame Logo

Ainda não retomaremos negociações de paz na Síria, diz ONU

Entre fevereiro e abril, foram realizadas duas rodadas negociadoras em Genebra, mas ambas tiveram que ser suspensas por uma intensificação dos conflitos

Síria: entre fevereiro e abril, foram realizadas duas rodadas negociadoras em Genebra, mas ambas tiveram que ser suspensas por uma intensificação dos conflitos (Khalil Ashawi / Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2016 às 14h15.

Genebra - O enviado especial da ONU para a Síria , Staffan de Mistura, disse nesta quinta-feira que não chegou o momento oportuno para retomar as negociações de paz para a Síria, onde o conflito voltou a se intensificar.

"Não chegou o momento para uma terceira rodada (de negociações). Estamos tentando realizar o mais breve possível, mas a palavra que seria preciso ressaltar é 'possível'", comentou de Mistura, que atua como mediador nas conversas políticas entre o governo e a oposição síria.

Entre fevereiro e abril, foram realizadas duas rodadas negociadoras em Genebra, mas ambas tiveram que ser suspensas então por uma intensificação das hostilidades na Síria e pelas acusações das partes inimigas.

De Mistura enfatizou que a próxima rodada negociadora deve ter resultados concretos e ser o início de uma transição política na Síria, de acordo com a decisão política internacional que iniciou este processo.

Por essas razões, continuou o diplomata, ao invés de convocar um novo período de conversas, membros de sua equipe manterão reuniões com representantes das partes envolvidas e com outras pessoas que possam contribuir ao sucesso do processo político.

Essas reuniões serão realizadas em distintas cidades e com interlocutores que De Mistura não quis identificar.

"A vantagem dessas reuniões técnicas é que são flexíveis, mas podem entrar em temas substantivos, como o que acontecerá com o Exército sírio quando houver um acordo, ou com as instituições locais para que não se repita o que aconteceu na Líbia e Iraque", explicou.

Apesar do atraso nas negociações, o mediador da ONU garantiu que segue de pé o prazo de 1 de agosto para alcançar um acordo político que ponha fim à guerra civil.

Para que haja alguma possibilidade de sucesso nas negociações, "estas devem estar acompanhadas de um entorno de segurança e humanitário adequado", prosseguiu.

O primeiro parece cada vez mais longe, com o bombardeio ontem a três hospitais em Aleppo e o ataque contra uma mesquita em Daraya, uma cidade com presença de grupos rebeldes localizada a 12 quilômetros de Damasco.

O governo sírio negou durante quatro anos a entrada de ajuda humanitária a essa zona, até que há alguns dias permitiu o acesso de um comboio com material médico, mas não do seguinte que levava comida.

No entanto, De Mistura equilibrou esse pessimismo com "a boa notícia" que envolve a permissão inicial obtida hoje das autoridades sírias para que a ONU leve ajuda às 19 localidades sitiadas militarmente na Síria (Daraya incluída), onde estima-se que haja cerca de 600 mil civis.

"Fomos informados por nossa equipe em Damasco que recebemos a permissão das autoridades para todas as áreas sitiadas para o mês de junho", revelou.

No entanto, De Mistura pediu cautela ao lembrar que "aprovação não significa entrega" (da ajuda), já que em outras ocasiões a ONU recebeu permissões similares, mas a ajuda foi bloqueada no último momento ou se descarregou dos caminhões parte das provisões essenciais que transportavam.

Se o procedimento administrativo segue seu curso com sucesso, De Mistura adiantou que "nas próximas horas" se poderia começar levando ajuda a Daraya, Duma, Kafraya e Fua. EFE

Veja também

Genebra - O enviado especial da ONU para a Síria , Staffan de Mistura, disse nesta quinta-feira que não chegou o momento oportuno para retomar as negociações de paz para a Síria, onde o conflito voltou a se intensificar.

"Não chegou o momento para uma terceira rodada (de negociações). Estamos tentando realizar o mais breve possível, mas a palavra que seria preciso ressaltar é 'possível'", comentou de Mistura, que atua como mediador nas conversas políticas entre o governo e a oposição síria.

Entre fevereiro e abril, foram realizadas duas rodadas negociadoras em Genebra, mas ambas tiveram que ser suspensas então por uma intensificação das hostilidades na Síria e pelas acusações das partes inimigas.

De Mistura enfatizou que a próxima rodada negociadora deve ter resultados concretos e ser o início de uma transição política na Síria, de acordo com a decisão política internacional que iniciou este processo.

Por essas razões, continuou o diplomata, ao invés de convocar um novo período de conversas, membros de sua equipe manterão reuniões com representantes das partes envolvidas e com outras pessoas que possam contribuir ao sucesso do processo político.

Essas reuniões serão realizadas em distintas cidades e com interlocutores que De Mistura não quis identificar.

"A vantagem dessas reuniões técnicas é que são flexíveis, mas podem entrar em temas substantivos, como o que acontecerá com o Exército sírio quando houver um acordo, ou com as instituições locais para que não se repita o que aconteceu na Líbia e Iraque", explicou.

Apesar do atraso nas negociações, o mediador da ONU garantiu que segue de pé o prazo de 1 de agosto para alcançar um acordo político que ponha fim à guerra civil.

Para que haja alguma possibilidade de sucesso nas negociações, "estas devem estar acompanhadas de um entorno de segurança e humanitário adequado", prosseguiu.

O primeiro parece cada vez mais longe, com o bombardeio ontem a três hospitais em Aleppo e o ataque contra uma mesquita em Daraya, uma cidade com presença de grupos rebeldes localizada a 12 quilômetros de Damasco.

O governo sírio negou durante quatro anos a entrada de ajuda humanitária a essa zona, até que há alguns dias permitiu o acesso de um comboio com material médico, mas não do seguinte que levava comida.

No entanto, De Mistura equilibrou esse pessimismo com "a boa notícia" que envolve a permissão inicial obtida hoje das autoridades sírias para que a ONU leve ajuda às 19 localidades sitiadas militarmente na Síria (Daraya incluída), onde estima-se que haja cerca de 600 mil civis.

"Fomos informados por nossa equipe em Damasco que recebemos a permissão das autoridades para todas as áreas sitiadas para o mês de junho", revelou.

No entanto, De Mistura pediu cautela ao lembrar que "aprovação não significa entrega" (da ajuda), já que em outras ocasiões a ONU recebeu permissões similares, mas a ajuda foi bloqueada no último momento ou se descarregou dos caminhões parte das provisões essenciais que transportavam.

Se o procedimento administrativo segue seu curso com sucesso, De Mistura adiantou que "nas próximas horas" se poderia começar levando ajuda a Daraya, Duma, Kafraya e Fua. EFE

Acompanhe tudo sobre:GuerrasONUSíria

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame