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Em meio à crise, juros do cartão de crédito caem em abril para 313,4%

Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 75,6% para 78,9%

Cartão de crédito: no caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 187,1% para 148,6% ao ano. (boonchai wedmakawand/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de maio de 2020 às 11h31.

Última atualização em 28 de maio de 2020 às 11h52.

Com as famílias em dificuldades para fechar as contas, em meio à retração da atividade e ao desemprego provocados pela pandemia do novo coronavírus, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito caiu 13,7 pontos porcentuais de março para abril, informou nesta quinta-feira, 28, o Banco Central. A taxa passou de 327,1% para 313,4% ao ano.

Os dados apresentados pelo BC são influenciados pelos efeitos da pandemia, que colocou em isolamento social boa parte da população, reduzindo a atividade das empresas e elevando o desemprego. Em meio à carência de recursos, as famílias aumentaram a demanda por algumas linhas de crédito nos bancos.

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O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades.

O juro do rotativo já é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC. Dentro desta rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 297,9% para 269,0% ao ano de março para abril. Neste caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.

Já a taxa de juros da modalidade rotativo não regular passou de 345,3% para 339,3% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado.

No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 187,1% para 148,6% ao ano.

Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 75,6% para 78,9%.

Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.

Atualmente, porém, o risco de inadimplência aumentou, justamente porque muitas famílias estão enfrentando redução de renda, na esteira da pandemia.

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