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Use as moedas a favor do seu bolso

27% das moedas brasileiras estão paradas; veja como fazê-las circular pode te ajudar

5% das moedas produzidas anualmente estão em cofrinhos ou foram esquecidas (Dreamstime.com)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2012 às 15h41.

São Paulo - Você usa as moedas que recebe de troco para fazer pagamentos de valores quebrados? Ou as esquece sobre os móveis de casa, em cinzeiros ou potinhos? Nesta semana, o Banco Central divulgou que atualmente 27% do dinheiro brasileiro em metal está parado, o equivalente a 5,134 bilhões de moedas fora de circulação. O diretor de Administração do BC, Altamir Lopes, disse que aproximadamente 5% de todas as moedas produzidas anualmente estão depositadas em cofrinhos ou simplesmente foram esquecidas.

Nós perguntamos a dois especialistas em finanças como fazer as moedas circular pode ser útil tanto para os adultos que simplesmente as deixam estacionadas, quanto para as crianças que não as tiram de seus porquinhos.

No livro “A Receita do Bolo”, o consultor financeiro e gerente geral do Instituto Nacional de Investidores (INI), Mauro Calil, mostra como pequenas economias podem fazer uma grande diferença no bolso a longo prazo. Simplificadamente, é a ideia de que a cada cafezinho denecessário economizado, uma pessoa pode deixar de gastar milhares de reais ao longo dos anos. No caso das moedas, o princípio também vale e até é mais fácil de ser aplicado. Você não precisa deixar de tomar seu café, basta apenas raciocinar um pouco antes de dizer não ao troco, ou de esquecer uma moeda na gaveta.

“Se falarmos em 10 centavos por dia, vezes 365 dias, estamos falando de 36,50 reais, o que dá meio tanque de gasolina. Se fizermos a comparação com uma moeda maior, como a de 25 centavos, em um ano são 91,25 reais e aí eu pergunto: ‘Você quer ter noventa reais a mais hoje?’ ‘Quero’. Pois é, se você tivesse prestado atenção nessas pequenas economias, você poderia ter isso hoje”, explica Calil.

Para ele, quem tem mais dinheiro costuma desprezar menos as pequenas quantias e acaba tratando o dinheiro com mais respeito. “Dois amigos meus muito ricos estavam se preparando para passear de iate e perceberam que uma senhora não conseguia dar a partida na BMW dela. Os dois resolveram ajudá-la e ela deu 20 reais como agradecimento. Um deles aceitou e o outro ficou um pouco surpreso, então ele disse: ‘Vamos tomar uma cerveja com esse dinheiro’. Logo em seguida, o mesmo amigo que aceitou os 20 reais foi encher o tanque do iate e gastou 20.000 reais. A pessoa rica parece ter mais respeito pelo dinheiro. Um centavo não resolve nada, 20.000 reais resolve, mas acontece que 20.000 não ficam dando sopa na gaveta”, brinca o consultor.


Porquinho

Do outro lado da relação brasileiro-moeda estão os cofrinhos, uma das principais opções das crianças na hora de guardar dinheiro. Sobre este suposto culpado pelo sumiço das moedas, o diretor de Administração do Banco Central fez a seguinte declaração: "O cofrinho é um instrumento importantíssimo para a educação financeira, é uma das primeiras noções econômicas para passar aos filhos. Mas também é importante que os pais passem o dinheiro para o banco e o depositem de tempos em tempos".

Mas aí vem a dúvida: a partir de qual idade a criança já está preparada para avançar da realidade do cofrinho para a dos bancos?

“Eu acho que para ela saber lidar com a noção do dinheiro em banco, do valor abstrato do dinheiro, ela tem que ter por volta de 10, 11 anos. O dinheiro é um conceito complicado, mas desde quando a criança é alfabetizada, os pais podem levá-la ao banco e dizer que aquele dinheiro que está lá guardado vai aumentar um pouquinho a cada mês, porque é o preço que o banco paga pelo empréstimo que você fez a ele”, esclarece Celina Macedo, psicóloga e autora do livro “Filhos: Seu Melhor Investimento”.

Outra opção que pode ajudar tanto o Banco Central quanto o seu filho é a troca das moedas por cédulas. Celina explica que é importante ensinar a criança a poupar, mas também a gastar. “É bom que a criança aprenda a poupar, e o cofrinho é uma boa opção para isso, mas os pais devem ensinar que ela tem que aprender também a gastar. Eles ensinam a criança a ter uma meta de valor a ser atingido para comprar algo que elas queiram, como será no futuro com viagens, carros, e depois devem ajudá-la a trocar por dinheiro para que ela compre o que ela queria. Afinal, ela não pode também ficar a vida inteira com cofrinhos”, pondera Celina.

