Exame Logo

Onde investir R$ 1 mil por mês por um prazo de cinco anos?

Internauta pergunta quais investimentos podem garantir um bom retorno para uma aplicação de R$ 1 mil em um prazo de cinco anos

Dinheiro: Especialistas recomendam o investimento em títulos do Tesouro Nacional (Marcos Santos/usp imagens)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2014 às 06h36.

Dúvida do internauta: Sou estudante de engenharia e tenho certas dúvidas sobre o futuro. Atualmente estou investindo noTesouro Direto , nas LTNs, um valor de 900 reais por mês porque ainda não conheço bem os títulos públicos . Mas tenho planos de investir 1 mil reais ao mês na poupança, mas, mesmo assim, o retorno em juros não é grande. A minha pergunta é onde investir esses 1 mil reais por mês para ter um retorno legal e resgatar o dinheiro daqui a cinco anos?

Resposta de Samy Dana e Alex del Giglio*:

A caderneta de poupança é o investimento mais popular do nosso país e continua atraindo muitos investidores pela facilidade e simplicidade da aplicação. Contudo, existem alternativas de investimento com risco equivalente e com expectativa de retorno muito mais atraente.

O seu investimento atual em Letras do Tesouro Nacional (LTNs) - títulos públicos negociados via Tesouro Direto -, por exemplo, é muito interessante, uma vez que o risco desse título é similar ao da caderneta de poupança e a rentabilidade é significativamente maior.

Assim sendo, considerando seus planos de investir 1 mil reais por mês no decorrer dos próximos cinco anos, aconselho a manutenção dos seus investimentos no Tesouro Direto, mas com alguma diversificação de carteira.

Isso significa que você deve adquirir outras modalidades de títulos públicos, os títulos pós-fixados. Esses títulos possuem seu valor corrigido por um indexador.

Para tanto, divida os recursos em três partes, alocando da seguinte forma:

• Um terço em Notas do Tesouro Nacional série B, título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de uma taxa de juros definidos no momento da compra. Esse título permite ao investidor obter rentabilidade em termos reais, mantendo seu poder de compra ao se proteger das flutuações da inflação ao longo do investimento;

• Um terço em Letras Financeiras do Tesouro, títulos com rentabilidade vinculada à variação da taxa Selic , a taxa de juros básica da economia;

• Um terço nas LTNs, títulos pré-fixados com rentabilidade definida no momento da compra.

Com essa alocação de recursos você estará com uma carteira de renda fixa relativamente diversificada, em títulos pré e pós-fixados, o que lhe auxiliará na mitigação de riscos, além de proporcionar um retorno líquido de aproximadamente 0,8% ao mês, superior ao da caderneta de poupança.

Bons investimentos!

(*) Samy Dana é Ph.D. em Business, professor da FGV e coordenador do Núcleo de Cultura e Criatividade GV Cult. É consultor de empresas nacionais e internacionais dos setores real e financeiro e de órgãos governamentais, além de autor de livros de finanças pessoais. Esta resposta foi escrita em parceria com Alex Del Giglio, economista pela Univerisidade de São Paulo (USP), com extensão em finanças pela ESC Bordeaux e mestrado em Administração pela FGV. Responsável pela área educacional da Prime Finance Investimentos AAI Ltda., com sede em Manaus.

São Paulo - Exemplos para aplicadores em todo o mundo, oito grandes investidores têm em comum um longo caminho de sucesso em suas aplicações financeiras. Não à toa, alguns aparecem constantemente na lista global dos mais ricos . Esses nomes lendários não construíram suas fortunas com base na sorte e especulação, e tiveram de lidar com os altos e baixos do mercado financeiro.A partir de suas trajetórias pessoais, ensinam conceitos importantes que servem como base para qualquer investimento . Conheça as principais lições:
  • 2. Tenha um objetivo sustentável

    2 /10(REUTERS/Rick Wilking)

  • Veja também

    Com foco no longo prazo, o megainvestidor americano Warren Buffet não costuma investir em aplicações populares. Prefere aplicar sua fortuna em negócios tradicionais ou consolidados em um pequeno mercado e que podem render bons e constantes lucros no futuro. Dessa forma, seu patrimônio não flutua ao sabor da economia. Além disso, quando Buffet acerta o alvo, a margem de ganho é maior, pois a aplicação foi feita antes da expansão ou valorização do investimento.
  • 3. Use os altos e baixos a seu favor

    3 /10(Simon Dawson/Bloomberg)

