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Foi demitido? Veja dicas para manter o plano de saúde

Os melhores remédios para continuar com o convênio são a informação e o planejamento financeiro

Preocupação leva a fazer contas: em muitos casos, dá para se manter no convênio da empresa após o desligamento (Thinkstock/ mactrunk)

Júlia Lewgoy

Publicado em 27 de abril de 2016 às 09h47.

Sâo Paulo – A taxa de desemprego no Brasil tem subido nos últimos meses e já atinge 10,2% da população, segundo o IBGE. Uma das principais preocupações entre os brasileiros que estão nessa situação e que desfrutavam de benefícios garantidos pela empresa é a manutenção do plano de saúde privado. Mas há remédio, dizem especialistas.

A saída é ter informações suficientes para não ser enrolado pelo antigo empregador e apertar as contas aqui e ali. Em muitos casos, é possível manter o plano de saúde empresarial após o desligamento, desde que o ex-funcionário arque com as despesas que eram descontadas do salário.

Veja a seguir as orientações de advogadas e educadores financeiros para conservar seu plano de saúde.

1. Se der para ficar no plano empresarial, melhor

Planos de saúde atrelados às empresas são bem mais baratos do que planos individuais, já que as operadoras oferecem preços mais vantajosos para grupos empresariais do que para famílias e clientes particulares. Mesmo depois da demissão, o bolso agradece se o ex-funcionário continuar no convênio da empresa, diz o consultor financeiro Carlos Eduardo Costa.

Ainda que o demitido tenha que pagar por conta própria a parte que antes era arcada pela empresa ou descontada do salário, ao buscar um plano individual os custos serão consideravelmente maiores.

A advogada Giselle Tapai, especializada em direito da saúde, esclarece que o ex-funcionário só não tem o direito de manter o convênio após o desligamento se a demissão ocorreu por justa causa ou se a empresa era responsável por pagar 100% das mensalidades do plano.

Se o empregado tinha apenas co-participação em situações de consultas, exames e procedimentos, ele também não pode continuar no plano após a demissão.

Além disso, o direito só é válido por um período que varia entre seis meses e dois anos e para quem ainda não tem um novo emprego ( veja mais detalhes sobre a possibilidade de manter o plano de saúde após a demissão ).

2. Calcule se será possível para pagar o convênio

Os três consultores financeiros ouvidos por EXAME.com foram categóricos: em situações de desemprego, só dá para assumir dívidas para pagar o plano de saúde durante o tratamento de doenças graves ou crônicas. Se o convênio é só uma garantia em caso de emergências, o jeito é dar uma apertada no resto do orçamento ou cortar o plano particular de vez. Mas como evitar o SUS?

Primeiro, é preciso checar a renda que você possui para sobreviver nos próximos seis meses após a demissão, um tempo adequado para o cálculo de segurança, segundo o consultor Carlos Eduardo Costa. As indenizações pagas pelo empregador após a demissão, o seguro-desemprego, os recursos do FGTS e as reservas próprias compõem essa conta.

Depois, a dica é fazer uma lista de todos os gastos e cortar tudo que der. “O grande desafio é tentar enxugar ao máximo o orçamento nessa hora. Menos despesas significa maior tranquilidade financeira para buscar a reinserção no mercado de trabalho”, diz Costa.

Além de enxugar os gastos, é recomendável buscar novas formas de ganhar dinheiro até que se encontre novamente um emprego fixo, como aconselha o consultor financeiro Marcos Melo, professor de finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec). “Experimente ser freelancer ou vender algum bem”, sugere Melo.

Ao cruzar as informações sobre a renda que você possui e as despesas que você deve ter nos próximos seis meses, dá para enxergar com mais clareza se você terá condições financeiras de manter o plano de saúde.

3. Compare coberturas e preços entre planos diferentes

Há muitas diferenças de preços entre os planos. Os valores variam inclusive entre planos da mesma operadora, conforme os serviços incluídos. A cobertura pode ser nacional ou local, o quarto do hospital pode ser privativo ou coletivo, os exames podem ou não ser pagos à parte, e por aí vai.

“Se sua família é extremamente saudável, você pode ter um plano que cubra só emergências e hospitalização, sem consultas incluídas”, sugere Costa.

Também é preciso avaliar se a cobertura do antigo plano de saúde da empresa ainda serve para o ex-funcionário e sua família. Se o demitido pretende mudar de cidade para buscar um novo emprego, por exemplo, o plano de saúde precisa atuar na nova região. “Nem sempre o plano da empresa atende às necessidades do novo estilo de vida”, diz Melo, do Ibmec.

4. Avise a operadora caso você pretenda continuar no plano da empresa

São raras as empresas que informam os funcionários sobre seus direitos após a demissão, por isso é preciso ficar ligado. “Se você está em aviso-prévio, já comece a se informar se você poderá continuar com o plano”, sugere a advogada Giselle.

Ela explica que o demitido tem até seis meses após o desligamento para avisar a operadora do plano de saúde que quer continuar no convênio. “É você que deve entrar com o pedido, não a empresa”, alerta a especialista.

A seguradora entrará em contato com a empresa para confirmar que o ex-funcionário foi demitido sem justa causa, e a empresa vai autorizar o demitido a permanecer no plano.

Se a organização negar o pedido, a advogada Renata Vilhena Silva, especialista em direito da saúde, sugere que o ex-funcionário recorra à Justiça . “A Justiça costuma ser favorável. Nessa época de desemprego alto, muitas pessoas buscam ajuda do poder judiciário, principalmente quando há doenças graves envolvidas”, diz.