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São Paulo - Você usa as moedas que recebe de troco para fazer pagamentos de valores quebrados? Ou as esquece sobre os móveis de casa, em cinzeiros ou potinhos? Nesta semana, o Banco Central divulgou que atualmente 27% do dinheiro brasileiro em metal está parado, o equivalente a 5,134 bilhões de moedas fora de circulação. O diretor de Administração do BC, Altamir Lopes, disse que aproximadamente 5% de todas as moedas produzidas anualmente estão depositadas em cofrinhos ou simplesmente foram esquecidas.

Nós perguntamos a dois especialistas em finanças como fazer as moedas circular pode ser útil tanto para os adultos que simplesmente as deixam estacionadas, quanto para as crianças que não as tiram de seus porquinhos.

No livro “A Receita do Bolo”, o consultor financeiro e gerente geral do Instituto Nacional de Investidores (INI), Mauro Calil, mostra como pequenas economias podem fazer uma grande diferença no bolso a longo prazo. Simplificadamente, é a ideia de que a cada cafezinho denecessário economizado, uma pessoa pode deixar de gastar milhares de reais ao longo dos anos. No caso das moedas, o princípio também vale e até é mais fácil de ser aplicado. Você não precisa deixar de tomar seu café, basta apenas raciocinar um pouco antes de dizer não ao troco, ou de esquecer uma moeda na gaveta.

“Se falarmos em 10 centavos por dia, vezes 365 dias, estamos falando de 36,50 reais, o que dá meio tanque de gasolina. Se fizermos a comparação com uma moeda maior, como a de 25 centavos, em um ano são 91,25 reais e aí eu pergunto: ‘Você quer ter noventa reais a mais hoje?’ ‘Quero’. Pois é, se você tivesse prestado atenção nessas pequenas economias, você poderia ter isso hoje”, explica Calil.

Para ele, quem tem mais dinheiro costuma desprezar menos as pequenas quantias e acaba tratando o dinheiro com mais respeito. “Dois amigos meus muito ricos estavam se preparando para passear de iate e perceberam que uma senhora não conseguia dar a partida na BMW dela. Os dois resolveram ajudá-la e ela deu 20 reais como agradecimento. Um deles aceitou e o outro ficou um pouco surpreso, então ele disse: ‘Vamos tomar uma cerveja com esse dinheiro’. Logo em seguida, o mesmo amigo que aceitou os 20 reais foi encher o tanque do iate e gastou 20.000 reais. A pessoa rica parece ter mais respeito pelo dinheiro. Um centavo não resolve nada, 20.000 reais resolve, mas acontece que 20.000 não ficam dando sopa na gaveta”, brinca o consultor.


Porquinho

Do outro lado da relação brasileiro-moeda estão os cofrinhos, uma das principais opções das crianças na hora de guardar dinheiro. Sobre este suposto culpado pelo sumiço das moedas, o diretor de Administração do Banco Central fez a seguinte declaração: "O cofrinho é um instrumento importantíssimo para a educação financeira, é uma das primeiras noções econômicas para passar aos filhos. Mas também é importante que os pais passem o dinheiro para o banco e o depositem de tempos em tempos".

Mas aí vem a dúvida: a partir de qual idade a criança já está preparada para avançar da realidade do cofrinho para a dos bancos?

“Eu acho que para ela saber lidar com a noção do dinheiro em banco, do valor abstrato do dinheiro, ela tem que ter por volta de 10, 11 anos. O dinheiro é um conceito complicado, mas desde quando a criança é alfabetizada, os pais podem levá-la ao banco e dizer que aquele dinheiro que está lá guardado vai aumentar um pouquinho a cada mês, porque é o preço que o banco paga pelo empréstimo que você fez a ele”, esclarece Celina Macedo, psicóloga e autora do livro “Filhos: Seu Melhor Investimento”.

Outra opção que pode ajudar tanto o Banco Central quanto o seu filho é a troca das moedas por cédulas. Celina explica que é importante ensinar a criança a poupar, mas também a gastar. “É bom que a criança aprenda a poupar, e o cofrinho é uma boa opção para isso, mas os pais devem ensinar que ela tem que aprender também a gastar. Eles ensinam a criança a ter uma meta de valor a ser atingido para comprar algo que elas queiram, como será no futuro com viagens, carros, e depois devem ajudá-la a trocar por dinheiro para que ela compre o que ela queria. Afinal, ela não pode também ficar a vida inteira com cofrinhos”, pondera Celina.

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