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Como o open banking afetará seu bolso: prepare-se para pagar menos

Conheça o Open Banking, sistema unificado do Banco Central de compartilhamento de informações financeiras, e saiba como ele influenciará as transações e pagamentos a partir de agora

Sistema criado pelo Banco Central permitirá uma maior competição no sistema financeiro (IAM-photography/Getty Images)
BA

Bianca Alvarenga

Publicado em 1 de fevereiro de 2021 às 13h21.

Última atualização em 1 de fevereiro de 2021 às 13h27.

Nesta segunda-feira, dia 1º, foi dada a largada oficialmente para a implementação do sistema do Open Banking . O projeto, capitaneado pelo Banco Central, tem como objetivo a construção de uma infraestrutura que permitirá a troca de informações de clientes entre instituições financeiras. Em um primeiro momento, essa troca será de dados, mas em fases mais avançadas do projeto, instituições diferentes poderão usar um ambiente centralizado para fazer transações.

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"A implementação do Open Banking, o sistema financeiro aberto, é uma das iniciativas da agenda que visa criar o que chamamos de sistema financeiro do futuro", disse Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central , em um evento realizado nesta segunda-feira.

Ao lado do Pix, o sistema de transações instantâneas criado pelo BC, o Open Banking deve mudar a forma com que os brasileiros contratam serviços bancários, realizam transações e pagamentos. A intenção é modernizar o sistema financeiro e promover a "democratização" dos dados, de maneira que instituições grandes e fintechs possam competir em pé de igualdade.

"Nosso objetivo é propiciar mais concorrência e menores preços. O cliente poderá 'montar o próprio banco', adquirindo diferentes produtos em diferentes instituições financeiras", prevê Otávio Damaso, diretor de regulação do Banco Central.

O Open Banking será construído em quatro fases. Veja abaixo o cronograma de implementação e como cada fase vai mexer com o bolso dos brasileiros:

Fase 1: Abertura de dados das instituições (a partir de 1º de fevereiro)

A partir de hoje, as instituições financeiras deverão compartilhar todos os custos e condições de seus produtos e serviços de forma transparente e padronizada. Atualmente, as instituições divulgam parte dessas informações em seus canais, mas de maneira pouco detalhada. Vai ser possível, por exemplo, saber qual a taxa de juros cobrada por cada banco para clientes com um perfil parecido com o seu.

"Teremos dados amplos e detalhados sobre as características e preços de produtos e serviços bancários, como contas, cartão de crédito, operações de financiamento, e tudo sobre os canais de atendimento das instituições financeiras", explica Damaso, do BC.

A expectativa do BC é que surjam sites e aplicativos capazes de comparar as características dos produtos e serviços disponíveis no mercado. A “vitrine de custos” deverá ser um bom pontapé para o aumento de competição entre as instituições financeiras, já que vai munir o cliente de informações que poderão ser comparadas de forma simples.

Fase 2: Troca de informações de clientes (a partir de 15 de julho)

É na segunda fase que a troca de dados dos clientes começará a acontecer. "Esse compartilhamento de dados de uma instituição para a outra só acontecerá a partir de uma autorização clara do próprio consumidor", alerta Isis Galote, representante da área de experiência do usuário da comissão criada pelo Banco Central para a discussão do Open Banking.

Os brasileiros poderão compartilhar desde dados pessoais, como nome, endereço e e-mail, até informações financeiras, como o extrato mensal da conta corrente. A mudança é significativa, pois esse tipo de informação ficava retida com a instituição financeira em que o cliente já tem relacionamento. Outros concorrentes não tinham acesso ao histórico do cliente, o que dificultava o processo de oferta de novos produtos.

"A segunda fase já traz benefícios, porque a partir daqui começam a surgir produtos e serviços mais personalizados", diz Galote. Mais oferta significará, também, mais opções para o consumidor e mais concorrência, um incentivo clássico para a redução de custos.

Fase 3: Transações em um ambiente unificado (a partir de 30 de agosto)

Na fase 3, as operações começarão a ser feitas no sistema unificado do Open Banking. É nessa fase em que as instituições financeiras poderão transacionar umas pelas outras -- lembrando, claro, que o cliente precisa autorizar essas transações.

"É o momento em que há junção do Open Banking com o Pix", diz Damaso, do BC. A expectativa do BC é que o sistema de pagamentos instantâneos seja ferramenta que dará vida a esse ambiente unificado de transações.

Para pagar uma conta, por exemplo, o cliente não precisará recorrer diretamente ao banco em que ele tem conta corrente, e sim a qualquer instiuição "plugada" na estrutura do Open Banking. Em outro exemplo, esse cliente poderá contratar um novo cartão de crédito sem precisar passar pelo aplicativo da instituição que ofertou o serviço.

Fase 4: Todo o sistema é integrado (a partir de 15 de dezembro)

Na última fase, o Open Banking se transformará em Open Finance. Serviços mais complexos, como investimentos, seguros e previdência privada, entrarão na roda. Isso significa que o grau de personalização dos produtos e serviços ficará ainda mais apurado. Conhecendo o histórico financeiro dos clientes, as instituições poderão fazer ofertas que fazem mais sentido para o momento de vida e os objetivos de cada um.

No caso dos investimentos, o Open Banking tende a potencializar a revolução vista nos últimos anos. Ainda que as plataformas abertas das corretoras tenham aumentado a diversidade de aplicações disponíveis, os investidores ainda se deparam com a necessidade de estabelecer um relacionamento com a instituição A ou B para acessar determinada aplicação.

Com o sistema unificado, o acesso a diferentes produtos e a visão unificada da carteira de investimentos vão ajudar os clientes a acessar as melhores opções e a buscar o menor custo de cada produto.

 

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