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Abbas chega à Colômbia para pedir apoio a Estado palestino na ONU

A visita de Abbas ocorre logo após os palestinos terem anunciado o apoio de ao menos oito dos 15 membros do Conselho de Segurança para sua proposta

Abbas desembarca no aeroporto militar de Catam, em Bogotá, na Colômbia, país aliado dos Estados Unidos, que já declararam que vetarão a proposta palestina (Luis Acosta/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2011 às 08h31.

Bogotá - O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, chegou neste domingo à Colômbia, país estratégico em sua campanha pela adesão à ONU por ser membro não-permanente do Conselho de Segurança da organização e possuir, portanto, direito a voto.

Abbas prevê ficar na Colômbia até terça-feira, quando se reunirá com o presidente Juan Manuel Santos, antes de prosseguir em sua série de visitas internacionais.

O presidente palestino chegou às 22h30 GMT (19h30 de Brasília), e foi recebido na base aérea militar de Catam pela vice-chanceler colombiana de assuntos multilaterais, Mónica Lanzetta.

O chanceler palestino, Riyab Al Maliki, e o chefe negociador palestino, Saeb Erekat, acompanham Abas, que não deu declarações à imprensa ao descer do avião em Bogotá, vindo de El Salvador e após visitar também a República Dominicana.

A visita de Abbas ocorre logo após os palestinos terem anunciado o apoio de ao menos oito dos 15 membros do Conselho de Segurança para sua proposta, ainda que os Estados Unidos já tenham declarado que aplicarão seu poder de veto.

A Colômbia ocupa também a Secretaria Geral da União de Nações Sul-americanas (Unasul), composta por 12 países do continente, todos favoráveis à adesão de um Estado da Palestina à ONU.

Com nove votos a favor e se não for apresentado nenhum veto, o Conselho de Segurança poderá formular uma recomendação e o tema passaria automaticamente a ser examinado pela Assembleia Geral da ONU, onde a maioria dos membros já aprova a adesão.

Abbas goza de uma tônica internacional positiva, como mostra a vitória diplomática obtida na quarta-feira na Unesco, cujo conselho executivo aprovou uma recomendação para que a Palestina seja membro pleno da ONU.

Firme aliada dos Estados Unidos, a Colômbia, contrariamente à maioria dos países da América Latina, anunciou que só apoiaria a criação de um Estado Palestino após as negociações de paz com Israel, como propõe o chamado "Quarteto" formado pelos Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia e que possui o objetivo de alcançar um acordo entre os dois países até o final de 2012.

A chanceler colombiana, María Ángela Holguín, asseguró que a criação do Estado palestino "não irá passar" no Conselho de Segurança.

"Não vai haver a criação do Estado palestino. Que pode ser feito? A criação de um Estado observador que nem mesmo ajuda muito em seu território?", disse em uma entrevista a veículos colombianos na segunda-feira passada.

A chanceler alertou também sobre os riscos de um voto "forçado", que poderia ampliar o conflito.

Ante desta posição, a missão diplomática da Autoridade Palestina em Bogotá assegurou que Abbas "não pretende mudar o voto da Colômbia na ONU". "Viemos buscar o apoio da Colômbia, mais que seu voto", explicou à AFP o assessor político da missão, Alexander Montero.

Quando o presidente Santos e Abbas falaram em Nova York, onde ambos participaram da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, "Santos disse a Abbas que a Colômbia poderia contribuir com seu grão de areia na negociação", e isso é o que interessa, explicou o assessor ao recordar que a diplomacia deste país andino possui uma tradição de mediações.

"Parece possível termos a Colômbia como mediadora das negociações de paz", disse Montero.

O assessor também afirmou que a posição colombiana teria muito a ver com sua vontade de não contrariar o Congresso americano, oposto à adesão do Estado da Palestina à ONU e às portas da ratificação pelo legislativo americano de um histórico tratado de livre comércio (TLC) com a Colômbia, após quase seis anos de espera.

