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Site de empréstimos dá desconto em Netflix e Spotify para quem paga em dia

Como outras fintechs, a Ali Crédito se propõe a oferecer empréstimos a taxas de juros mais baixas para clientes com histórico de bons pagadores

Empréstimo: Fintech de crédito aposta na recompensa para bons pagadores como um diferencial (TAW4/Thinkstock)

Empréstimo: Fintech de crédito aposta na recompensa para bons pagadores como um diferencial (TAW4/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Júlia Lewgoy

Publicado em 6 de junho de 2018 às 05h00.

Última atualização em 6 de junho de 2018 às 05h00.

São Paulo - Uma nova plataforma de empréstimos para pessoas físicas oferece desconto nas contas de Netflix, Spotify e telefone para quem paga as parcelas em dia. Como outras fintechs, a Ali Crédito se propõe a oferecer empréstimos a taxas de juros mais baixas, mas aposta na recompensa para bons pagadores como um diferencial.

Quem paga a parcela em dia recebe um voucher de 10% a 30% de desconto na prestação a cada dois meses, conforme o empréstimo. Uma parcela de 100 reais de um empréstimo pessoal pode render 30 reais de desconto a ser abatido na conta de celular, por exemplo.

A Ali Crédito começou há poucos meses, mas pretende oferecer outras recompensas para bons pagadores além de desconto nas contas de Netflix, Spotify e telefone. O modelo é parecido com o sistema utilizado por bancos ao oferecer recompensas para clientes de cartão de crédito e conta corrente.

“A educação financeira traz benefícios no longo prazo, enquanto a recompensa traz benefícios no curto prazo. Quero recompensar o cliente por manter um bom histórico de pagamento”, explica o CEO, Bruno Reis.

Concorrente de plataformas de crédito como a Geru e a Just, do GuiaBolso, a Ali Crédito só empresta dinheiro para clientes com nome limpo e com histórico de bom pagador. Quanto melhor o histórico, menor a taxa de juros cobrada.

As taxas variam de 1,9% a 8,1% ao mês. A taxa de juros do crédito pessoal não consignado cobrada pelos bancos é de 7% ao mês, em média, mas pode chegar a 22% ao mês, segundo o Banco Central. Os juros são a única taxa cobrada do cliente na Ali Crédito, além do IOF.

Para oferecer taxas mais baixas, a fintech investe em tecnologia para criar robôs que analisam informações sobre o tomador de crédito, disponíveis em mais de cem fontes de dados públicos.

A Ali Crédito oferece empréstimo pessoal e crediário nas lojas Canal da Peça e Elo 7. Em breve, também pretende conceder crédito consignado e crédito com garantia de imóveis e veículos. O valor do empréstimo vai de 1 mil a 20 mil reais e o prazo é de até 24 meses.

Todo o processo para tomar o crédito é online. O cliente faz um cadastro no site ou app e preenche dados pessoais. Instantaneamente, a plataforma faz uma busca nas fontes de dados públicas para checar a veracidade das informações e o histórico de pagamento do consumidor.

Se aprovado, o tomador de crédito assina o contrato online e o empréstimo é liberado em conta em até um dia. O consumidor pode acompanhar seus pagamentos e recompensas online. Os pagamentos podem ser feitos por boleto à vista, crediário ou cartão de crédito.

A Ali Crédito empresta recursos captados por meio de um fundo de investimento da gestora JPP Capital. A fintech é uma das sócias da Fisher Venture Builder, uma espécie de clube de investimentos em startups. A plataforma pretende ter 50 mil clientes até julho de 2019.

Como outras fintechs de crédito, a Ali Crédito atua como um correspondente bancário e é regulamentada pelo Banco Central. A instituição financeira credenciada que media a operação é a Sorocred.

Fintechs de crédito

Em abril, o Banco Central aprovou uma resolução que permite que as fintechs concedam crédito sem a intermediação de um banco. Com a nova regra, a expectativa é que as plataformas de crédito consigam reduzir custos, aumentar a competição e diminuir taxas de juros. Para isso, as fintechs devem pedir autorização do BC para operar como instituições financeiras.

O Banco Central também quer usar informação para tentar diminuir os juros cobrados do consumidor. Para isso, incluiu em seu pacote de medidas modificações nas regras do chamado cadastro positivo, que tramitam no Congresso. O cadastro positivo é uma lista de bons pagadores. Se aprovado, pode servir para bancos e fintechs oferecerem taxas de juros mais baixas para consumidores com bom histórico de pagamento.

Em meio a essas discussões, as fintechs de crédito crescem diante de um mercado financeiro concentrado, que tem produtos financeiros caros e apresenta baixa penetração. Os cinco maiores bancos possuem 90% das agências, 87% do crédito e 82% dos ativos, segundo Banco Central.

No Brasil, o spread bancário – diferença entre o que os bancos cobram e pagam de juros – é de 39,6%, enquanto em países como Argentina, Rússia e África do Sul, é de menos de 10%.

Também por isso, a penetração dos serviços bancários é pequena. Somente 68% dos brasileiros são bancarizados, 32% possuem cartão de crédito 9% já usaram a internet para pagar contas ou comprar.

Nesse cenário, o mercado de fintechs no Brasil tem se beneficiado, com mais de 367 milhões de dólares investidos em 2017 no segmento, 128% a mais em relação a 2015, e mais de 330 fintechs, segundo um relatório da Fisher.

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