B3: novo nome da bolsa brasileira, após a fusão da BM&FBovespa com a Cetip (Rafael Von Zuben/Divulgação)
Rita Azevedo
Publicado em 30 de março de 2017 às 15h36.
Última atualização em 31 de março de 2017 às 11h59.
São Paulo — A junção da BM&F Bovespa e da Cetip dará origem a uma nova empresa cujo nome será B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). No anúncio feito nesta quinta-feira (30) a jornalistas, executivos da companhia deram mais detalhes sobre a fusão, aprovada há uma semana pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A expectativa, segundo Edemir Pinto, presidente da BM&FBovespa, é que a B3 se torne a 5° maior bolsa do mundo, com um valor de mercado estimado em 13 bilhões de dólares. Edemir continuará no comando da companhia até o próximo dia 28 de abril. Depois disso, Gilson Finkelsztain assume a presidência da B3.
Veja o que muda e o que não muda na bolsa e outros detalhes da operação bilionária:
O principal índice da bolsa brasileira continuará com o nome de Ibovespa. "O nome já está disseminado de forma globalizada", justificou Edemir.
Por enquanto, os papéis da BM&FBovespa continuarão com o ticker BVMF3. Nas próximas semanas, será anunciado um novo código de negociação.
As ações da Cetip deixaram de ser negociadas. Os acionistas da companhia receberam para cada ação CITP3 uma ação ordinária e três preferenciais da emissão da CETIP pela Companhia São José Holding. Depois do processo de fusão, cada ação preferencial será convertida em 0,93849080 ação ordinária da BM&FBovespa. Para as outras três ações preferenciais será pago o valor de cerca de 31,80 reais.
O pagamento de juros sobre capital próprio e dividendos da B3 deverá ficar entre 70% e 80% do lucro líquido societário. A tradicional recompra de ações deixará de ser feita nos próximos anos, enquanto a dívida pela compra da Cetip não for reduzida. No total, a transação custou à BM&FBovespa cerca de 13 bilhões de reais. Parte da dívida foi financiada com a venda de ações da americana CME. Outra parte foi financiada através de empréstimos e a emissão de debêntures.
Por ora, as plataformas de negociação, os serviços referentes aos produtos listados e à Unidade de Financiamentos (antes da Cetip) continuam as mesmas. De acordo com a B3, possíveis mudanças aos clientes serão anunciadas com antecedência.
Com a adoção do B3 como nome da companhia, as marcas das empresas ligadas e coligadas da bolsa, como o banco e a BSM serão mudadas nas próximas semanas.
O processo total de integração deve durar entre 12 e 18 meses, segundo os executivos da companhia.
Por enquanto, a sede da bolsa brasileira continuará na região central de São Paulo. Foi cogitada a ideia de todos os 2200 funcionários da nova companhia trabalharem em um mesmo local, mas o conselho decidiu não fazer essa mudança.
Na aprovação da operação, o Cade exigiu alguns compromissos da B3 para garantir o acesso de concorrentes ao mercado. Entre eles estão a realização de uma audiência pública para a criação de regras de acesso e a revisão dos preços cobrados. "Nos comprometemos também a prestar serviços de clearing e de central depositária caso outra bolsa vier para o país", disse Cícero Viera, diretor de operações, clearing e depositária da B3. Segundo Vieira, eles já receberam consultas de empresas interessadas em operar no mercado brasileiro.
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