SPX aposta contra fintechs e setor de mineração no Brasil
Em carta a investidores, Rogério Xavier afirma que a gestora vê bolhas estourando no mercado após Fed elevar juros nos EUA
Bloomberg
Publicado em 13 de janeiro de 2022 às 19h08.
Última atualização em 13 de janeiro de 2022 às 19h25.
A SPX Capital, uma das maiores gestoras de recursos independentes do Brasil, vê espaço para uma correção de preços nas economias desenvolvidas à medida que os bancos centrais ao redor do mundo caminham para uma retirada de estímulos.
A probabilidade de o Federal Reserve ( Fed ), o BC americano, elevar os juros reais para terreno positivo em busca de conter a atual pressão inflacionária não é desprezível, disse a gestora, em carta a cotistas assinada pelo cofundador Rogério Xavier.
“Passamos anos com uma política monetária muito estimulativa e com a política fiscal frouxa”, disse Xavier. “Bolhas de ativos foram criadas. Agora, com a reversão dessas políticas, provavelmente essas bolhas estourarão.”
Segundo a SPX, os mercados que devem ser mais afetados pelo movimento das autoridades monetárias incluem ações do setor de tecnologia, títulos de empresas de alto risco, moedas de países emergentes com fundamentos ruins e metais preciosos.
No Brasil, a gestora está com posições vendidas em fintechs e no setor de mineração na bolsa, segundo a carta, que não citou nomes específicos. A SPX manteve posições compradas em transporte e no setor financeiro contra o índice, além de alocações relativas no setor de consumo.
Sobre a corrida presidencial, Xavier disse que a candidatura petista — representada pela figura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — leva vantagem para ganhar a eleição. Enquanto isso, diz, o mercado parece abandonar seu “otimismo usual” em relação a um nome liberal reformista.
“Sem empolgar muito, a candidatura petista parece nos condenar a continuar sem grandes avanços ou reformas.”