Etanol x gasolina: o que vale mais a pena na hora de abastecer?
Em janeiro, o preço médio do etanol hidratado equivalia a 81,6% do valor cobrado pela mesma quantidade de gasolina comum
Karla Mamona
Publicado em 8 de fevereiro de 2023 às 08h05.
No final de janeiro, a Petrobras anunciou um aumento no preço médio de venda de gasolina as distribuidoras de R$ 0,23 por litro. O valor já foi repassado ao consumidor, que sente no bolso a variação dos combustíveis . Acompanhar a oscilação dos preços é importante para controlar as finanças. Mas afinal, na hora de abastecer, o que vale mais a pena: etanol ou gasolina?
De acordo com o um novo indicador lançado nesta quarta-feira, 8 de fevereiro, Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade, em parceria com a Veloe, hub de mobilidade e logística, e a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a gasolina tem melhor custo-benefício em relação ao etanol.
Em janeiro, o preço médio do etanol hidratado equivalia a 81,6% do valor cobrado pela mesma quantidade de gasolina comum, uma oscilação discreta no comparativo com dezembro de 2022 (81,1%). É o maior nível desde dezembro de 2021, de acordo com a Fipe. Na média das capitais, a relação foi de 80,8% e atingiu também o maior patamar desde dezembro de 2021 (83,2%). Nos parâmetros utilizados pela Fipe, considera-se que a gasolina é vantajosa quando o indicador for superior a 75%; indiferente entre 65% e 75%; o álcool é vantajoso quando o indicador for inferior a 65%. Os dados utilizados na construção dos indicadores do Panorama Veloe de Indicadores de Mobilidade têm como fontes a Veloe, Fipe, ANP e IBGE.
Preço dos combustíveis
O Monitor de Preços de Combustíveis registrou preços médios nacionais por litro abastecido de R$ 5,108 para gasolina comum; R$ 5,246 para gasolina aditivada; R$ 3,919 para etanol hidratado; R$ 5,143 para o GNV; R$ 6,424 para o diesel comum; e R$ 6,502 para o diesel S-10. Considerando o comportamento observado no acumulado dos últimos 12 meses, três dos seis combustíveis monitorados registraram decréscimo nos preços de mercado. O principal deles foi a gasolina comum, com queda de 23,6%. A gasolina aditivada apresentou queda de 22,8%. Já o etanol hidratado teve decréscimo de 22,6%.
Em contrapartida, os demais combustíveis analisados apresentaram aumento nos preços ao longo dos últimos 12 meses: o GNV variou em 11,2%, enquanto o diesel comum contou com acréscimo de 15,7%; e o diesel S-10 foi o que apresentou maior índice de aumento durante o período, de 15,8%.
A gasolina comum, cujo preço apresentou um aumento de 2,8% em relação a dezembro de 2022, fechou o ano mais cara nos postos de combustíveis da região Nordeste do país. A região teve média de R$ 5,290. O Ceará, com média de R$ 5,626, foi o dois estado que apresentou maior valor. Em contrapartida, o combustível teve seu menor valor nos postos da região Sudeste. A média da gasolina comum ficou em R$ 5,028. São Paulo, com média de R$ 4,968, foi o estado da região que registrou a menor média.
Ainda na gasolina comum, a variação de preços foi outro fator que chamou a atenção. O recuo mais acentuado se deu no Centro-Oeste, onde o valor do litro diminuiu 26% em comparação a janeiro de 2022. Já a menor variação aconteceu nos postos da região Nordeste, onde o combustível teve baixa de 22% em relação ao mesmo período do ano passado.
O preço do etanol hidratado ficou mais baixo na região Centro-Oeste, onde o combustível foi vendido por R$ 3,731 o litro em média. O Nordeste do país teve a maior média de preços, com R$ 4,304 o litro, queda de 20,5% nos últimos 12 meses.
Em relação ao diesel comum, o menor preço foi praticado nos postos da região Sul, com R$ 6,243 em média. A região Norte contou com os maiores valores, com média de R$ 6,751. A região Norte foi a que apresentou maior variação de preços no acumulado do ano, com queda de 17,4% no período de 12 meses.
Poder de compra
O estudo também apontou o poder de compra de combustíveis. Em janeiro, o tanque de combustível com 55 litros de gasolina comum era correspondente a 6,8% da renda média domiciliar nacional, o que representa uma queda de 2,5 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior.
Quando registrada apenas a renda média das capitais, o mesmo volume de gasolina equivalia a uma porcentagem menor na renda mensal das famílias: 4,4%. Entretanto, vale a ressalva de que o consumo em grandes centros urbanos pode ser comparativamente maior devido às distâncias percorridas nos deslocamentos e congestionamentos mais frequentes.