5. Nem sempre ir para o SUS é a pior opção

O consultor financeiro Philip Souza, da Criterion Finanças Pessoais, explica que a escolha de continuar no plano de saúde privado dependerá das prioridades eleitas por cada família. Há quem prefira, por exemplo, cortar a escola particular das crianças para manter o convênio particular.

Caso o corte de despesas comece a afetar gastos essenciais para a sobrevivência, porém, não há alternativa, senão cortar o plano. “Ainda dá para recorrer ao SUS para ter saúde, mas para morar ou se alimentar não há a quem recorrer”, diz.

Na opinião de Melo, do Ibmec, nem sempre o SUS é a pior opção, pois seu atendimento varia bastante de uma cidade para a outra e, em algumas situações ele pode até ser melhor do que os planos privados.

São Paulo - Quem está em busca de um novo emprego sabe (bem) da dificuldade em encontrar uma vaga no mercado atual. Além de poucas opções, cada vaga disponível tem muitos concorrentes e conseguir uma entrevista ou passar para outras etapas do processo seletivo já é um grande desafio nestes tempos de crise. Um estudo da Tendência Consultoria Integrada mostra que, de fato, a rápida deterioração da atividade econômica no ano passado fez com que o trabalhador demorasse mais tempo para conseguir um novo emprego. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a pesquisa mostra que o porcentual de desocupados há mais de sete meses subiu de 24,2%, em janeiro de 2015, para 33,8% em novembro. No período, a faixa que mais cresceu foi a que inclui desempregados entre sete e 11 meses, cujo percentual dobrou de 7,3% para 14,2%. Por isso, a entrevista de emprego se torna uma etapa fundamental para conquistar a vaga. Para a coach de carreira e especialista em gestão de pessoas, Ana Lisboa, muitas pessoas acabam se esquecendo de detalhes que, a princípio, parecem não importar, "mas fazem toda a diferença para que o recrutador te escolha". Ela elencou 7 passos importantes para uma entrevista de emprego bem-sucedida, segundo o seu e-book Construa Seu Futuro Profissional. Veja a seguir.
  • 2. 1. Seja pontual

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    A pontualidade é um requisito que muitos recrutadores prestam atenção. "O horário em que você chega para a entrevista já é o primeiro fator a ser analisado, por isso o ideal é chegar com alguma antecedência”, conta Lisboa. O ideal é chegar um pouco antes da entrevista -- mas não exagere. "Não é indicado chegar muito tempo antes, já que isso demonstraria ansiedade", alerta a coach. “Se você chega após o horário da entrevista, dá a entender que vai se atrasar sempre para o trabalho."
  • 3. 2. Você está vestido corretamente?

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  • Cada profissão tem um código de vestimenta e suas roupas na hora da entrevistas devem combinar com este código. “Bermudas, shorts e saias curtas são proibidos na entrevista”, reforça. “O ideal é não exagerar, se vestir de forma sóbria e estudar as regras de vestimenta da empresa”, ensina.
  • 4. 3. Preste atenção ao comportamento

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    O tom de voz, as palavras, as gírias... Tudo será detalhadamente analisado pelos recrutadores. “É possível que uma variação no tom de voz ou alguma palavra mais ofensiva afaste o entrevistador, por isso é importante estar atento a isso”, explica a coach. “Gírias e expressões jovens precisam ser evitadas, pois o recrutador precisa entender que você sabe ser sério e profissional, mesmo que a empresa tenha um ambiente descontraído no dia a dia. Seja você mesmo, mas com adequações."
  • 5. 4. Coerência no que fala

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    Cair em contradição ou devagar na resposta para uma pergunta direta pode diminuir a sua performance em uma entrevista de emprego. Pense nas respostas e seja objetivo. “As respostas jamais devem ser vagas ou incoerentes”, explica Lisboa. “Um candidato bem preparado sabe explicar de forma sucinta aquilo que fazia nos empregos anteriores, bem como os sonhos ou metas profissionais."
  • 6. 5. Demonstre interesse pela empresa

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    Antes de ir à entrevista, é essencial saber o máximo possível sobre a empresa: quem a dirige? Qual a história? Quais os valores e condutas que esta empresa preza? “Busque por notícias sobre a empresa na internet e pesquise sobre ela, tanto no site oficial quanto em outros. Além de ir à entrevista com informações, você terá material para fazer perguntas interessantes, de forma a gerar empatia com o entrevistador”, reitera a especialista.
  • 7. 6. Você realmente quer esta vaga?

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    Não só demonstre interesse pela empresa. A especialista conta que é preciso ter real vontade de trabalhar lá. “Após passar pela entrevista, você pode tirar algumas dúvidas sobre a vaga, a forma como o trabalho é conduzido, ou qualquer outro detalhe que possa ser interessante para você."
  • 8. 7. Veja a entrevista como uma negociação

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    Segundo Lisboa, o grande trunfo para se dar bem em uma entrevista de emprego é se posicionar como alguém que está em uma negociação. Enquanto a maioria das pessoas vai a uma entrevista em posição de "inferioridade" e aceita qualquer proposta do empregador, aqueles que negociam a vaga como uma troca justa, na qual a empresa oferece um emprego remunerado e o candidato oferece seu trabalho, tendem a se dar bem e conquistar a vaga. “Quando se tem essa postura, o candidato tem compreensão sobre sua capacidade e sobre quanto vale seu trabalho, e por isso vai ter compreensão sobre o resultado do processo de seleção”, conclui.
  • 9. Agora confira:

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