Afeganistão celebra o fim do Ramadã em paz pela primeira vez desde 2001
O muçulmanos celebraram o fim do Ramadã depois que os talibãs anunciaram um cessar-fogo de três dias com as forças afegãs, após 17 anos de conflitos
AFP
Publicado em 15 de junho de 2018 às 09h41.
Última atualização em 15 de junho de 2018 às 11h55.
Os afegãos celebraram nesta sexta-feira em paz o início do Eid al Fitr, que marca o fim do Ramadã, pela primeira vez desde a invasão liderada pelos Estados Unidos em 2001, graças a uma trégua sem precedentes acordada pelos talibãs.
Grande parte da população muçulmana compareceu às mesquitas para o primeiro dia da festividade, que encerra o mês de jejum.
Os mais jovens deste país afetado pela guerra expressaram otimismo, mas com prudência, após o anúncio dos talibãs para o primeiro cessar-fogo com as forças afegãs desde 2001.
"Em quase todos os Eid al Fitr tivemos ataques, este é um Eid al Fitr raro, sem violência", disse à AFP Samiullah, de 17 anos, que tem quase a mesma idade que o conflito, depois de rezar na mesquita de Shah-e Do Shamshira no centro de Cabul.
"Esperamos que a paz chegue ao Afeganistão", completou.
Mas nem todos são tão otimistas.
"Não acredito em paz no Afeganistão. Estamos vendo um aumento diário dos ataques", disse Imran, de 13 anos.
O porta-voz do ministro da Defesa, Mohamad Radmanesh, afirmou à AFP que não recebeu informações sobre ataques talibãs contra as forças afegãs desde o início da festa na madrugada desta sexta-feira.
O presidente afegão, Ashraf Ghani, anunciou na semana passada um cessar-fogo unilateral para a festa de Eid al Fitr e informou que tanto a polícia como o exército interromperiam as operações contra os talibãs durante oito dias. Mas advertiu que as operações continuariam contra outros grupos, incluindo a organização extremista Estado Islâmico (EI).
Os talibãs anunciaram no sábado um cessar-fogo por três dias com as forças afegãs por ocasião do Eid al Fitr, o primeiro declarado pelo grupo em 17 anos de conflito.