África do Sul apreende mais de 100 chifres de rinoceronte
No ano passado, mais de 750 rinocerontes foram caçados na áfrica do Sul, país com o maior número destes animais no mundo
EFE
Publicado em 15 de abril de 2019 às 10h19.
Johanesburgo — Dois cidadãos sul-africanos que transportavam 167 chifres de rinoceronte foram detidos pela polícia por tráfico ilegal em uma das maiores apreensões deste tipo na história do país, informaram nesta segunda-feira à Agência Efe fontes desse corpo.
Os chifres tinham como destino os mercados do sudeste asiático, segundo as primeiras investigações.
Nesta região, este material alcança valores de entre US$ 60 mil e 80 mil por quilo e cada chifre pode chegar a pesar até 3 quilogramas.
Os dois detidos, cujas identidades não foram divulgadas, são de nacionalidade sul-africana e têm 57 e 61 anos, confirmou à Agência Efe o porta-voz policial Hangwani Mulaudzi.
"É uma das maiores apreensões registradas pela polícia sul-africana levando em consideração o número de chifres confiscados. O valor (da mercadoria) ainda não foi determinado", detalhou Mulaudzi.
A detenção aconteceu no sábado perto da represa de Hartebeespoort (50 quilômetros ao oeste de Pretória) e os acusados foram chamados a comparecer pela primeira vez diante do juiz nesta segunda-feira.
A operação foi executada porque a polícia recebeu uma pista sobre um veículo que supostamente transportava uma considerável quantidade de chifres de rinoceronte.
A África do Sul abriga a maior colônia mundial destes animais ameaçados e suas reservas são usadas para repovoar outras paisagens africanas onde estes mamíferos praticamente desapareceram.
No total, a nação austral possui cerca de 20 mil exemplares se forem combinados os números dos rinocerontes brancos e negros (ambos em risco de extinção).
Apesar disso, a caça ilegal é um grave problema que só aumentou na última década.
Os alarmes sobre este fato começaram a soar em 2008 - em 2007 só tinham morrido 13 - e os piores números foram registrados em 2014, com 1.215 rinocerontes caçados.
Nos anos posteriores, quase não houve reduções, mas em 2018 mudou a tendência e a África do Sul registrou, pela primeira vez em uma década, menos de mil mortes, com "apenas" 769 rinocerontes caçados (25% a menos que em 2017).
A zona mais afetada pela atuação das máfias é o Parque Kruger (nordeste), uma das maiores reservas naturais da África e lar da maior parte da população nacional de rinocerontes, onde ocorria quase a metade das mortes anuais.
Em geral, para as reservas naturais de todo o país, o aumento da caça ilegal supôs incrementos de até 50% em custos de segurança que nem todas podem enfrentar, o que representa um risco adicional para a sobrevivência da espécie.