  • Enquanto muitos investidores temem oscilações em suas aplicações financeiras, o empresário e megainvestidor húngaro-americano George Soros , de perfil agressivo, sempre viu oportunidades na volatilidade dos investimentos. Para isso, acompanha bem de perto a evolução de dados sobre a economia que possam ter impacto futuro nas aplicações e empresas nas quais investe. Dessa forma, consegue migrar recursos de uma aplicação financeira para outra antes de perder dinheiro, ou passar a investir em segmentos que tenham potencial de valorização após mudanças no cenário macroeconômico.
  • 4. Esteja à frente de recomendações

    4 /10(Divulgação/ Site templeton.org)

    O empresário e filantropo John Templeton realizava investimentos na direção contrária da que o mercado apostava. Seu lema era: pense por si mesmo. Para selecionar aplicações financeiras, criou suas próprias ferramentas, e não seguia recomendações e tendências. Enquanto os olhos da maioria dos investidores estavam geralmente voltados para determinada empresa ou aplicação financeira, ele garimpava investimentos não convencionais, com maior oportunidade de ganhos.
  • 5. Saiba administrar os riscos

    5 /10(Divulgação/Columbia Archives)

    O investidor americano Benjamin Graham foi professor de Warren Buffet e um exemplo para o megainvestidor. Pai do conceito de investimento em valor, um dos ensinamentos de Graham é de que o investidor não dever temer o risco, mas, sim, administrá-lo. Como não é possível fugir totalmente das perdas ao investir, Graham definia um nível máximo de riscos para sua carteira de aplicações e se mantinha dentro dessa margem de segurança. Caso seu nível de risco ultrapassasse essa margem, o investidor não aplicava seu dinheiro, pois passaria a especular e ter grandes chances de perdas.
  • 6. Diversifique na medida certa

    6 /10(Wikimedia Commons)

    O economista britânico John Maynard Keynes, criador da macroeconomia moderna, também era um investidor. Um dos conceitos que seguia era o da diversificação inteligente, que consiste em diminuir os riscos das aplicações financeiras ao optar por produtos com comportamento opostos ou ao menos diferentes. Isso não se resume a ter na carteira uma parte de investimentos em renda fixa e outra porção em renda variável ( entenda os conceitos ), mas, dentro das opções de aplicações em renda variável, investir em ativos que tenham reflexos diferentes diante de uma mesma situação. Dessa forma, o patrimônio não fica refém de mudanças na economia.
  • 7. Seja racional

    7 /10(Getty Images)

    Braço direito do megainvestidor Warren Buffet , Charles Munger é conhecido por mapear comportamentos que influenciam de forma negativa nas decisões de investimento, e fugir deles. Racional, acredita que investir consiste em se preparar, ter paciência, disciplina e objetividade. Para Munger, situações de estresse, atitudes defensivas, temor a perdas e a inveja de quem está ganhando muito dinheiro têm o poder de destruir fortunas.
  • 8. Fique atento a taxas

    8 /10(Scott Eells/Bloomberg)

    O investidor americano John Clifton "Jack" Bogle, fundador do grupo financeiro Vanguard, defende a simplicidade nas aplicações financeiras para investidores individuais de perfil conservador e, principalmente, a redução de gastos com taxas, que costumam afetar rendimentos de aplicações passivas, que acompanham índices de mercado e oferecem menor risco.
  • 9. Seja discreto ao investir

    9 /10(Chris Hondros/Getty Images)

    Sempre no topo da lista de mais ricos do mundo, o empresário mexicano Carlos Slim é discreto ao investir. Tem uma carteira de aplicações variada, mas não entra em detalhes sobre onde aloca seus recursos, pois tem consciência de sua influência. Slim tem a cautela de não induzir investidores a apostarem em seus alvos para evitar uma redução em sua margem de ganhos caso os investimentos se valorizem de forma artificial após muitos aplicadores passarem a investir. Por conta da grande quantidade de dinheiro que aplica no mercado financeiro e em empresas, Slim apenas anuncia quando deixa de investir ou migra recursos aplicados quando é obrigado por lei.
  • 10. Agora, veja os livros que podem ajudar a investir melhor

    10 /10(4FR/Getty Images)

  • Perguntas, críticas e observações em relação a esta resposta? Deixe um comentário abaixo!

    Envie suas dúvidas sobre planejamento financeiro e investimentos para seudinheiro_exame@abril.com.br.

    Acompanhe tudo sobre:aplicacoes-financeirasdicas-de-financas-pessoaisImigraçãorenda-fixaTesouro Direto

    Mais lidas

    exame no whatsapp

    Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

    Inscreva-se

    Mais de Minhas Finanças

    Mais na Exame