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2 mil crianças-soldado foram recrutadas no Congo, diz Unicef

Grupos armados congoleses recrutaram crianças para combates contra o Exército da República Democrática do Congo, alertou órgão das Nações Unidas

Soldados franceses conversam com crianças durante patrulha em Timbuktu, Congo: Unicef afirmou também que recebeu relatórios de crianças mortas e feridas por causa do conflito entre o Exército nacional e grupos armados (Joe Penney/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2013 às 11h14.

Kinshasa - Cerca de duas mil crianças foram recrutadas por grupos armados na província de Kivu do Norte para os combates contra o Exército da República Democrática do Congo (RDC), alertou nesta sexta-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Em comunicado, a organização afirmou que também recebeu relatórios de crianças mortas e feridas por consequência direta do conflito entre o Exército nacional e os grupos armados (o M23 e o ADF-Nalu) nessa província congolesa, próxima da fronteira com a Ruanda.

A Unicef advertiu sobre o "risco direto" a que estão submetidas as crianças que vivem nas regiões próximas dos combates e que entre as vítimas há cada vez mais crianças.

"As crianças devem ser protegidas por todas as partes do conflito. Todas as partes do conflito são responsáveis pela proteção das crianças, das mulheres e dos homens civis", disse a representante da Unicef na RDC, Barbara Bentein.

A agência da ONU lembrou que o recrutamento e a utilização de menores de 18 anos nas forças de segurança e em grupos armados são considerados crimes no direito congolês e internacional.

"Os responsáveis devem ser identificados, detidos e processados no menor tempo possível", disse Barbara, que pediu, além disso, a todas as partes envolvidas no conflito a "liberação dos menores de seus efetivos".

Desde janeiro, a Unicef e outras organizações associadas apoiaram a desmobilização e a reintegração de 1.700 crianças, e vão continuar prestando apoio à reintegração dos menores que deixarem os grupos armados.


Os combates entre o M23 e o Exército congolês foram retomados em junho em Kivu do Norte, quando os rebeldes ameaçaram ocupar novamente a cidade de Goma, como fizeram no último mês de novembro.

Os rebeldes se retiraram então de Goma, após a pressão da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos e o compromisso do governo da RDC de negociar com eles.

Também em junho, começou a mobilização da brigada de intervenção da Missão da ONU para a Estabilização da RDC (MONUSCO) na fronteira com Ruanda, para combater os grupos armados.

Os efetivos dessa brigada, integrada em sua totalidade por 4 mil soldados de países da região, patrulham Goma há semanas, a capital da província oriental de Kivu do Norte, rica em minério.

O M23 é formado por soldados que desertaram do Exército congolês, alguns deles membros do antigo Congresso Nacional para a Defesa do Povo, supostamente ligados ao rebelde Bosco Ntaganda, processado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra.

A RDC está imersa ainda em um frágil processo de paz após a segunda guerra do Congo (1998-2003), que envolveu vários países africanos, e tem em seu território cerca de 19 mil efetivos da ONU.

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Kinshasa - Cerca de duas mil crianças foram recrutadas por grupos armados na província de Kivu do Norte para os combates contra o Exército da República Democrática do Congo (RDC), alertou nesta sexta-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Em comunicado, a organização afirmou que também recebeu relatórios de crianças mortas e feridas por consequência direta do conflito entre o Exército nacional e os grupos armados (o M23 e o ADF-Nalu) nessa província congolesa, próxima da fronteira com a Ruanda.

A Unicef advertiu sobre o "risco direto" a que estão submetidas as crianças que vivem nas regiões próximas dos combates e que entre as vítimas há cada vez mais crianças.

"As crianças devem ser protegidas por todas as partes do conflito. Todas as partes do conflito são responsáveis pela proteção das crianças, das mulheres e dos homens civis", disse a representante da Unicef na RDC, Barbara Bentein.

A agência da ONU lembrou que o recrutamento e a utilização de menores de 18 anos nas forças de segurança e em grupos armados são considerados crimes no direito congolês e internacional.

"Os responsáveis devem ser identificados, detidos e processados no menor tempo possível", disse Barbara, que pediu, além disso, a todas as partes envolvidas no conflito a "liberação dos menores de seus efetivos".

Desde janeiro, a Unicef e outras organizações associadas apoiaram a desmobilização e a reintegração de 1.700 crianças, e vão continuar prestando apoio à reintegração dos menores que deixarem os grupos armados.


Os combates entre o M23 e o Exército congolês foram retomados em junho em Kivu do Norte, quando os rebeldes ameaçaram ocupar novamente a cidade de Goma, como fizeram no último mês de novembro.

Os rebeldes se retiraram então de Goma, após a pressão da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos e o compromisso do governo da RDC de negociar com eles.

Também em junho, começou a mobilização da brigada de intervenção da Missão da ONU para a Estabilização da RDC (MONUSCO) na fronteira com Ruanda, para combater os grupos armados.

Os efetivos dessa brigada, integrada em sua totalidade por 4 mil soldados de países da região, patrulham Goma há semanas, a capital da província oriental de Kivu do Norte, rica em minério.

O M23 é formado por soldados que desertaram do Exército congolês, alguns deles membros do antigo Congresso Nacional para a Defesa do Povo, supostamente ligados ao rebelde Bosco Ntaganda, processado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra.

A RDC está imersa ainda em um frágil processo de paz após a segunda guerra do Congo (1998-2003), que envolveu vários países africanos, e tem em seu território cerca de 19 mil efetivos da ONU.

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