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O Tesouro Direto é um investimento 100% seguro?

Especialista explica quais são os riscos de investir nos títulos públicos, vendidos pelo Tesouro Direto

Riscos: Risco dos títulos públicos é bem inferior ao da poupança, diz especialista (Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2016 às 13h04.

Dúvida do internauta: Não entendo muito bem como funciona o investimento noTesouro Direto . Gostaria de saber se eu posso perder dinheiro ao investir um valor nesse tipo de aplicação, ou se e um investimento 100% seguro.

Resposta de Beto Veiga*:

A sua curiosidade por investimentos é muito importante para fazer com que você melhore a rentabilidade e a segurança das suas aplicações .

Em primeiro lugar vale lembrar que não existe investimento 100% seguro. Se você pensar em um imóvel, por exemplo - que tem a aparência de ser muito seguro do ponto de quem pretende guardar o dinheiro - ele pode sofrer um incêndio, uma colisão de um veículo, ou, ainda, pode ter a sua estrutura condenada ou desabar como resultado de um tremor de terra.

Embora seja possível contratar um seguro para se proteger dessas situações, não há garantia de que a seguradora pague integralmente o que combinou com você. Em suma, sempre há um risco, mas o que interessa é conhecê-lo e avaliá-lo.

O que devemos ter em mente com relação aos investimentos é que existem opções mais ou menos seguras, mas nenhuma é absolutamente infalível. Nenhuma vai garantir 100%, ou seja, 0% de perda.

Dito isso, o Tesouro Direto está entre as aplicações financeiras que são mais seguras. Podemos dizer, por exemplo, que o Tesouro Direto é mais seguro do que a poupança , que fica depositada em um banco particular, .

Por outro lado, você tem que escolher o título certo para o seu objetivo.

Afirmo isso em decorrência dos diferentes tipos de risco que encontramos no nosso caminho. Agora, como você está iniciando seus investimentos no mercado de títulos públicos , vou esquecer as outras modalidades de risco e limitar nosso papo ao risco de crédito.

Esse risco mede a capacidade da outra parte (o Tesouro Nacional, no caso do Tesouro Direto) cumprir o que foi contratado, ou seja, pagar a remuneração que foi prometida.

Como o risco de o governo não honrar os seus pagamentos é bem menor do que o de uma instituição financeira privada, como um banco, pode-se dizer que o risco do Tesouro é bem menor do que o da maioria das aplicações oferecidas no mercado hoje.

Ainda que a situação econômica do país hoje esteja delicada, com todos os problemas das contas públicas, os títulos públicos vendidos pelo Tesouro Direto representam menos de 1% da dívida total do governo, considerando a dívida com credores internos e externos.

Confira alguns argumentos que apontam que o risco de calote do Tesouro Direto é baixíssimo.

Para reduzir os outros riscos (lembre-se de que não há risco zero), como o risco de oscilação de preços (risco de mercado), minha sugestão é que você opte, para começar, pelo título Tesouro Selic, título que paga a variação da taxa Selic.

Ele é a porta de entrada para a aplicação em títulos públicos por meio do Tesouro Direto. Sua remuneração será superior à da poupança e com um risco muito baixo.

Diferentemente dos outros títulos públicos, o Tesouro Selic não sofre grandes oscilações se for vendido antes do prazo porque ele sempre paga a variação da taxa Selic, isto é, ele sempre está pagando juros em linha com o que o mercado está oferecendo. Já outros títulos podem gerar prejuízos e também ganhos dependendo do momento, caso sejam vendidos antes do prazo.

Em todos os casos, se o título for carregado até o vencimento, no entanto, ele paga ao investidor exatamente o que foi prometido no momento em que o investimento foi iniciado, sem riscos de prejuízos.

Veja em mais detalhes por que o Tesouro Selic é o título público com menor risco e por que outros títulos podem gerar prejuízos se forem vendidos antes do prazo.

*Beto Veiga é doutor em economia pela Universidade de Brasília, ex-funcionário do Banco Central e consultor de valores mobiliários registrado na CVM. É autor dos livros “O Essencial sobre o Tesouro Direto” , “Tudo sobre CDB”, além do Blog "Beto Veiga - finanças desvendadas" e "Case com seu banco com separação de bens".

