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Juros do cartão de crédito rotativo sobem para 438,4% ao ano

Inadimplência das famílias é de 3,2% no mês, informou o Banco Central

Banco Central: Juros do crédito rotativo atingem 438,4% ao ano em setembro (Joe Raedle/Getty Images)
Agência Brasil

Agência de notícias

Publicado em 30 de outubro de 2024 às 16h01.

Enquanto algumas taxas de juros nas concessões de crédito caem, os juros do rotativo docartão de crédito subiram 11,5 pontos percentuais para as famílias em setembro, chegando a 438,4% ao ano. Mesmo com a limitação do rotativo em vigor desde o início do ano, os juros seguem variando sem uma queda expressiva ao longo dos meses.

Medida de limitação do crédito rotativo

A medida visa reduzir o endividamento, mas não afeta a taxa de juros pactuada no momento da concessão do crédito, aplicando-se apenas a novos financiamentos. Nos últimos 12 meses, os juros da modalidade caíram 2,7 pontos percentuais. Os dados são das Estatísticas Monetárias e de Crédito divulgadas nesta quarta-feira, 30, em Brasília, pelo Banco Central (BC).

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O crédito rotativo dura 30 dias e é tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão de crédito. Ou seja, contrai um empréstimo e começa a pagar juros sobre o valor que não conseguiu quitar. A modalidade é uma das mais altas do mercado.

Após os 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida do cartão de crédito. Nesse caso, os juros subiram 3,8 pontos percentuais no mês e caíram 8 pontos percentuais em 12 meses, atingindo 185,8% ao ano.

Crédito livre e cheque especial

No total, a taxa média de juros das concessões de crédito livre para famílias aumentou 0,5 ponto percentual em setembro, mas acumulou uma redução de 4,9 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 52,4% ao ano. Entre os fatores que contribuíram para essa queda estão as reduções em crédito consignado, aquisição de veículos, desconto de cheques e arrendamento mercantil.

Os juros do cheque especial subiram 4,2 pontos percentuais no mês e 3,2 pontos percentuais em 12 meses, alcançando 137,1% ao ano. Desde 2020, essa modalidade tem os juros limitados a 8% ao mês (151,82% ao ano), mas o fim da queda da taxa Selic e o aumento da inadimplência se refletem na alta dos juros médios.

Nas operações com empresas, os juros médios no crédito livre tiveram uma redução de 0,3 ponto percentual em setembro e de 2,2 pontos percentuais em 12 meses, indo para 20,7% ao ano. Destacaram-se as reduções nas taxas de capital de giro com prazo menor a 365 dias (9,1 pontos percentuais) e de cartão de crédito rotativo (29 pontos percentuais).

Variação da taxa média e saldos de operações

No crédito livre, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas. Já no crédito direcionado, as regras são estabelecidas pelo governo e se destinam, principalmente, aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e microcrédito, com juros subsidiados por bancos oficiais ou com recursos do FGTS ou da caderneta de poupança.

A taxa média para pessoas físicas no crédito direcionado ficou em 9,9% ao ano em setembro, com redução de 0,1 ponto percentual no mês e de 0,6 ponto percentual em 12 meses. Para empresas, a taxa caiu 1,7 ponto percentual no mês e 1,1 ponto percentual em 12 meses, indo para 10,3% ao ano.

“Na variação mensal, o efeito das taxas de juros foi mais significativo do que o efeito decorrente de alterações na composição das carteiras”, informou o BC.

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