1 a cada 16 mulheres nos EUA teve 1ª relação sexual forçada, diz estudo
Pesquisa entrevistou mais de 13 mil mulheres nos Estados Unidos, com idades entre 18 e 44 anos
AFP
Publicado em 17 de setembro de 2019 às 18h01.
Última atualização em 17 de setembro de 2019 às 18h14.
A primeira relação sexual de uma em cada 16 mulheres americanas não teve seu consentimento, segundo um estudo que ressalta os efeitos negativos deste trauma em sua saúde.
Nos Estados Unidos, "o movimento #MeToo revelou até que ponto as mulheres são frequentemente vítimas de violência sexual, mas nenhum estudo recente havia avaliado a prevalência da pressão durante a primeira relação sexual e seu impacto em termos de saúde", escreveram os pesquisadores.
Publicado nesta segunda-feira na revista Journal of the American Medical Association (Jama), o estudo se baseia em uma amostra de mais de 13.000 mulheres de entre 18 e 44 anos, entrevistadas em uma pesquisa do Centro para o controle e a prevenção de doenças (CDC) realizada entre 2011 e 2017.
Aproximadamente 6,5% responderam que mantiveram sua primeira relação sexual sem seu consentimento, o que equivale a mais de 3,3 milhões ou uma em cada 16 mulheres americanas, revelaram os autores.
Segundo essas mulheres, no momento da primeira relação sexual, foram vítimas de diferentes tipos de pressões: 56,4% dizem ter sido pressionadas verbalmente, 46,3% mantiveram relações sem dar seu consentimento, 25,1% foram vítimas de violência, 22% foram obrigadas a beber ou se drogar e 16% o fizeram sob ameaça de separação.
A amostra inclui mulheres de todos os grupos étnicos e sociais, e a pesquisa mostrou um risco mais alto entre as mulheres negras, nascidas fora dos Estados Unidos, pobres e com baixa escolaridade.
As mulheres que foram forçadas a manter sua primeira relação sexual parecem mais suscetíveis a ter uma gravidez não desejada que as demais. Sofrem mais abortos, endometriose, doença inflamatória pélvica, problemas de ovulação ou na menstruação.
Em geral têm um pior estado de saúde, com maior consumo de drogas e problemas mentais, revelou o estudo, que exige mais políticas públicas para lutar contra a violência sexual.