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Alta da Selic: o que fazer com os investimentos agora, segundo 3 gestoras

Gestora da Unbox Capital, diretora no Credit Suisse e diretora de investimentos da Sonata dão dicas em evento

Patricia Moraes, gestora da Unbox; Rosiane Pecora, diretora no Credit Suisse; e Patrícia Palomo, diretora de investimentos da Sonata, participam do Women in Finance, organizado pela Fin4She (BTG/Divulgação)

Patricia Moraes, gestora da Unbox; Rosiane Pecora, diretora no Credit Suisse; e Patrícia Palomo, diretora de investimentos da Sonata, participam do Women in Finance, organizado pela Fin4She (BTG/Divulgação)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 27 de outubro de 2021 às 18h39.

Última atualização em 27 de outubro de 2021 às 18h44.

Nesta quarta-feira, 27, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu mais uma vez os rumos da taxa básica de juros (Selic). A taxa foi elevada em 1,5 ponto porcentual, para 7,75% ao ano.

Quando a Selic estava no menor patamar histórico, o nível de 2%, muitos investidores aprofundaram conhecimentos sobre investimentos, já que não dava mais para depender dos rendimentos da renda fixa. Mas agora já há quem preveja que a Selic volte aos dois dígitos no ano que vem.

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Neste cenário, o que fazer com a carteira de investimentos? Patricia Moraes, sócia fundadora e gestora da Unbox Capital; Rosiane Pecora, managing director no Credit Suisse; e Patrícia Palomo, diretora de investimentos da Sonata Gestora de Recursos, dão algumas dicas.

As três executivas participaram do evento Women in Finance, organizado pela Fin4She, plataforma de conexão do ecossistema financeiro para mulheres e empresas que buscam a equidade de gênero, na sede do BTG Pactual, do mesmo grupo que controla a EXAME. Veja abaixo os principais insights das executivas:

A renda fixa voltou?

Os juros caíram em um momento crítico da pandemia com o objetivo de estimular a economia, explica Palomo. Mas os investidores ficaram empolgados. "Muitos decretaram que a renda fixa morreu e migraram toda a carteira para investimentos mais arriscados. Na gestora, tomamos cuidado com esse tipo de abordagem. Preferimos ter renda fixa e variável no portfólio ao invés de um ou outro".

Durante todo o período de juros baixos a Sonata manteve suas alocações em renda fixa do portfólio com alguns ajustes. "Renda fixa não é apenas um porcentual do CDI. Reduzimos a renda fixa pós-fixada e buscamos crédito de primeira linha que remunerasse o risco".

Agora, a inflação começou a subir por conta de um choque de oferta, e não demanda, explica a gestora. Parte dela é importada, já que os preços das commodities globais subiram, mas outra parte é doméstica e acontece porque o real está desvalorizado.

Neste cenário, diz Palomo, títulos pós-fixados começam a fazer mais sentido, assim como os que remuneram a inflação. Mas o perfil de cada investidor deve ser considerado em cada aplicação".

A Sonata não acredita que, agora, a "bolsa morreu". "As empresas estão saudáveis. Mas nossas alocações em renda variável têm horizonte de médio e longo prazo".

E os investimentos no exterior, como ficam?

Com os juros mais uma vez próximos da casa dos dois dígitos, Pecora, do Credit Suisse, aponta que ainda vale ter parte da carteira lá fora. "É sempre recomendável investir em moeda forte. Se investir no CDI e no Brasil fosse tão maravilhoso, milionários europeus e americanos estariam aplicando aqui".

Segundo a executiva, em diversos momentos a alta do câmbio surpreendeu, e o país continua com muitas incertezas, tanto em relação às eleições, inflação e crescimento em 2022. Além disso, a diversidade de opções no exterior é atrativa. "Muitos investidores vêm aplicando na China, ainda que incertezas também pairam sobre o país asiático".

Startups são opção com maior risco

Moraes, da Unbox Capital, aponta que o mercado de venture capital e startups vem amadurecendo no país e representa oportunidades, especialmente no setor de tecnologia. "Muitos empreendedores, mesmo jovens, estão tocando o seu segundo ou terceiro investimento".

Atualmente, das cinco empresas nas quais a gestora investe, três são da área. "As dificuldades do país tornam o empreendedor brasileiro mais preparado. Tanto que os que investem nos Estados Unidos têm sucesso. Apesar de ser um mercado mais competitivo, o dia a dia é mais fácil".

Ela aponta, contudo, para o fato de que investir em startups de tecnologia é um investimento com pouca liquidez, e alto risco. "Serve para apenas uma parte da carteira".

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