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Os melhores e piores investimentos de 2014

Com juros e inflação em níveis elevados, títulos públicos lideraram a lista. Economia mais fraca deixou investimentos em ações na lanterna

Pilhas de moedas: Com a economia fraca e juros e inflação em níveis elevados, títulos públicos lideraram a lista. Investimentos em ações ficaram na lanterna (Stock.xchng)
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Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 08h25.

São Paulo – Os títulos públicos indexados à inflação, as Notas do Tesouro Nacional série B (NTN-B), ocuparam as três primeiras posiçõesdo ranking de aplicações mais rentáveis de 2014.

As NTN-Bs, que são negociadas pelo Tesouro Direto, fecharam o ano com uma rentabilidade superior à inflação estimada para 2014. A previsão do Banco Central é que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre o ano a 6,38%, próximo do teto da meta do governo, de 6,5%,

Já entre as piores aplicações estão fundos de investimentos que investem em ações, que chegaram a registrar queda de 10,8% no ano.

Um cenário econômico mais contido teve impacto negativo sobre o resultado financeiros de empresas que têm ações na bolsa , o que prejudicou a performance desses fundos.

Veja na tabela o ranking do desempenho de algumas das principais aplicações financeiras no ano e no mês de dezembro:

AplicaçãoDesempenho no anoDesempenho em dezembro
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)*18,07%-6,59%
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)*15,80%-4,76%
NTN-B (vencimento em 15/05/2035)*15,11%-3,77%
Dólar13,39%3,75%
Ouro12,04%4,21%
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)*11,82%0,89%
NTN-B (vencimento em 15/05/2015)*11,77%0,89%
Fundos de Renda Fixa*11,28%0,60%
NTN-F (vencimento em 01/01/2017)*11,18%-0,15%
LFT (vencimento em 07/03/2015)*10,93%0,92%
Selic*10,89%0,91%
LFT (vencimento em 07/03/2017)*10,81%0,86%
Fundos referenciados DI*10,80%0,80%
CDI*10,75%0,86%
LTN (vencimento em 01/01/2015)*10,62%0,79%
Fundos Multimercado Multiestratégia*10,30%0,55%
Fundos Multimercados Juros e Moedas*10,24%0,52%
Fundos Multimercado Macro*8,51%0,87%
Poupança antiga*6,43%0,55%
Poupança nova*6,43%0,55%
IPCA (estimativa do Banco Central)**6,38%0,75%
IGP-M (estimativa do Banco Central)**3,75%0,68%
Fundos de ações dividendos*-0,25%-5,35%
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX)-2,81%-1,87%
Ibovespa-2,91%-8,61%
Fundos de ações Ibovespa Ativo*-3,15%-4,42%
Fundos de ações livre*-4,61%-0,83%
Fundos de ações Small Caps*-10,80%-6,20%

Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.

(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento.
(**) Expectativa de inflação para o mês de dezembro e para o acumulado em 2014, segundo o Banco Central.

À exceção dos fundos de investimento imobiliário, os resultados dos rendimentos de todos os fundos da tabela foram fechados no dia 30 de dezembro.

As expectativas sobre o IGP-M e o IPCA foram fechadas no dia 26 de dezembro. Os dados sobre a poupança nova e antiga, taxa Selic, CDI, ouro e dólar foram fechados no dia 30. Já as rentabilidades do Ibovespa, IFIX e títulos públicos se referem ao fechamento do dia 30.

Renda fixa

Dentre os investimentos de renda fixa , que têm sua forma de remuneração definida no momento da aplicação, as Notas do Tesouro Nacional (NTNs) Série B registraram a maior rentabilidade no ano.

Esses títulos públicos são negociados pelo Tesouro Direto que pagam uma taxa de juro pré-fixada, mais a variação da inflação, medida pelo IPCA,

A aplicação que teve o maior rendimento foi a NTN Série B Principal com vencimento em 2035, que atingiu 18,07% no ano, seguida pela NTN Série B com vencimento em 2050, cuja rentabilidade foi de 15,80% no período.

Fundos de renda fixa também registraram bom desempenho no ano, assim como os fundos DI , com ganhos de 11,28% e 10,80%, respectivamente.

