As marcas que arriscaram falar sobre política
Se antes um post neutro era possível, atualmente parece improvável abordar política sem escolher um lado, ou pelo menos sem que alguém interprete isso
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2015 às 21h24.
No atual momento do Brasil, é natural que marcas acostumadas a utilizar os assuntos do dia-a-dia para se promover pensem em abordar a política como pauta de suas campanhas. Mas será que vale a pena?
Durante a eleição de 2014, por exemplo, muitas aproveitaram a repercussão do pleito e entraram na conversa (aqui).
Entretanto, se naquele momento um post neutro era possível, atualmente parece improvável abordar política sem escolher um lado (ou, pelo menos, sem que alguém interprete a defesa do partido X, Y ou Z).
Então, qual seria a resposta para a pergunta no título deste texto? Se o passado nos ensinou algo é que: se você trabalha falando sobre política, nada mais justo do que abordar o tema em suas peças.
Se for um jornal ou revista, por exemplo, é até compreensível que você utilize suas campanhas para falar do assunto.
Se você é uma instituição que dialoga diretamente com a classe política, utilizar a propaganda para chamar sua atenção também é aceitável.
Confira alguns exemplos:
Washington Olivetto tem em seu currículo grandes filmes que tratam do assunto. Este vídeo do Jornal Agora, por exemplo, ironiza a corrupção de maneira genial.
Outro filme de Olivetto, também dos tempos da W/Brasil, conta a história da presidência do Brasil de 1951 até meados dos anos 90 em apenas dois minutos.
Ainda do "portfólio Olivetto", esta campanha dos sapatos Vulcabrás chamou figuras como Leonel Brizola e Paulo Maluf para estrelarem seus filmes. Já imaginou se alguma marca chamasse Jair Bolsonaro ou Jean Willys para uma propaganda nos dias de hoje?
https://youtube.com/watch?v=i4KshBdhwc8
https://youtube.com/watch?v=NTKdCj7JrC4
E não foi só o passado que aproveitou a política. Num filme de 2014 criado pela agência Repense, Carlos Moreno encarnou os principais candidatos da eleição para presidente em uma campanha da marca Bombril.
https://youtube.com/watch?v=f-LdEKTbgD4
Outra campanha relativamente recente, de 2007, tirava sarro de Marta Suplicy e seu episódio do "relaxa e goza". O filme da Peugeot criado pela Euro contou até com um clone da então ministra do Turismo. O anúncio foi tirado do ar.
Este anúncio, criado pela britânica Arc Communications para o Greenpeace, mostra Lula em 2020 pedindo desculpas pela falta de esforços para tratar o aquecimento global durante a Convenção do Clima de Copenhague ocorrida em 2009.
Reprodução
E você? Lembra de outra campanha que abordou a política? Comente.
No atual momento do Brasil, é natural que marcas acostumadas a utilizar os assuntos do dia-a-dia para se promover pensem em abordar a política como pauta de suas campanhas. Mas será que vale a pena?
Durante a eleição de 2014, por exemplo, muitas aproveitaram a repercussão do pleito e entraram na conversa (aqui).
Entretanto, se naquele momento um post neutro era possível, atualmente parece improvável abordar política sem escolher um lado (ou, pelo menos, sem que alguém interprete a defesa do partido X, Y ou Z).
Então, qual seria a resposta para a pergunta no título deste texto? Se o passado nos ensinou algo é que: se você trabalha falando sobre política, nada mais justo do que abordar o tema em suas peças.
Se for um jornal ou revista, por exemplo, é até compreensível que você utilize suas campanhas para falar do assunto.
Se você é uma instituição que dialoga diretamente com a classe política, utilizar a propaganda para chamar sua atenção também é aceitável.
Confira alguns exemplos:
Washington Olivetto tem em seu currículo grandes filmes que tratam do assunto. Este vídeo do Jornal Agora, por exemplo, ironiza a corrupção de maneira genial.
Outro filme de Olivetto, também dos tempos da W/Brasil, conta a história da presidência do Brasil de 1951 até meados dos anos 90 em apenas dois minutos.
Ainda do "portfólio Olivetto", esta campanha dos sapatos Vulcabrás chamou figuras como Leonel Brizola e Paulo Maluf para estrelarem seus filmes. Já imaginou se alguma marca chamasse Jair Bolsonaro ou Jean Willys para uma propaganda nos dias de hoje?
https://youtube.com/watch?v=i4KshBdhwc8
https://youtube.com/watch?v=NTKdCj7JrC4
E não foi só o passado que aproveitou a política. Num filme de 2014 criado pela agência Repense, Carlos Moreno encarnou os principais candidatos da eleição para presidente em uma campanha da marca Bombril.
https://youtube.com/watch?v=f-LdEKTbgD4
Outra campanha relativamente recente, de 2007, tirava sarro de Marta Suplicy e seu episódio do "relaxa e goza". O filme da Peugeot criado pela Euro contou até com um clone da então ministra do Turismo. O anúncio foi tirado do ar.
Este anúncio, criado pela britânica Arc Communications para o Greenpeace, mostra Lula em 2020 pedindo desculpas pela falta de esforços para tratar o aquecimento global durante a Convenção do Clima de Copenhague ocorrida em 2009.
Reprodução
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