“A direita da Venezuela é organização criminosa”, diz ANC
Assembleia Nacional Constituinte da Venezuela chamou opositores de "traidores" e decretou que aqueles que apoiam sanções dos EUA sejam investigados
Gabriela Ruic
Publicado em 30 de agosto de 2017 às 11h09.
Última atualização em 30 de agosto de 2017 às 12h03.
São Paulo – A tensão política na Venezuela segue aumentando e não dá sinais de que não cessará em breve. Nesta semana, Delcy Rodríguez, a presidente da Assembleia Nacional Constituinte (ANC), criticou a oposição depois de seus membros terem manifestado apoio às sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos .
“Não estamos equivocados quando sinalizamos que a direita venezuelana é uma organização criminosa que age para a intervenção na Venezuela”, disse Delcy em comunicado oficial. “É uma direita contra os interesses do país, contra a ordem constitucional, contra o estado de Direito”, continuou a presidente da ANC, que foi instalada no país desde o início de agosto após uma eleição permeada por polêmicas e acusações de fraude. Seu objetivo é o de reescrever a Constituição em vigo no país desde 1999, mas a oposição diz que é mais uma manobra para que Nicolás Maduro se segure no poder.
Nesta quarta-feira, a ANC publicou um decreto que ordena que autoridades investiguem e julguem aqueles que apoiaram o pacote de sanções dos Estados Unidos, acusando-os de “traidores da pátria”. Tais medidas proíbem instituições financeiras de repassarem dinheiro ao governo de Maduro e à petroleira estatal. Donald Trump, presidente dos EUA, chegou a dizer que não descartava uma ação militar no país.
A situação na Venezuela é delicada e instável, com repressões violentas aos protestos contra o Maduro. A Organização das Nações Unidas (ONU), acusou as forças de segurança venezuelanas de cometeram violações de direitos humanos na contenção dessas manifestações. Além disso, pediu que o governo liberasse manifestantes e cessasse o julgamento militar de civis.