Ambos tiveram desempenho superior à taxa do Certificado de Depósitos Interbancários ( CDI ), utilizada como referência para investimentos em renda fixa. Segundo estimativa do Banco Central, a taxa deve encerrar o ano com alta de 10,75%.

A rentabilidade dos títulos públicos deve continuar a crescer em 2015.

Desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, a equipe econômica acelerou o ritmo de alta dos juros para controlar a inflação, uma forma de diminuir o consumo e, como consequência, o nível de preços cobrados no país.

A tendência é que os títulos com vencimentos mais longos continuem a perder rentabilidade. Isso porque a nova equipe econômica do governo reeleito sinalizou que será possível cortar os juros de forma gradual após um período de ajustes.

Títulos com prazos longos indexados à inflação chegaram a registrar queda de até 6,59% em dezembro, enquanto os títulos atrelados ao IPCA e à Selic com vencimento nos próximos três anos tiveram alta de quase 1% no mês.

Os títulos públicos não geram prejuízos, tampouco ganhos expressivos, caso não sejam vendidos antes do vencimento. Quando não são comercializados pelo investidor até o final do prazo, o título paga o mesmo valor negociado no momento da aplicação.

A poupança foi o investimento de renda fixa menos rentável no ano. A aplicação rendeu 6,43%, e quase empata com a estimativa da inflação para o ano. Apesar de isenta de imposto de renda, a remuneração da poupança é desvantajosa.

Enquanto títulos de renda fixa acompanham a alta da taxa básica de juros (Selic), a caderneta continua rendendo 0,5% mais a TR desde o momento em que a Selic passou dos 8,5% ao ano.

Renda variável

O dólar e o ouro brilharam em 2014 entre os investimentos em renda variável e tiveram alta de 13,39%  e 12,04% no ano.

A forte valorização do dólar pode ser explicada por dados que apontam uma recuperação da economia dos Estados Unidos, diz Ivan Kraiser, sócio da Azimuti Legan Asset.

Um ambiente econômico com menos riscos no país norte-americano faz com que investidores estrangeiros voltem a aplicar nos Estados Unidos, o que leva a moeda americana a se valorizar.

Já o ouro é visto como uma proteção para investidores em um cenário econômico global ainda nebuloso.

O Ibovespa e os fundos que têm ações na carteira foram os únicos investimentos cujos rendimentos ficaram abaixo da inflação no ano.

Enquanto o principal índice da bolsa terminou o ano com queda de 2,91%, fundos que replicam o índice, de ações livres e small caps caíram 3,15%, 4,61% e 10,80%, respectivamente. Apenas os fundos de ações que pagam dividendos encerraram o ano praticamente estável, com leve queda de 0,25%.

Segundo Kraiser, a fraqueza da economia teve impacto principalmente sobre empresas do setor industrial. A queda de preços de commodities como o minério também prejudicaram resultados financeiros de empresas como Vale e CSN. ( veja quais são as ações mais promissoras para 2015 )

O preço de ações de pequenas empresas na bolsa, as chamadas small caps, tendem a cair mais quando o mercado acionário está em baixa.

A liquidez de compra e venda desses papéis, que já é menor do que a de ações de grandes empresas, fica mais restrita em um ambiente com mais riscos.

São Paulo - Exemplos para aplicadores em todo o mundo, oito grandes investidores têm em comum um longo caminho de sucesso em suas aplicações financeiras. Não à toa, alguns aparecem constantemente na lista global dos mais ricos . Esses nomes lendários não construíram suas fortunas com base na sorte e especulação, e tiveram de lidar com os altos e baixos do mercado financeiro.A partir de suas trajetórias pessoais, ensinam conceitos importantes que servem como base para qualquer investimento . Conheça as principais lições:
  • 2. Tenha um objetivo sustentável

    2 /10(REUTERS/Rick Wilking)

  • Veja também

    Com foco no longo prazo, o megainvestidor americano Warren Buffet não costuma investir em aplicações populares. Prefere aplicar sua fortuna em negócios tradicionais ou consolidados em um pequeno mercado e que podem render bons e constantes lucros no futuro. Dessa forma, seu patrimônio não flutua ao sabor da economia. Além disso, quando Buffet acerta o alvo, a margem de ganho é maior, pois a aplicação foi feita antes da expansão ou valorização do investimento.
  • 3. Use os altos e baixos a seu favor

