ESG

Startup de energia solar por assinatura cresce em área atendida pela CPFL

A Sun Mobi, que atende 27 municípios no interior de São Paulo, investe R$ 16 milhões e amplia capacidade do parque solar para 5 MW

 (Sun Mobi/Divulgação)

(Sun Mobi/Divulgação)

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Rodrigo Caetano

Publicado em 29 de setembro de 2021 às 11h34.

A startup Sun Mobi, que fornece energia solar por assinatura, quintuplicou a potencia de seu parque de geração, de 1 MW para 5 MW. O aumento é resultado de um investimento da ordem de 16 milhões de reais. A meta é chegar a 6 mil assinantes em três anos. “Temos dobrado nossa base de clientes a cada dois anos”, afirma Alexandre Bueno, sócio da Sun Mobi.

O modelo de assinatura surgiu como uma alternativa ao custo de se instalar um sistema solar em residências e pequenos comércios -- um projeto do tipo não sai por menos do que 15 mil reais. A assinatura funciona a partir de créditos que são obtidos por grandes fazendas solares. Essas geradoras vendem a energia para as distribuidoras e, depois, repassam parte dos créditos recebidos dessa venda para os consumidores. Como a energia solar é mais barata do que outras fontes, elas conseguem oferecer um desconto.

Cerca de 20% do dinheiro aplicado na ampliação do parque ficarão na região de Porto Feliz, no interior de São Paulo, onde está localizada a fazenda solar.

“Além dos benefícios econômicos, a ampliação da usina trará grandes ganhos ambientais para a região. Num horizonte de operação de 30 anos e com uma geração de 191 mil megawatts/hora, serão evitadas as emissões de 64,8 mil toneladas de CO2, o que equivale a cerca de 410 mil árvores plantadas”, explica Guilherme Susteras, outro sócio da Sun Mobi.

Energia solar por assinatura cresce com alta nos custos

Segundo a Órigo Energia, uma das empresas oferecem esse tipo de assinatura, um consumidor que gasta 200 reais de energia consegue comprar a mesma quantidade por 170 reais, caso assine o serviço – uma economia de 15%. Rodolfo Molinari, diretor geral da empresa, aponta que os benefícios da energia solar compartilhada incluem desde aspectos ambientais até sociais, como a democratização das fontes limpas de eletricidade.

Desde 2017, quando iniciou a operação, a Órigo estima que evitou a emissão de 8 mil toneladas de gases de efeito estufa e promoveu uma economia de 20 milhões de reais a seus clientes, que somam mais de 10 mil. “É um fator que representa um importante reforço na renda familiar”, aponta Molinari.

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Todos querem um lugar ao sol

A geração própria de energia solar alcançou a marca de 6 gigawatts de potência no Brasil, de acordo com dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). A capacidade é equivalente a 40% da potência da usina de Itaipu, a maior hidrelétrica brasileira. A procura por projetos residenciais mais do que dobrou de janeiro a maio deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Portal Solarmarketplace de fornecedores de equipamentos e serviços para geração fotovoltaica.

O levantamento foi feito com base nos acessos ao portal, que somaram 2,5 milhões no período, um crescimento de 117%. Segundo Rodolfo Meyer, CEO da empresa, a crise hídrica atual, que está gerando o risco de racionamento de energia, contribui muito para o aumento da procura.

“Certamente, o avanço da energia solar nos telhados e pequenos terrenos é parte da solução para a crise hídrica e para o risco de racionamento no Brasil, além de ser uma fonte limpa e barata”, afirma Meyer.

Pandemia eleva o custo em 25%

O aumento na demanda e a dificuldade de importação, em função do câmbio fizeram o custo dos sistemas de geração disparar. Entre março de 2020 e junho de 2021, os preços subiram até 25%, dependendo do tamanho do projeto. Em média, os valores subiram 19% (confira tabela).

A elevação dos custos varia conforme a potência do sistema. A maior subida se deu em sistemas de 100 kWp, sistema capaz de gerar cerca de 1.500 quilowatts-hora (KWh), o suficiente para abastecer um comércio de médio porte (os números são aproximados e consideram a incidência solar na região de São Paulo).

O custo de um projeto com essa potência, atualmente, está na casa dos 330 mil reais. Os dados são de um levantamento feito pelo Portal Solar, um marketplace de equipamentos e serviços para geração distribuída, como é chamada, no jargão técnico, a geração residencial de energia.

No atual cenário, o modelo por assinatura se mostra atrativo. Mas, ele não está disponível em todos os estados. São Paulo, por exemplo, não conta com esse tipo de fornecedor.

Quanto custa instalar um sistema de energia solar

Portemar/20jun/21Aumento
Sistema 2,07 kWpR$ 14.550,00R$ 15.862,009%
Sistema 3,45 kWpR$ 18.760,00R$ 21.868,0017%
Sistema 5,52 kWpR$ 24.012,00R$ 29.302,0022%
Sistema 8,28 kWpR$ 35.892,00R$ 40.089,0012%
Sistema 10,69 kWpR$ 44.279,00R$ 48.371,009%
Sistema 16,56 kWpR$ 60.859,00R$ 74.736,0023%
Sistema 20,7 kWpR$ 73.752,00R$ 91.059,0023%
Sistema 52,44 kWpR$ 170.112,00R$ 211.669,0024%
Sistema 102,47 kWpR$ 332.535,00R$ 415.192,0025%
Sistema 310,5 kWpR$ 975.135,00R$ 1.190.126,0022%
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