Na segunda-feira, Abbas receberá as chaves da cidade das mãos da prefeita de Bogotá, a esquerdista Clara López, e irá reunir-se com embaixadores na Colômbia de vários países árabes e também com a comunidade palestina residente no país sul-americano.

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Bogotá - O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, chegou neste domingo à Colômbia, país estratégico em sua campanha pela adesão à ONU por ser membro não-permanente do Conselho de Segurança da organização e possuir, portanto, direito a voto.

Abbas prevê ficar na Colômbia até terça-feira, quando se reunirá com o presidente Juan Manuel Santos, antes de prosseguir em sua série de visitas internacionais.

O presidente palestino chegou às 22h30 GMT (19h30 de Brasília), e foi recebido na base aérea militar de Catam pela vice-chanceler colombiana de assuntos multilaterais, Mónica Lanzetta.

O chanceler palestino, Riyab Al Maliki, e o chefe negociador palestino, Saeb Erekat, acompanham Abas, que não deu declarações à imprensa ao descer do avião em Bogotá, vindo de El Salvador e após visitar também a República Dominicana.

A visita de Abbas ocorre logo após os palestinos terem anunciado o apoio de ao menos oito dos 15 membros do Conselho de Segurança para sua proposta, ainda que os Estados Unidos já tenham declarado que aplicarão seu poder de veto.

A Colômbia ocupa também a Secretaria Geral da União de Nações Sul-americanas (Unasul), composta por 12 países do continente, todos favoráveis à adesão de um Estado da Palestina à ONU.

Com nove votos a favor e se não for apresentado nenhum veto, o Conselho de Segurança poderá formular uma recomendação e o tema passaria automaticamente a ser examinado pela Assembleia Geral da ONU, onde a maioria dos membros já aprova a adesão.

Abbas goza de uma tônica internacional positiva, como mostra a vitória diplomática obtida na quarta-feira na Unesco, cujo conselho executivo aprovou uma recomendação para que a Palestina seja membro pleno da ONU.

Firme aliada dos Estados Unidos, a Colômbia, contrariamente à maioria dos países da América Latina, anunciou que só apoiaria a criação de um Estado Palestino após as negociações de paz com Israel, como propõe o chamado "Quarteto" formado pelos Estados Unidos, União Europeia, ONU e Rússia e que possui o objetivo de alcançar um acordo entre os dois países até o final de 2012.

A chanceler colombiana, María Ángela Holguín, asseguró que a criação do Estado palestino "não irá passar" no Conselho de Segurança.

"Não vai haver a criação do Estado palestino. Que pode ser feito? A criação de um Estado observador que nem mesmo ajuda muito em seu território?", disse em uma entrevista a veículos colombianos na segunda-feira passada.

A chanceler alertou também sobre os riscos de um voto "forçado", que poderia ampliar o conflito.

Ante desta posição, a missão diplomática da Autoridade Palestina em Bogotá assegurou que Abbas "não pretende mudar o voto da Colômbia na ONU". "Viemos buscar o apoio da Colômbia, mais que seu voto", explicou à AFP o assessor político da missão, Alexander Montero.

Quando o presidente Santos e Abbas falaram em Nova York, onde ambos participaram da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, "Santos disse a Abbas que a Colômbia poderia contribuir com seu grão de areia na negociação", e isso é o que interessa, explicou o assessor ao recordar que a diplomacia deste país andino possui uma tradição de mediações.

"Parece possível termos a Colômbia como mediadora das negociações de paz", disse Montero.

O assessor também afirmou que a posição colombiana teria muito a ver com sua vontade de não contrariar o Congresso americano, oposto à adesão do Estado da Palestina à ONU e às portas da ratificação pelo legislativo americano de um histórico tratado de livre comércio (TLC) com a Colômbia, após quase seis anos de espera.

Na segunda-feira, Abbas receberá as chaves da cidade das mãos da prefeita de Bogotá, a esquerdista Clara López, e irá reunir-se com embaixadores na Colômbia de vários países árabes e também com a comunidade palestina residente no país sul-americano.

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