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Três fundos de ações e multimercados com aportes iniciais entre R$ 500 e R$ 1.000

Conheça as opções selecionadas por Juliana Machado, especialista em fundos da Exame Invest Pro, entenda as estratégias e saiba o que observar ao escolher um fundo

 (primeimages/Getty Images)

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Paula Barra

Publicado em 17 de fevereiro de 2021 às 16h27.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2021 às 13h41.

Diante de um extenso leque de produtos disponíveis atualmente nas plataformas de investimento, é comum que as pessoas se sintam perdidas na hora de selecionar uma aplicação que faça sentido para o seu bolso e seu perfil como investidor.

Para ajudar nesse caminho, a especialista em fundos Juliana Machado, da EXAME Invest Pro, selecionou três fundos de ações e multimercados que aceitam aportes iniciais entre 500 reais e 1.000 reais e que vê como interessantes para aqueles que já investem ou mesmo para quem está começando agora, considerando que já tenha um colchão de emergência, ou seja, um valor para suprir qualquer urgência que possa vir a aparecer.

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Ela explica, no entanto, que, embora o mercado use essa classificação de fundos de ações e multimercados, prefere dividi-los por suas estratégias de alocação.

"Em um fundo multimercado, o gestor pode aplicar em vários instrumentos financeiros, inclusive ações. Isso não é premissa única de fundos de ações. Mas quando você seleciona um fundo multimercado pressume que ele vai ter também juros, câmbio, até para não ter muita correlação com outros fundos que possa vir a ter em sua carteira", comenta.

Quanto mais elevada a correlação entre dois fundos, mais eles se comportam de forma semelhante. Por isso, ela acredita que separar por estratégias faça mais sentido. "Você pode gerar alpha de diferentes pontos do mercado. Diversificar não é só aplicar em diferentes fundos, mas investir em estratégias diferentes".

São elas: macro (nesta categoria, entram fundos multimercados, que podem operar em vários mercados, mas usam premissas macroeconômicas para alocar seus recursos); long biased (aqui podem entrar fundos de ações, assim como alguns multimercados, que têm uma carteira mais voltada para investimento em Bolsa. Nos fundos long biased, o gestor pode colocar um pé no freio quando achar que deve.

Long & short (que têm uma ponta comprada e outra vendida em ações, buscando retorno sem depender do movimento direcional da Bolsa); e long only (esses fundos podem operar somente na ponta comprada em ações, apostando na valorização do papéis investidos. Eles precisam ter, no mínimo, 67% da carteira em ações).

Vale a ressalva que os multimercados podem entrar tanto nas estratégias macro, long & short e long biased, considerando essa classificação da especialista.

Os três fundos indicados por Juliana Machado para esta reportagem estão divididos entre: macro, long biased e long only.

Veja abaixo cada um deles e suas principais características:

1) Fundo macro: Ace Capital FIC FIM
Investimento inicial de 500 reais, com aportes a partir de 100 reais

O nome da gestora faz referência à uma pontuação no jogo de tênis, obtida pelo atleta logo no saque, sem fazer com que o oponente consiga rebatê-la para o outro lado da quadra. "É a jogada perfeita". Assim como no jogo, que demanda do atleta muita concentração e foco, é a filosofia da casa, diz Juliana.

"Os profissionais saíram da tesouraria e gestora do Santander para tocar a casa, que tem um alinhamento muito bom com a pessoa física. Eles têm um contato muito próximo, nutrindo os cotistas com muita informação. A Ace também têm uma visão multigestor. Uma mesa para o gestor de renda variável, outra de juros e por aí vai. O resultado final do fundo é a junção de todas essas mesas. Ou seja, aproveita o conhecimento e o que cada profissional tem de melhor para buscar capturar retorno".

2) Fundo long biased: Dahlia Total Return FIC FIM
Investimento inicial de 1.000 reais, com aportes a partir de 1.000 reais

É um fundo multimercado mais livre, que tem sempre um pé na Bolsa -- esse é o DNA da gestora --, mas cuja estratégia permite ter outro pé aplicado em outros mercados para buscar maximizar o retorno dos cotistas e realizar proteções.

