Ibovespa: ações da CVC fecham na lanterna do índice e CSN lidera altas (MicroStockHub/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 30 de outubro de 2020 às 18h57.
Última atualização em 30 de outubro de 2020 às 19h21.
Marcado pelo início da temporada de balanços do terceiro trimestre e por ameaças globais, como a segunda onda de coronavírus e as eleições americanas, outubro foi mais um mês agitado no mercado financeiro. No mês, o Ibovespa até chegou a quebrar a marca dos 100.000 pontos, mas acabou encerrando com a terceira queda mensal consecutiva, em 93.952,40 pontos. Confira as ações do índice que mais subiram e as que mais caíram no mês.
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Com a Europa retomando medidas de isolamento para conter a segunda onda de coronavírus, as ações da agência de turismo CVC (CVCB3) foram as que mais sofreram no mês, recuando 23,87%. Os papéis da companhia também são um dos que mais perderam valor no ano, já tendo se desvalorizado 70,2%. Para piorar, ainda teve que lidar com problemas contábeis que atrapalharam todo o calendário de divulgação de resultados. O balanço do segundo trimestre, por exemplo, só foi apresentado em meados de outubro. No período, que coincidiu com os das quarentenas mais duras, a empresa teve queda de 94,1% em suas reservas confirmadas e prejuízo líquido de 228,9 milhões de reais. Com lockdowns sendo decretados em países como França e Alemanha, os investidores temem que esse filme se repita.
Depois de terem disparado mais de 60% durante o fim de setembro e o início de outubro, os papéis do IRB Brasil (IRBR3) encerraram outubro com perdas de 18,02%. O gatilho para as quedas foi um relatório do UBS que recomendava a venda dos papéis, levantando dúvidas sobre a capacidade da resseguradora se reerguer. Ainda com as cicatrizes da crise de credibilidade que estourou no começo do ano, quando a empresa esteve envolvida em uma série de escândalos, o IRB acumula queda de 82% no ano, na lanterna do Ibovespa.
Tendo fechado em queda 5,91% nesta sexta-feira, 30, o último pregão do mês foi decisivo para que as Lojas Americanas (LAME4) entrassem na lista das ações que mais caíram em outubro, com queda de 18,18%. A queda acentuada ocorreu logo após divulgar o resultado do terceiro trimestre. Embora seu desempenho tenha superado as estimativas, parte dos analistas acreditam que a companhia pode perder terreno no varejo online, onde atua por meio da B2W. O balanço das Lojas Americanas também revelou perda de margem bruta, que considerado um dos destaques negativo do resultado.
Na ponta positiva do índice, ficaram as ações da CSN (CSNA3), com alta de 24,48%. Entre os fatores que impulsionaram os papéis da siderúrgica estiveram o pedido de registro de IPO de sua unidade de mineração e o resultado do terceiro trimestre. Favorecida pelos preços elevados do minério de ferro, a companhia teve lucro líquido de 1,261 bilhão de reais contra o prejuízo líquido de 870 milhões de reais registrados no terceiro trimestre de 2019. Já a receita líquida da CSN cresceu 45% na comparação anual para 8,715 bilhões de reais.
Já com status de “estrela” da bolsa, as ações da WEG (WEGE3) voltaram a ter bom desempenho em outubro, subindo mais 15,42% no mês. O movimento de alta ocorreu na expectativa de que a empresa apresentasse bons resultados em seu balanço do terceiro trimestre – o que ocorreu. No balanço, a WEG registrou alta de 54% no lucro líquido para 644,2 milhões de reais, enquanto sua receita líquida aumentou 43,3% para 4,8 bilhões de reais. Embora os números tenham ficado bem acima do consenso de mercado, o que se viu a seguir foi uma forte realização de lucros. Ainda que parte dos investidores já estejam desconfortáveis com seu nível de preço, muitos ainda preferem suas ações por considerarem que a empresa tem qualidade.
Primeiro grande banco a apresentar balanço do terceiro trimestre, os papéis do Santander (SANB11) foram um dos que mais captaram o otimismo com os resultados do setor, chegando a acumular alta de mais de 24% no mês. Porém, como já dizia a máxima “sobe no boato, cai no fato”, as ações da instituição financeira sofreram um significativo revés após a divulgação do balanço, ainda que tenha sido considerado positivo. Mas as quedas que se seguiram não foram suficientes para apagar os ganhos e o banco fechou outubro com 14,63% de alta.