    3 /10(Simon Dawson/Bloomberg)

  • Enquanto muitos investidores temem oscilações em suas aplicações financeiras, o empresário e megainvestidor húngaro-americano George Soros , de perfil agressivo, sempre viu oportunidades na volatilidade dos investimentos. Para isso, acompanha bem de perto a evolução de dados sobre a economia que possam ter impacto futuro nas aplicações e empresas nas quais investe. Dessa forma, consegue migrar recursos de uma aplicação financeira para outra antes de perder dinheiro, ou passar a investir em segmentos que tenham potencial de valorização após mudanças no cenário macroeconômico.
  • 4. Esteja à frente de recomendações

    4 /10(Divulgação/ Site templeton.org)

    O empresário e filantropo John Templeton realizava investimentos na direção contrária da que o mercado apostava. Seu lema era: pense por si mesmo. Para selecionar aplicações financeiras, criou suas próprias ferramentas, e não seguia recomendações e tendências. Enquanto os olhos da maioria dos investidores estavam geralmente voltados para determinada empresa ou aplicação financeira, ele garimpava investimentos não convencionais, com maior oportunidade de ganhos.
  • 5. Saiba administrar os riscos

    5 /10(Divulgação/Columbia Archives)

    O investidor americano Benjamin Graham foi professor de Warren Buffet e um exemplo para o megainvestidor. Pai do conceito de investimento em valor, um dos ensinamentos de Graham é de que o investidor não dever temer o risco, mas, sim, administrá-lo. Como não é possível fugir totalmente das perdas ao investir, Graham definia um nível máximo de riscos para sua carteira de aplicações e se mantinha dentro dessa margem de segurança. Caso seu nível de risco ultrapassasse essa margem, o investidor não aplicava seu dinheiro, pois passaria a especular e ter grandes chances de perdas.
  • 6. Diversifique na medida certa

    6 /10(Wikimedia Commons)

    O economista britânico John Maynard Keynes, criador da macroeconomia moderna, também era um investidor. Um dos conceitos que seguia era o da diversificação inteligente, que consiste em diminuir os riscos das aplicações financeiras ao optar por produtos com comportamento opostos ou ao menos diferentes. Isso não se resume a ter na carteira uma parte de investimentos em renda fixa e outra porção em renda variável ( entenda os conceitos ), mas, dentro das opções de aplicações em renda variável, investir em ativos que tenham reflexos diferentes diante de uma mesma situação. Dessa forma, o patrimônio não fica refém de mudanças na economia.
  • 7. Seja racional

    7 /10(Getty Images)

    Braço direito do megainvestidor Warren Buffet , Charles Munger é conhecido por mapear comportamentos que influenciam de forma negativa nas decisões de investimento, e fugir deles. Racional, acredita que investir consiste em se preparar, ter paciência, disciplina e objetividade. Para Munger, situações de estresse, atitudes defensivas, temor a perdas e a inveja de quem está ganhando muito dinheiro têm o poder de destruir fortunas.
  • 8. Fique atento a taxas

    8 /10(Scott Eells/Bloomberg)

    O investidor americano John Clifton "Jack" Bogle, fundador do grupo financeiro Vanguard, defende a simplicidade nas aplicações financeiras para investidores individuais de perfil conservador e, principalmente, a redução de gastos com taxas, que costumam afetar rendimentos de aplicações passivas, que acompanham índices de mercado e oferecem menor risco.
  • 9. Seja discreto ao investir

    9 /10(Chris Hondros/Getty Images)

    Sempre no topo da lista de mais ricos do mundo, o empresário mexicano Carlos Slim é discreto ao investir. Tem uma carteira de aplicações variada, mas não entra em detalhes sobre onde aloca seus recursos, pois tem consciência de sua influência. Slim tem a cautela de não induzir investidores a apostarem em seus alvos para evitar uma redução em sua margem de ganhos caso os investimentos se valorizem de forma artificial após muitos aplicadores passarem a investir. Por conta da grande quantidade de dinheiro que aplica no mercado financeiro e em empresas, Slim apenas anuncia quando deixa de investir ou migra recursos aplicados quando é obrigado por lei.
  • 10. Agora, veja os livros que podem ajudar a investir melhor

    10 /10(4FR/Getty Images)

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