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Ibovespa salta 3%, na terceira alta seguida, com eleição nos EUA e Powell

Mercado aposta que vitória de Joe Biden pode beneficiar mercado financeiro; medo de contestação de resultados diminui

Bolsas: principais índices sobem no mundo; Nasdaq é destaque com alta de mais de 2% (Jesada Wongsa/Getty Images)

Bolsas: principais índices sobem no mundo; Nasdaq é destaque com alta de mais de 2% (Jesada Wongsa/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 5 de novembro de 2020 às 09h54.

Última atualização em 5 de novembro de 2020 às 18h59.

O Ibovespa fechou em alta de 2,95% nesta quinta-feira, 5, cotado a 100.751 pontos, patamar próximo da máxima do dia (em 100.921 pontos) e no seu terceiro pregão seguido de ganhos. O bom humor do mercado veio na esteira dos ganhos no exterior com as eleições americanas e com impulso da fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sobre a necessidade de mais apoio fiscal e monetário no país. O dólar, por sua vez, caiu 1,91%, para 5,545 reais na venda. 

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Em Nova York, os principais índices acionários Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq encerraram com altas de 1,95%, 1,95% e 2,59%, respectivamente. 

Com a contagem de votos caminhando para um resultado, fica cada vez mais próxima a possibilidade do democrata Joe Biden se tornar o próximo presidente dos Estados Unidos. À frente de Donald Trump, Biden só precisa manter a vantagem em Nevada ou virar em Georgia (onda a diferença é de menos de 1 p. p.) para vencer a disputa. Mas, mesmo com a vitória, Biden deve ter que lidar com um legislativo dividido, tendo em vista que que o Partido Republicano deve manter a maioria no Senado.

Para Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos, o cenário eleitoral que se configura traz aspectos positivos para os mercados. “Há expectativa que, com Biden, as relações comerciais entre China e Estados Unidos sejam menos ruidosas. E um Senado republicano também não é ruim, porque tende a ponderar a maior tributação de empresas”, afirma.

Ainda que o candidato à reeleição Donald Trump tenha ameaçado levar as eleições aos tribunais, caso não vença, Abdelmalack entende que o mercado não está mais tão temoroso quanto a essa possibilidade. “A margem de vitória do Biden está confortável. Mesmo se tiver a judicialização, o Trump não deve virar a eleição.”

Maiores altas e baixas

Em dia mais um dia de forte apetite ao risco, somente 4 das 77 ações do Ibovespa fecharam no vermelho, com CSN (CSNA3) puxando as perdas, com queda de 2,15%, mesmo após a empresa ter reiterado, por meio de comunicado ao mercado divulgado nesta tarde, que segue comprometida com a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da sua unidade de mineração. Mais cedo, uma notícia do Valor apontava, citando fontes, que a companhia poderia adiar a oferta da CSN Mineração para 2021. Na sequência, apareceram Cogna (COGN3), com baixa de 1,79%, e as exportadoras Suzano (SUBZ3) e Klabin (KLBN11), que sentem o dólar mais enfraquecido.

Do outro lado, Ultrapar (UGPA3), que reportou balanço acima do esperado no terceiro trimestre, encabeçou os ganhos, com alta de 15,09%. No mesmo setor, Cosan (CSAN3, +10,12) subiu na cola. As áreas Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) vieram logo atrás, com altas de mais de 9%.

Fala de Powell anima

Também no radar dos investidores, o mercado acompanhou nesta tarde o desfecho da reunião do Federal Reserve, que decidiu manter como esperado os juros do país no intervalo de 0% e 0,25% ao ano, patamar que segue inalterado desde 15 de março. A boa notícia foi a fala do presidente do banco central americano, Jerome Powell, na sequência, que disse que a recuperação econômica precisará de mais apoio monetário, assim como sinalizou a importância de mais estímulos fiscais. 

Na Europa, o clima também foi favorável às ações, com o índice Stoxx 600 encerrando em alta de 1,05%. "Acho que o mercado está subindo de maneira geral mais por questão de posicionamento mesmo. Havia uma maior cautela [antes das eleições] e agora estão tomando mais risco", comenta Stefan Castro, gestor da AF Invest.

Apesar das fortes altas, Castro acredita que grandes desafios do mercado, que estão sendo deixados de lado durante as eleições americanas, devem voltar à tona em breve. "O mercado parece que esqueceu da segunda onda de covid e de dados econômicos mais fracos que vieram da Europa", comenta.

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