O Pix é o meio de pagamento instantâneo desenvolvido pelo Banco Central em que os recursos são transferidos entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Agência O Globo
Publicado em 16 de novembro de 2020 às 16h05.
Última atualização em 16 de novembro de 2020 às 16h55.
O Pix começou a funcionar às 9h desta segunda-feira e já apresenta queixas de usuários nas redes sociais. Apesar de ter sido lançado com o objetivo de efetuar transferências de forma instantânea, clientes de bancos e fintechs têm encontrado problemas ao realizar uma operação pelo novo sistema de pagamentos do Banco Central e esperam mais de duas horas para concluir uma operação.
O jovem Mateus de Souza Itacarambi, de 19 anos, está com dificuldades para receber o valor da primeira operação que fez pelo sistema. Ele tentou transferir o valor do auxílio emergencial, retido na sua conta do aplicativo do Caixa Tem, para uma conta do Mercado Pago.
A mensagem do aplicativo da Caixa dizia que houve um erro na operação e pedia para que fosse conferido o extrato, mas o saldo permaneceu vazio por quatro horas. Após o longo tempo de espera, o dinheiro retornou para a conta de origem. Mas a transferência, que era o principal, não foi efetuada:
— O ruim foi que o dinheiro não constava em nenhum dos aplicativos, se perdeu pelo caminho. Ficou por quatro horas assim, me senti roubado. Cadastrei a chave no mês passado e me sentia seguro com o sistema, mas aí aconteceu isso — queixa-se.
Procurada pela reportagem, a Caixa disse estar checando o caso com a área de tecnologia. Em nota, o Mercado Pago afirmou que "identificou que o valor da transação mencionada não chegou a sair da Caixa Tem para a conta Mercado Pago e o valor encontra-se disponível na conta Caixa Tem do usuário. No primeiro dia de Pix, é possível que surjam instabilidades pontuais de envio de dinheiro. O Mercado Pago irá conceder toda a assistência aos usuários que eventualmente tenham relatado esse tipo de dificuldade e reforça que transações com Pix vindas de outras instituições estão sendo compensadas normalmente”.
A auxiliar operacional Stefanie Santos, de 24 anos, também fez uma transferência cujo valor até agora não chegou à conta de destino. Ela transferiu uma quantia da sua conta no Nubank para a conta do pai, na Caixa Econômica Federal, mas já espera há mais de duas horas pela transferência.
— Ainda foi gerado um comprovante dizendo que a operação foi realizada, o que achei muito errado. Entrei em contato com o banco e eles disseram que houve uma lentidão nos envios dos valores, e se não cair até às 17h devo procurá-los novamente. Pensei que o Pix seria ótimo por conta do imediatismo que tanto pregam, mas agora estou bem decepcionada. Era um valor que precisava ser repassado com urgência e agora só ganhamos dor de cabeça — lamenta Santos.
A enfermeira Lana Priscila Meneses, de 38 anos, cadastrou sua chave no banco Bradesco ainda na fase pré-teste. Com a estreia oficial do Pix, tentou fazer uma transferência para uma conta para um banco digital, mas não conseguiu.
— Tentei mais de cinco vezes e sempre aparece a mensagem de “transação cancelada”. O Bradesco nem reconhece a chave (e-mail) no outro banco. Em compensação, consegui na primeira tentativa em outras instituições — conta Meneses.
Procurado, o Bradesco ainda não respondeu o contato.
Além da lentidão e cancelamento das operações financeiras, usuários também se queixam de instabilidade nos aplicativos dos bancos para cadastramento da chave.
"Desisto de cadastrar o pix no Banco do Brasil, só da erro direto", escreveu uma internauta no Twitter. "Alô Santander cadê o pix? Agora 10h42 e nada de pix!", questionou outra.
Desisto de cadastrar o pix no @bancodobrasil só da erro direto.
— Lulu 🥀 (@Lucianabvs) November 16, 2020
@Santander
Alô Santander cadê o pix???? Agora 10h42 e nada de pix!— Emmanuela Assunção (@EmmanuelaSoare1) November 16, 2020