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Ações da TIM sobem com possível aquisição da concorrente Oi

Se aprovada, a aquisição da empresa de telefonia, que está em recuperação judicial desde 2016, será realizada pela TIM em parceria com a Telefônica Brasil

Oi: a transação pode significar a saída de mais uma operadora do setor no país, concentrando o mercado nacional em três grandes grupos (Reuters/Reuters)

Oi: a transação pode significar a saída de mais uma operadora do setor no país, concentrando o mercado nacional em três grandes grupos (Reuters/Reuters)

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Natália Flach

Publicado em 11 de março de 2020 às 12h07.

Última atualização em 11 de março de 2020 às 12h20.

São Paulo - As ações da empresa de telefonia TIM são as que apresentam a maior alta nesta quarta-feira (11), em um dia de queda do principal índice da Bolsa. Os papéis sobem 6,75% depois do anúncio sobre o interesse da companhia de adquirir, em parceria com a Telefônica Brasil, a rede móvel da concorrente Oi em uma transação que pode significar a saída de mais uma operadora do setor no país, concentrando o mercado nacional em três grandes grupos.

Para Felipe Belavilacqua, gestor especialista, e Eduardo Guimarães, especialista em ações, da casa de análise Levante, a notícia é positiva para os acionistas das três empresas. "Esperamos impacto positivo nos preços das ações no curto prazo. Porém, no médio prazo e longo prazos, serão as condições e a precificação do negócio que vão definir quais serão os acionistas mais beneficiados. Em resumo, tudo vai depender do preço da transação de compra da divisão móvel de Oi, que está bastante pressionada por endividamento e necessidade de investimentos", escreveram em relatório a clientes.

Isso porque, para a Vivo e para a TIM, o segmento móvel da Oi significa uma ampliação da sua participação de mercado, bem como a expansão nas regiões Norte e Nordeste, menos exploradas pelas companhias. Já para a Oi, a venda significará uma grande oportunidade de gerar caixa e continuar honrando o serviço da sua dívida e seus investimentos no segmento de fibra ótica, que é a peça chave e grande aposta da companhia para voltar a ser competitiva.

"O movimento de unificação das ações da Telefônica Brasil, anunciados ontem, sinaliza que a Vivo poderá envolver ações na proposta de compra", escreveram os especialistas.

A equipe de análise da Guide Investimentos concorda que a notícia é positiva. "A alienação dos ativos de operação móvel faz parte do processo de venda de ativos para a reestruturação financeira da companhia, em linha com seu plano de recuperação judicial. Para Vivo e Tim também vemos impacto positivo, em meio ao movimento de consolidação do setor", escreveram em relatório.

Na noite de terça-feira, 10, as companhias informaram o assessor financeiro da Oi Bank of America do interesse de ambas em iniciarem negociações para uma potencial aquisição de toda ou parte dos negócios com telefonia celular da Oi, que está em recuperação judicial desde 2016.

Se as duas operadoras forem bem sucedidas, elas irão dividir entre si os negócios adquiridos, segundo comunicados enviados ao mercado.

Em setembro, a Reuters havia publicado que a Oi estava em negociações com as duas operadoras rivais para vender ativos e tentar evitar a insolvência.

Executivos de todas as três operadoras do Brasil, Telefônica, TIM e América Móvil (grupo Claro) afirmaram na ocasião que poderiam considerar um acordo com a Oi. Na época, o então vice-presidente de operações da Oi, Rodrigo Abreu, hoje presidente da empresa, afirmou que a operadora iria considerar vender sua operação de telefonia móvel se recebesse ofertas atraentes.

Também em setembro do ano passado, a América Móvil recebeu permissão do órgão de defesa da concorrência, Cade, para comprar a Nextel Brasil. O grupo mexicano anunciou o acordo para aquisição da rival em março passado, por 905 milhões de dólares.

 

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