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Volatilidade deve marcar moedas latinas por mais um ano

"Este ano deve ser bem parecido a 2015", disse Jesús López, analista do Banco Base, no México

Notas de real: a moeda norte-americana deve subir a 4,25 reais até o final do ano, voltando a ser cotada perto dos recordes registrados no ano passado (Uelder-ferreira/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2016 às 11h46.

Brasília - As moedas na América Latina devem continuar a se desvalorizar em 2016 por causa do fraco crescimento econômico e da queda dos preços das commodities, segundo pesquisa da Reuters que identificou Brasil e Argentina como as regiões mais instáveis.

A moeda norte-americana deve subir a 4,25 reais até o final do ano, voltando a ser cotada perto dos recordes registrados no ano passado, segundo a mediana das projeções de 25 estrategistas de câmbio na pesquisa.

De modo geral, as moedas latino-americanas devem continuar pressionadas pela inflação e pelo medo de uma guerra cambial promovida pela China, como acontece nesta quinta-feira. A alta dos juros nos Estados Unidos é outra fonte potencial de instabilidade.

"Este ano deve ser bem parecido a 2015", disse Jesús López, analista do Banco Base, no México.

O peso mexicano, em uma economia muito menos exposta a preços de commodities, deve ser a exceção com uma performance melhor do que a de outras moedas do continente.

Ajudado pela recuperação da economia norte-americana, principal parceira comercial, e pela inflação baixa, o peso mexicano deve ser cotado a 17,0 por dólar em 12 meses, perto do nível atual.

Já em outros lugares, como Chile, Colômbia e Peru, a queda dos preços do cobre e do petróleo devem afetar bastante os mercados de câmbio, disseram os estrategistas Pablo Breard e Shaun Osborne, do Scotiabank, em relatório.

Além da queda das commodities, o risco político é outro fator de instabilidade, principalmente no Brasil. Em pesquisa em dezembro, a projeção mediana para o dólar era de 4,09 reais em 12 meses. Em janeiro, as estimativas chegaram a até 4,65 reais.

"O real deve se desvalorizar mais com a deterioração do cenário macro", disse Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs, para quem o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff causa um "atrito institucional".

Também há dúvidas na Argentina, após a desvalorização cambial promovida no mês passado pelo novo governo de Maurício Macri. Analistas se perguntam agora se o peso, cotado perto de 14 por dólar, está perto de seu valor justo. "Ainda há muitas distorções", disse Pedro Tuesta, economista da 4Cast.

As 14 estimativas para o peso argentino no fim de 2016 variaram entre 14,62 e 17,36 por dólar.

"A gente acha que já está perto do valor justo, mas vai ter mais depreciação ao longo do ano porque a inflação é muito elevada," disse João Pedro Bumachar, economista do Itaú Unibanco. Ele acrescentou que o cenário de alta de juros em vários países da região pode ajudar a limitar a alta do dólar.

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Brasília - As moedas na América Latina devem continuar a se desvalorizar em 2016 por causa do fraco crescimento econômico e da queda dos preços das commodities, segundo pesquisa da Reuters que identificou Brasil e Argentina como as regiões mais instáveis.

A moeda norte-americana deve subir a 4,25 reais até o final do ano, voltando a ser cotada perto dos recordes registrados no ano passado, segundo a mediana das projeções de 25 estrategistas de câmbio na pesquisa.

De modo geral, as moedas latino-americanas devem continuar pressionadas pela inflação e pelo medo de uma guerra cambial promovida pela China, como acontece nesta quinta-feira. A alta dos juros nos Estados Unidos é outra fonte potencial de instabilidade.

"Este ano deve ser bem parecido a 2015", disse Jesús López, analista do Banco Base, no México.

O peso mexicano, em uma economia muito menos exposta a preços de commodities, deve ser a exceção com uma performance melhor do que a de outras moedas do continente.

Ajudado pela recuperação da economia norte-americana, principal parceira comercial, e pela inflação baixa, o peso mexicano deve ser cotado a 17,0 por dólar em 12 meses, perto do nível atual.

Já em outros lugares, como Chile, Colômbia e Peru, a queda dos preços do cobre e do petróleo devem afetar bastante os mercados de câmbio, disseram os estrategistas Pablo Breard e Shaun Osborne, do Scotiabank, em relatório.

Além da queda das commodities, o risco político é outro fator de instabilidade, principalmente no Brasil. Em pesquisa em dezembro, a projeção mediana para o dólar era de 4,09 reais em 12 meses. Em janeiro, as estimativas chegaram a até 4,65 reais.

"O real deve se desvalorizar mais com a deterioração do cenário macro", disse Alberto Ramos, economista do Goldman Sachs, para quem o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff causa um "atrito institucional".

Também há dúvidas na Argentina, após a desvalorização cambial promovida no mês passado pelo novo governo de Maurício Macri. Analistas se perguntam agora se o peso, cotado perto de 14 por dólar, está perto de seu valor justo. "Ainda há muitas distorções", disse Pedro Tuesta, economista da 4Cast.

As 14 estimativas para o peso argentino no fim de 2016 variaram entre 14,62 e 17,36 por dólar.

"A gente acha que já está perto do valor justo, mas vai ter mais depreciação ao longo do ano porque a inflação é muito elevada," disse João Pedro Bumachar, economista do Itaú Unibanco. Ele acrescentou que o cenário de alta de juros em vários países da região pode ajudar a limitar a alta do dólar.

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