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Vale a pena ter plano de previdência para reduzir impostos?

Internauta questiona se deve continuar a investir em plano de previdênca privada para ter o benefício fiscal no imposto de renda

Leão: Internauta pergunta se deve continuar a investir em previdênca privada para ter benefício fiscal (Euro-t-guide.com/Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2014 às 09h02.

Dúvida do internauta: Tenho 44 anos e contribuo regularmente com quatro planos deprevidência privada há 15 anos.

Um desses planos tem rentabilidade calculada pelo IGPM (Índice Geral de Preços – Mercado), mais 6% ao ano e 75% dos excedentes financeiros, com taxa de carregamento de 4%, sem taxa de administração e com regime de tributação regressiva.

Também aplico em outro plano semelhante, mas que tem uma taxa de carregamento maior, de 9% ao ano, e em doisPGBL s (Plano Gerador de Benefício Livre) com 1% de taxa de administração e sem taxa de carregamento.

Devo receber as rendas programadas a partir dos 50 anos. Além disso, tenho uma reserva de 400 mil reais.

Faço a declaração doimposto de renda pela modalidade completa, que permite abatimento de até 12% do meu rendimento bruto anual por conta das aplicações nesses planos.

Frente ao atual cenário dejuros e incertezas no Brasil, valeria a pena, pelo incentivo fiscal, continuar investindo em previdência privada?

Caso passe a investir o valor destinado a esses planos de aposentadoria em outrosinvestimentos , posso obter um rendimento melhor a longo prazo, mesmo abrindo mão do incentivo fiscal?

Resposta de Fernando Meibak*

O incentivo fiscal é uma mera postecipação de imposto de renda. Você deixa de pagar IR agora para pagar no futuro. O efeito financeiro é pequeno.

Os dois primeiros planos citados por você planos de previdência têm taxas de carregamento muito altas. Os outros dois têm taxas de administração aceitáveis, de 1% ao ano. Mas, mesmo assim, os programas de renda contratada no futuro são complexos.

As seguradoras adotam estimativas muito conservadoras para assumir o compromisso de pagar uma renda definida, especialmente no modelo de renda vitalícia.

Outro risco que tem de ser avaliado é que em muitos planos o pagamento de renda acaba em caso de morte do benefíciário. Outros planos já têm cláusulas de reversão da renda para o cônjuge, por exemplo.

Esse risco de morte e perda do patrimônio acumulado tem de ser avaliado sempre. Muitos ficam atraídos por alguns benefícios que o plano oferece, como a transmissão da renda para sucessores sem o pagamento de taxas, mas não avaliam esse importante fator de risco.

No cenário atual, recomendo que você invista diretamente em títulos do Tesouro Nacional . Sempre recomendo a aplicação em títulos de longo prazo, especialmente em Notas do Tesouro Nacional Série B, que rendem juros mais a inflação calculada pelo IPCA.

Com 44 anos de idade, você ainda terá um bom tempo de vida produtiva e tem uma reserva financeira interessante, mas que precisará ser ampliada para que tenha uma boa qualidade de vida em uma idade mais avançada.

Quem recusa a previdência da empresa desafia a lógica

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* Fernando Meibak é sócio da consultoria Moneyplan, ex-diretor de gestão de investimentos do ABN-Amro Real e HSBC Brasil e autor do livro “O Futuro Irá Chegar! Você Está Preparado Financeiramente para Viver até os 90 ou 100 Anos?”.

Dúvidas, observações ou críticas sobre esta resposta de especialista? Deixe seu comentário abaixo!

Envie outras perguntas sobre aposentadoria para seudinheiro_exame@abril.com.br.

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Dúvida do internauta: Tenho 44 anos e contribuo regularmente com quatro planos deprevidência privada há 15 anos.

Um desses planos tem rentabilidade calculada pelo IGPM (Índice Geral de Preços – Mercado), mais 6% ao ano e 75% dos excedentes financeiros, com taxa de carregamento de 4%, sem taxa de administração e com regime de tributação regressiva.

Também aplico em outro plano semelhante, mas que tem uma taxa de carregamento maior, de 9% ao ano, e em doisPGBL s (Plano Gerador de Benefício Livre) com 1% de taxa de administração e sem taxa de carregamento.

Devo receber as rendas programadas a partir dos 50 anos. Além disso, tenho uma reserva de 400 mil reais.

Faço a declaração doimposto de renda pela modalidade completa, que permite abatimento de até 12% do meu rendimento bruto anual por conta das aplicações nesses planos.

Frente ao atual cenário dejuros e incertezas no Brasil, valeria a pena, pelo incentivo fiscal, continuar investindo em previdência privada?

Caso passe a investir o valor destinado a esses planos de aposentadoria em outrosinvestimentos , posso obter um rendimento melhor a longo prazo, mesmo abrindo mão do incentivo fiscal?

Resposta de Fernando Meibak*

O incentivo fiscal é uma mera postecipação de imposto de renda. Você deixa de pagar IR agora para pagar no futuro. O efeito financeiro é pequeno.

Os dois primeiros planos citados por você planos de previdência têm taxas de carregamento muito altas. Os outros dois têm taxas de administração aceitáveis, de 1% ao ano. Mas, mesmo assim, os programas de renda contratada no futuro são complexos.

As seguradoras adotam estimativas muito conservadoras para assumir o compromisso de pagar uma renda definida, especialmente no modelo de renda vitalícia.

Outro risco que tem de ser avaliado é que em muitos planos o pagamento de renda acaba em caso de morte do benefíciário. Outros planos já têm cláusulas de reversão da renda para o cônjuge, por exemplo.

Esse risco de morte e perda do patrimônio acumulado tem de ser avaliado sempre. Muitos ficam atraídos por alguns benefícios que o plano oferece, como a transmissão da renda para sucessores sem o pagamento de taxas, mas não avaliam esse importante fator de risco.

No cenário atual, recomendo que você invista diretamente em títulos do Tesouro Nacional . Sempre recomendo a aplicação em títulos de longo prazo, especialmente em Notas do Tesouro Nacional Série B, que rendem juros mais a inflação calculada pelo IPCA.

Com 44 anos de idade, você ainda terá um bom tempo de vida produtiva e tem uma reserva financeira interessante, mas que precisará ser ampliada para que tenha uma boa qualidade de vida em uma idade mais avançada.

Quem recusa a previdência da empresa desafia a lógica

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* Fernando Meibak é sócio da consultoria Moneyplan, ex-diretor de gestão de investimentos do ABN-Amro Real e HSBC Brasil e autor do livro “O Futuro Irá Chegar! Você Está Preparado Financeiramente para Viver até os 90 ou 100 Anos?”.

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