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Afeganistão afirma que assinará pacto com EUA após eleições

O governo afegão insistiu que não assinará até as eleições presidenciais de abril do próximo ano o acordo de segurança com os EUA

O presidente do Afeganistão, Hamid Karzai: declarações de Karzai não foram bem recebidas em Washington (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de novembro de 2013 às 09h37.

Cabul - O governo afegão insistiu nesta sexta-feira que Cabul não assinará até as eleições presidenciais de abril do próximo ano o acordo de segurança com os EUA que aprovaria a continuidade de tropas americanas desde 2015.

O presidente afegão, Hamid Karzai, fez ontem esta surpreendente afirmação durante a sessão inaugural da Loya Jirga ou assembleia tradicional de líderes tribais, sociais e políticos que até domingo ou segunda-feira debaterá em Cabul os detalhes do pacto.

"Como Karzai disse claramente em seu dicurso, uma vez que tenhamos garantido a paz e a segurança e realizado umas eleições transparentes, então o presidente assinará o Acordo Bilateral de Segurança (BSA)", manifestou à Agência Efe o porta-voz presidencial, Aimal Faizi.

"O acordo será selado depois das eleições, sempre e quando for aprovado pela Loya Jirga e receba o sinal verde do Parlamento afegão. A garantia da paz e a segurança no país é nossa reivindicação aos EUA", ressaltou Faizi.

O porta-voz atribuiu a responsabilidade da assinatura ao próprio Karzai, apesar de ontem o presidente ter dito que o encarregado de ratificar o BSA poderia ser o novo Governo afegão que resulte das eleições, para as quais ele não se apresentará.

Estas declarações de Karzai não foram bem recebidas em Washington, que pretende que o acordo seja fechado "em breve", como desejou o presidente Barack Obama em carta enviada a seu colega afegão na quarta-feira e divulgada ontem à imprensa.


"É importante que este acordo de segurança seja assinado e aprovado antes do final do ano para que possam começar os preparativos para planejar a presença pós-2014 que os EUA possam ter no Afeganistão ", advertiu hoje em entrevista coletiva em Washington o porta-voz adjunta da Casa Branca, Josh Earnest.

Cabul e Washington começaram a negociar há um ano o BSA no marco de um pacto estratégico mais amplo.

Esta aliança de segurança garantiria a permanência de "entre 10 mil e 15 mil" soldados americanos em solo afegão após a retirada das tropas da Otan em 2014 e por um período de dez anos (2015-2024).

A minuta do acordo contempla que o pessoal militar e civil americano, não assim os contratistas, terão imunidade no Afeganistão e só poderão ser julgados nos EUA por suas ações.

Obama garantiu em sua carta a Karzai que as forças de seu país não poderão entrar nos lares afegãos "salvo circunstâncias extraordinárias", como quando "a vida ou destino" de cidadãos dos EUA esteja "sob risco".

A morte de civis afegãos em operações aliadas foi um dos principais pontos de atrito entre Cabul e a comunidade internacional nestes 12 anos de guerra desde a invasão americana e queda do regime talibã no final de 2001.

O conflito afegão se encontra atualmente em um de seus momentos mais sangrentos.

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Cabul - O governo afegão insistiu nesta sexta-feira que Cabul não assinará até as eleições presidenciais de abril do próximo ano o acordo de segurança com os EUA que aprovaria a continuidade de tropas americanas desde 2015.

O presidente afegão, Hamid Karzai, fez ontem esta surpreendente afirmação durante a sessão inaugural da Loya Jirga ou assembleia tradicional de líderes tribais, sociais e políticos que até domingo ou segunda-feira debaterá em Cabul os detalhes do pacto.

"Como Karzai disse claramente em seu dicurso, uma vez que tenhamos garantido a paz e a segurança e realizado umas eleições transparentes, então o presidente assinará o Acordo Bilateral de Segurança (BSA)", manifestou à Agência Efe o porta-voz presidencial, Aimal Faizi.

"O acordo será selado depois das eleições, sempre e quando for aprovado pela Loya Jirga e receba o sinal verde do Parlamento afegão. A garantia da paz e a segurança no país é nossa reivindicação aos EUA", ressaltou Faizi.

O porta-voz atribuiu a responsabilidade da assinatura ao próprio Karzai, apesar de ontem o presidente ter dito que o encarregado de ratificar o BSA poderia ser o novo Governo afegão que resulte das eleições, para as quais ele não se apresentará.

Estas declarações de Karzai não foram bem recebidas em Washington, que pretende que o acordo seja fechado "em breve", como desejou o presidente Barack Obama em carta enviada a seu colega afegão na quarta-feira e divulgada ontem à imprensa.


"É importante que este acordo de segurança seja assinado e aprovado antes do final do ano para que possam começar os preparativos para planejar a presença pós-2014 que os EUA possam ter no Afeganistão ", advertiu hoje em entrevista coletiva em Washington o porta-voz adjunta da Casa Branca, Josh Earnest.

Cabul e Washington começaram a negociar há um ano o BSA no marco de um pacto estratégico mais amplo.

Esta aliança de segurança garantiria a permanência de "entre 10 mil e 15 mil" soldados americanos em solo afegão após a retirada das tropas da Otan em 2014 e por um período de dez anos (2015-2024).

A minuta do acordo contempla que o pessoal militar e civil americano, não assim os contratistas, terão imunidade no Afeganistão e só poderão ser julgados nos EUA por suas ações.

Obama garantiu em sua carta a Karzai que as forças de seu país não poderão entrar nos lares afegãos "salvo circunstâncias extraordinárias", como quando "a vida ou destino" de cidadãos dos EUA esteja "sob risco".

A morte de civis afegãos em operações aliadas foi um dos principais pontos de atrito entre Cabul e a comunidade internacional nestes 12 anos de guerra desde a invasão americana e queda do regime talibã no final de 2001.

O conflito afegão se encontra atualmente em um de seus momentos mais sangrentos.

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