"Ele tem o objetivo de ganhar dinheiro com ações vencedoras, mas com a liberdade de operar vendido e até mesmo em outros mercados, como commodities, se identificar oportunidades. O resultado é um produto bom e acessível o suficiente para ter uma indicação mesmo com seus poucos anos de vida". A Dahlia foi criada na virada de 2017 para 2018, fundada por por profissionais que vieram do Bank of America Merril Lynch para levar suas expertises para o público no geral.

Outro ponto interessante é que o fundo é classificado como multimercado mas tem a tributação de fundo de ações, que é uma das mais vantajosas, explica. "Ele não tem a tributação tradicional dos multimercados e renda fixa de curto e longo prazo que tem a incidência do come-cotas. No caso deste fundo da Dahlia, a tributação é de 15% sobre o rendimento no resgate".

3) Fundo long only: Dahlia Institucional FIC Ações
Investimento inicial de 1.000 reais, com aportes a partir de 1.000 reais 

Mesma gestora do long biased, mas agora focado somente em ações. A taxa de performance do fundo é de 20% o que exceder o IBrX-100, o que é interessante porque o benchmark que usam tem um universo de ações maior do que o Ibovespa (a atual carteira do Ibovespa é composta por 81 ações, versus 100 no IBrX), comenta. Ele também pode ter investimento em ações internacionais, mas como é um fundo oferecido para o varejo essa parcela não pode ultrapassar 20% da carteira.

Para quem se interessar, ela recomenda também que leia as cartas da gestoras. "São uma das mais bem redigidas do mercado e valem não apenas como informativo aos cotistas, mas para quem quer aprender". Entre as que ela mais gostou, aponta uma referência ao desempenho de agosto do ano passado, que inicia falando sobre a Estátua da Liberdade para chegarem até a tese de investimento em cobre". Aqui você pode acessar a carta mencionada.

Vale a pena esperar juntar mais dinheiro para investir em um fundo com aporte mais alto?

Isso vai depender muito do perfil e atual estágio da carteira de cada investidor, explica Juliana, acrescentando, no entanto, que um fundo com uma aplicação inicial baixa não é premissa para ser bom ou ruim. "As pessoas deveriam dosar isso bastante, até porque, por ter um inicial baixo, o gestor precisa ter um controle muito bom de entrada e saída. E esses fundos mencionados acima fazem isso muito bem".

Mas caso o investidor já tenha uma carteira mais madura e já tenha selecionado um fundo que tem um investimento inicial superior ao que possui disponível no momento -- muitos fundos na indústria têm aplicação inicial de no mínimo 10 mil reais --, o ideal é que vá guardando os recursos aos poucos, o que pode ser feito na reserva de emergência. É só não confundir o dinheiro da reserva de emergência com o da aplicação. Mas é importante se ater ao custo de oportunidade ao fazer isso, ressalta.

"Vamos supor, teve a reabertura do fundo Verde, com aplicação inicial de 50 mil reais. Será que valeria a pena tirar dinheiro da reserva de emergência, sendo que têm outros produtos muito bons no mercado hoje e com o valor inicial menor? O investidor tem que tomar cuidado com o FOMO (fear of missing out, ou medo de ficar de fora). É preciso ter noção do seu objetivo financeiro, perfil e sobretudo do estágio atual da sua carteira".

"Há casos também que o investidor já tem também três fundos macro, por exemplo, será que ele precisa de um quarto? Não seria mais legal pensar em um long biased e ter um produto com um pé maior em Bolsa, tomando um pouco mais de risco?", questiona.

Segundo ela, ao fazer essas perguntas, o investidor vai chegar em uma resposta do que pode ser melhor para ele, considerando sua carteira atual. "São perguntas importantes para não deixar dinheiro na mesa, que vão ajudá-lo a visualizar melhor sua carteira e evitar que sobreponha estratégias."

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