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6 momentos em que sua mente erra feio em relação ao dinheiro

CVM lista os atalhos mentais mais comuns que têm impacto negativo sobre as decisões de investimento


	CVM lista os atalhos mentais mais comuns que têm impacto negativo sobre as decisões de investimento
 (SIphotography/Thinkstock)

CVM lista os atalhos mentais mais comuns que têm impacto negativo sobre as decisões de investimento (SIphotography/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 11 de dezembro de 2015 às 05h00.

São Paulo - Como o tempo todo estamos tomando decisões, nosso cérebro acaba criando atalhos mentais para economizar esforço ou ter respostas mais rápidas na hora de realizar escolhas. A consequência é que esses truques mentais podem ter impacto negativo sobre nossas decisões de investimento.

Como forma de alertar investidores, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou um material esclarecedor sobre os erros mais comuns provocados por esses atalhos mentais, que inclui também dicas sobre como driblá-los. A publicação completa, produzida pela Coordenação de Estudos Comportamentais e Pesquisa da Superintendência de Proteção e Orientação aos Investidores (COP/SOI), pode ser acessada na Série CVM Comportamental – Volume 1: Vieses do Investidor.

Todo o conteúdo foi elaborado com base em conceitos de finanças comportamentais, vertente da psicologia econômica que estuda as emoções que estão por trás das decisões financeiras. Nos termos das finanças comportamentais, os atalhos mentais que nos fazem cometer erros financeiros são chamados de vieses comportamentais. 

Veja, a seguir, alguns dos principais vieses que nos levam a cometer gafes com o dinheiro, segundo a Série CVM Comportamental.

1) Ter poucas referências ao investir

A mente tende a considerar como verdadeiras referências que possuímos sobre determinados assuntos, ainda que elas sejam insuficientes.

Se um investimento aparece ligado a palavras como “pechincha”, por exemplo, é mais provável que o investidor avalie o investimento como vantajoso do que outro que costuma ser considerado “caro”.

A explicação para esse fenômeno é que a mente necessita de referências para basear seus julgamentos, mesmo que essas referências não sejam as mais adequadas

Um investidor que compra uma ação por determinado valor e se recusa a vendê-la por um custo menor é um exemplo típico desse fenômeno. A justificativa para não realizar a venda é a crença de que foi pago um valor justo pelo bem ou aplicação. Mas esse pensamento, se questionado a fundo, pode não ser verdadeiro.

O que fazer: Verifique se suas referências têm fundamentos e evite tomar decisões financeiras de última hora. Na falta de indicações racionais, a mente apela para informações disponíveis, mas que nem sempre são confiáveis (veja 10 sinais de que você é péssimo ao lidar com o dinheiro).

2) Ter medo de perder dinheiro

Este truque da mente consiste em atribuir maior importância às perdas do que aos ganhos. Uma das justificativas para isso é que, como a dor da perda tende a ser sentida com maior intensidade do que o prazer da conquista, ficamos com a impressão de que a perda é mais relevante.

O fenômeno, conhecido como aversão ao risco, pode levar o investidor a se manter em uma aplicação de baixa rentabilidade pelo medo de arriscar. Ou, pelo contrário, pode levá-lo a sair de uma aplicação promissora de forma precipitada pelo temor de perder os rendimentos que já foram acumulados.

O que fazer: Estabeleça limites aceitáveis para eventuais prejuízos e questione periodicamente se vale a pena continuar investindo na aplicação. Em caso negativo, pode ser melhor retirar o dinheiro e buscar recuperar o prejuízo aplicando os recursos em algo mais rentável.
Evite também monitorar frequentemente os rendimentos das aplicações, principalmente as de longo prazo. Isso pode ajudar a diminuir a ansiedade de resgatar o dinheiro por conta de perdas que poderiam ser facilmente recuperadas no futuro.

3) Basear-se no histórico de ganhos do investimento

Um erro frequente de investidores é calcular a probabilidade de retorno de determinada aplicação com base em seus desempenhos passados.

Por exemplo, uma ação que tenha se valorizado por diversas vezes consecutivas pode levar o investidor a pensar que ela poderá passar a cair, mesmo que não haja uma razão racional para que isso aconteça, e vice-versa.

O que fazer: Leve a sério o alerta de que ganhos passados não representam garantia de rentabilidade futura e baseie suas decisões de investimento em informações confiáveis.

4) Ficar agarrado a convicções

Outra peça que sua mente pode pregar é a priorização de informações que confirmam suas convicções e o descarte de dados que que desafiam nossas crenças. Esse é o viés de confirmação.

Filtrar o que é verdadeiro dentre duas informações opostas exige esforço. Como o caminho mais curto (e fácil) é continuar acreditando nas nossas próprias crenças, muitas vezes nosso cérebro nos induz a isso.

Como consequência, se o investidor acredita que uma aplicação é vantajosa, ao fazer uma pesquisa sobre esse investimento ele pode reunir apenas informações que validem sua tese, e pode acabar descartando notícias e dados que indiquem que a aplicação pode não ser tão boa assim (veja os 7 erros mais evitados pelos ricos ao investir).

O que fazer: Pesquise com calma, compare informações de diversas fontes e busque discutir com outras pessoas os motivos que embasam ou desestimulam a decisão. Faça também um esforço adicional para encontrar pontos de vista contrários aos seus.

5) Deixar-se levar por emoções

A dificuldade de nos colocarmos em outros estados emocionais em um momento de estresse tem impacto negativo sobre nossas decisões de investimentos.

Por exemplo, um investidor que tenha estabelecido um limite de 10% para perdas pode mudar de estratégia e resgatar todo o investimento ao verificar que a aplicação está registrando prejuízo, mesmo que a perda esteja dentro do limite inicialmente planejado. 

O que fazer: A melhor forma de não se deixar levar pelo calor do momento é programar de maneira automática aplicações e resgate de recursos em fundos ou ordens de compra e venda de ações, sempre respeitando critérios definidos previamente.

Também pode ser uma boa saída estabelecer uma periodicidade mínima para acompanhar a rentabilidade dos investimentos, evitando acompanhar o rendimento em um período curto de tempo e de grandes oscilações.

6) Ter excesso de autoconfiança

Um investidor bem-sucedido em suas aplicações financeiras corre o risco de confiar demais em sua capacidade. Assim, ele pode passar a desconsiderar outros fatores que talvez tenham sido mais importantes para o sucesso dos investimentos do que o seu próprio desempenho. 

Acreditar em uma habilidade de controle de riscos acima da média pode levar o investidor a tomar mais risco de forma inconsciente. Isso acontece porque o viés da autoconfiança excessiva te leva a acreditar que outras pessoas podem ter prejuízos ou entrar em investimentos furados, mas isso jamais aconteceria com você.

O que fazer: É sempre recomendável questionar a própria competência e discutir estratégias de investimentos com especialistas. Ainda que você tenha obtido bons lucros em uma aplicação, é sempre importante se prevenir contra perdas diversificando os investimentos.

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