Acordo de florestas esnoba setor privado, dizem investidores
Acordo estabelece regras para projetos de financiamento para proteger florestas em nações em desenvolvimento
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2014 às 17h14.
Londres - Um acordo internacional que estabelece regras para projetos de financiamento para proteger florestas em nações em desenvolvimento não contempla o setor privado, disseram dois grupos de investidores, alertando que sem envolvimento corporativo o programa irá fracassar.
O acordo de financiamento "baseado em resultados" para Redução de Emissões de Desflorestamento e Degradação de Florestas, apelidado de Esboço Varsóvia para REDD+, foi uma das poucas conquistas das conversas de novembro na Polônia, patrocinadas pela Organização das Nações Unidas.
As reuniões anuais têm a tarefa de delinear um novo tratado global para combater a mudança climática, e os patrocinadores do REDD+ dizem que um mercado para créditos de carbono, gerado por projetos que cortam as emissões de gás estufa reduzindo o desflorestamento, é crucial para qualquer pacto.
Mas a Associação Internacional de Comércio de Emissões (Ieta, na sigla em inglês) e a Associação de Mercados e Investimento Climático (CMIA, na sigla em inglês), os maiores grupos lobistas representando empresas envolvidas no mercado de carbono, disseram que o esboço não deixa claro o papel do setor privado em qualquer futuro sistema REDD+.
Os grupos ainda afirmaram que o documento não reconhece as ações anteriores pelo setor, de empresas como a brasileira Natura Cosméticos, que no ano passado investiu na contenção do desflorestamento na Amazônia comprando créditos REDD+.
"Sem o setor privado, não atingiremos as metas estabelecidas pelo REDD+", disseram Ieta e CMIA em um comunicado conjunto divulgado nesta sexta-feira.
Os grupos argumentam que, além de financiar o REDD+, o setor privado também é necessário para treinar especialistas, garantir atividades comerciais e desenvolver tecnologias.
Eles querem o reconhecimento governamental de que os créditos do REDD+ serão contados como esforços de redução de emissões em um novo tratado climático, marcado para ser acordado no ano que vem, e que as ações anteriores das empresas também sejam reconhecidas.
Grupos ambientalistas afirmaram que as empresas que pretendem trabalhar para a redução do desflorestamento através do REDD+ não estão se concentrando nos temas certos.
"Para lidar com o desflorestamento precisamos tratar do que o motiva, como o consumo desenfreado de commodities essenciais, má administração de nações com florestas e a ausência de direitos dos povos das florestas sobre suas terras", disse Hannah Mowat, da Rede de Recursos e Florestas da União Europeia (Fern, na sigla em inglês).
"A menos que lidemos com essas coisas, quantidade nenhuma de financiamento privado irá ajudar a manter as florestas de pé".
A maior parte do financiamento do REDD+ até o momento veio de governos, principalmente porque as regras do programa não estavam mais que rascunhadas desde 2005.
A Noruega assinou acordos bilaterais avaliados em 1,4 bilhão de dólares com nações como Brasil, República Democrática do Congo, Guiana e Indonésia. A Grã-Bretanha, a Noruega e os Estados Unidos alocaram 280 milhões de dólares para um fundo do Banco Mundial que opera projetos REDD+.
Londres - Um acordo internacional que estabelece regras para projetos de financiamento para proteger florestas em nações em desenvolvimento não contempla o setor privado, disseram dois grupos de investidores, alertando que sem envolvimento corporativo o programa irá fracassar.
O acordo de financiamento "baseado em resultados" para Redução de Emissões de Desflorestamento e Degradação de Florestas, apelidado de Esboço Varsóvia para REDD+, foi uma das poucas conquistas das conversas de novembro na Polônia, patrocinadas pela Organização das Nações Unidas.
As reuniões anuais têm a tarefa de delinear um novo tratado global para combater a mudança climática, e os patrocinadores do REDD+ dizem que um mercado para créditos de carbono, gerado por projetos que cortam as emissões de gás estufa reduzindo o desflorestamento, é crucial para qualquer pacto.
Mas a Associação Internacional de Comércio de Emissões (Ieta, na sigla em inglês) e a Associação de Mercados e Investimento Climático (CMIA, na sigla em inglês), os maiores grupos lobistas representando empresas envolvidas no mercado de carbono, disseram que o esboço não deixa claro o papel do setor privado em qualquer futuro sistema REDD+.
Os grupos ainda afirmaram que o documento não reconhece as ações anteriores pelo setor, de empresas como a brasileira Natura Cosméticos, que no ano passado investiu na contenção do desflorestamento na Amazônia comprando créditos REDD+.
"Sem o setor privado, não atingiremos as metas estabelecidas pelo REDD+", disseram Ieta e CMIA em um comunicado conjunto divulgado nesta sexta-feira.
Os grupos argumentam que, além de financiar o REDD+, o setor privado também é necessário para treinar especialistas, garantir atividades comerciais e desenvolver tecnologias.
Eles querem o reconhecimento governamental de que os créditos do REDD+ serão contados como esforços de redução de emissões em um novo tratado climático, marcado para ser acordado no ano que vem, e que as ações anteriores das empresas também sejam reconhecidas.
Grupos ambientalistas afirmaram que as empresas que pretendem trabalhar para a redução do desflorestamento através do REDD+ não estão se concentrando nos temas certos.
"Para lidar com o desflorestamento precisamos tratar do que o motiva, como o consumo desenfreado de commodities essenciais, má administração de nações com florestas e a ausência de direitos dos povos das florestas sobre suas terras", disse Hannah Mowat, da Rede de Recursos e Florestas da União Europeia (Fern, na sigla em inglês).
"A menos que lidemos com essas coisas, quantidade nenhuma de financiamento privado irá ajudar a manter as florestas de pé".
A maior parte do financiamento do REDD+ até o momento veio de governos, principalmente porque as regras do programa não estavam mais que rascunhadas desde 2005.
A Noruega assinou acordos bilaterais avaliados em 1,4 bilhão de dólares com nações como Brasil, República Democrática do Congo, Guiana e Indonésia. A Grã-Bretanha, a Noruega e os Estados Unidos alocaram 280 milhões de dólares para um fundo do Banco Mundial que opera projetos REDD+.