Envie outras dúvidas sobre investimentos para seudinheiro_exame@abril.com.br.

Texto atualizado às 14h05 do dia 04/01/2016*.

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Dúvida do internauta: Não entendo muito bem como funciona o investimento noTesouro Direto . Gostaria de saber se eu posso perder dinheiro ao investir um valor nesse tipo de aplicação, ou se e um investimento 100% seguro.

Resposta de Beto Veiga*:

A sua curiosidade por investimentos é muito importante para fazer com que você melhore a rentabilidade e a segurança das suas aplicações .

Em primeiro lugar vale lembrar que não existe investimento 100% seguro. Se você pensar em um imóvel, por exemplo - que tem a aparência de ser muito seguro do ponto de quem pretende guardar o dinheiro - ele pode sofrer um incêndio, uma colisão de um veículo, ou, ainda, pode ter a sua estrutura condenada ou desabar como resultado de um tremor de terra.

Embora seja possível contratar um seguro para se proteger dessas situações, não há garantia de que a seguradora pague integralmente o que combinou com você. Em suma, sempre há um risco, mas o que interessa é conhecê-lo e avaliá-lo.

O que devemos ter em mente com relação aos investimentos é que existem opções mais ou menos seguras, mas nenhuma é absolutamente infalível. Nenhuma vai garantir 100%, ou seja, 0% de perda.

Dito isso, o Tesouro Direto está entre as aplicações financeiras que são mais seguras. Podemos dizer, por exemplo, que o Tesouro Direto é mais seguro do que a poupança , que fica depositada em um banco particular, .

Por outro lado, você tem que escolher o título certo para o seu objetivo.

Afirmo isso em decorrência dos diferentes tipos de risco que encontramos no nosso caminho. Agora, como você está iniciando seus investimentos no mercado de títulos públicos , vou esquecer as outras modalidades de risco e limitar nosso papo ao risco de crédito.

Esse risco mede a capacidade da outra parte (o Tesouro Nacional, no caso do Tesouro Direto) cumprir o que foi contratado, ou seja, pagar a remuneração que foi prometida.

Como o risco de o governo não honrar os seus pagamentos é bem menor do que o de uma instituição financeira privada, como um banco, pode-se dizer que o risco do Tesouro é bem menor do que o da maioria das aplicações oferecidas no mercado hoje.

Ainda que a situação econômica do país hoje esteja delicada, com todos os problemas das contas públicas, os títulos públicos vendidos pelo Tesouro Direto representam menos de 1% da dívida total do governo, considerando a dívida com credores internos e externos.

Confira alguns argumentos que apontam que o risco de calote do Tesouro Direto é baixíssimo.

Para reduzir os outros riscos (lembre-se de que não há risco zero), como o risco de oscilação de preços (risco de mercado), minha sugestão é que você opte, para começar, pelo título Tesouro Selic, título que paga a variação da taxa Selic.

Ele é a porta de entrada para a aplicação em títulos públicos por meio do Tesouro Direto. Sua remuneração será superior à da poupança e com um risco muito baixo.

Diferentemente dos outros títulos públicos, o Tesouro Selic não sofre grandes oscilações se for vendido antes do prazo porque ele sempre paga a variação da taxa Selic, isto é, ele sempre está pagando juros em linha com o que o mercado está oferecendo. Já outros títulos podem gerar prejuízos e também ganhos dependendo do momento, caso sejam vendidos antes do prazo.

Em todos os casos, se o título for carregado até o vencimento, no entanto, ele paga ao investidor exatamente o que foi prometido no momento em que o investimento foi iniciado, sem riscos de prejuízos.

Veja em mais detalhes por que o Tesouro Selic é o título público com menor risco e por que outros títulos podem gerar prejuízos se forem vendidos antes do prazo.

*Beto Veiga é doutor em economia pela Universidade de Brasília, ex-funcionário do Banco Central e consultor de valores mobiliários registrado na CVM. É autor dos livros “O Essencial sobre o Tesouro Direto” , “Tudo sobre CDB”, além do Blog "Beto Veiga - finanças desvendadas" e "Case com seu banco com separação de bens".

Envie outras dúvidas sobre investimentos para seudinheiro_exame@abril.com.br.

Texto atualizado às 14h05 do dia 04/01/2016*.

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