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Selic sobe para 3,5%. Como investir na renda fixa?

Mesmo com a alta abrupta da Selic, títulos bancários e de empresas ainda estão pagando prêmios maiores

 (oatawa/Getty Images)

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Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 6 de maio de 2021 às 06h00.

Última atualização em 7 de maio de 2021 às 10h23.

Como já havia sinalizado, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic em 0,75 ponto percentual na reunião desta quarta-feira, 5. E agora, como investir em aplicações de renda fixa?

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Segundo o analista Odilon Costa, do BTG, mesmo com a alta abrupta da Selic os títulos bancários e de crédito privado ainda estão pagando prêmios maiores aos investidores do que o que seria esperado neste nível de juros. "Reforçamos a indicação de que o investidor aproveite estas taxas, que devem diminuir conforme a Selic aumente".

Isso porque a remuneração de um CDB que pague 130% do CDI não deve ser medida pela Selic atual, mas pela curva de juros, que mudou pouco nesta reunião e deve ultrapassar 5% no final do ano. "A alta da taxa nesta reunião já estava precificada pelo mercado", explica o analista. Quanto maior a Selic, maior é o CDI, que acompanha a taxa básica de juros e, portanto, a remuneração do título.

"Quando a Selic chegar ultrapassar 5%, que é a expectativa para o final do ano, provavelmente o investidor vai encontrar títulos que remuneram a uma taxa menor. Daí a importância de aplicar agora", conclui Costa.

A dica do analista é apostar em títulos indexados à inflação com duration médio, entre três a cinco anos, e títulos indexados ao CDI de duration mais curtos. O duration representa a sensibilidade do título a mudança da taxa de juros, e leva em consideração, além do prazo, rendimento, cupom e possibilidade de resgate antecipado.

Para a próxima reunião do Copom, em junho, A EXAME Invest Pro espera uma elevação de 0,75 ponto porcentual da taxa, seguida de três elevações de 0,5 ponto porcentual, fechando o ciclo de aperto monetário. Em novembro, haveria manutenção da taxa em 5,75%. No entanto, há um risco da taxa subir na reunião de dezembro.

Esse risco é baseado principalmente em surpresas inflacionárias. Choques de oferta, emissão de dinheiro pelos Banco Centrais e demanda de consumo reprimida são fatores que podem contribuir para uma alta de preços mais intensa, diz o relatório da casa de análises.

Frente a esse risco, Renato Mimica, CIO da EXAME Invest Pro, recomenda evitar investimentos prefixados, e buscar opções atreladas à inflação (NTN-B, títulos de crédito privado e bancários atrelados ao IPCA ) ou opções atreladas ao CDI.

A ideia de ter opções atreladas ao IPCA é manter o ganho real até o vencimento. Já com os investimentos atrelados ao CDI, caso haja elevação do CDI, haverá preservação dos ganhos reais dos investimentos pós-fixados a taxas flutuantes.

Como escolher o título

A escolha do título vai depender do objetivo do investidor e também de seu apetite a risco. Títulos high grade, distribuído por grandes empresas que têm um bom rating de crédito, são em geral mais seguros, mas remuneram menos.

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Os CDBs, LCIs e LCAs são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para aplicações de até 250 mil reais por CPF e instituição financeira. Essa cobertura permite ao investidor comprar papéis mais arriscados com a garantia de que, em caso de quebra da instituição, poderá ter o dinheiro aplicado de volta. Já debêntures, CRIs e CRAs não são cobertos pelo fundo.

Emissões recentes de CRIs, CRAs e debêntures no mercado primário já foram encerradas. Atualmente, o investidor ainda pode investir somente nos títulos da Light, debênture incentivada indexada ao IPCA com vencimento de 10 anos e rating AA+, concedido pela agência S&P.

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