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Quem subiu e caiu na bolsa em setembro

Papéis do Banco do Brasil e da Gol lideraram a ponta positiva, enquanto Eletropaulo e CPFL Energia amargaram as maiores quedas

Setembro trouxe alívio | %2B6,6% (Germano Luders)
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Da Redação

Publicado em 14 de dezembro de 2010 às 18h53.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h39.

São Paulo - Depois de começar o mês em compasso de espera por conta da mega capitalização da Petrobras, a bolsa brasileira largou um pouco a volatilidade e voltou a subir rumo aos 70 mil pontos. O Ibovespa encerrou o mês com uma valorização de 6,58%, aos 69.429 pontos. A maior alta do mês ficou com as ações ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3) e a maior baixa com os papéis preferenciais de classe B da Eletropaulo (ELPL6).Para outubro, passada a volatilidade causada pela onda da Petrobras, as eleições devem roubar a cena. Programada para o próximo final de semana, a disputa presidencial ainda não está definida e as chances de um segundo têm se mostrado mais possíveis nas últimas pesquisas. Além disso, o mês também traz o início da temporada de resultados das empresas no terceiro trimestre.A força do mercado nacional continuará no curto prazo, impulsionada pela busca de ativos reais e pelos resultados trimestrais acima do esperado, dizem Renato Onishi, Pedro Martins Junior e  Marina Valle, analistas do Bank of America Merrill Lynch em relatório."Os investidores devem procurar alternativas de rendimento ao longo de toda a América Latina", explicam. Entre as incertezas que podem fazer variar o cenário, os analistas apontam o resultado das eleições presidenciais, que nas últimas duas semanas vem desenhando a possibilidade de segundo turno, ao contrário das expectativas iniciais. Confira a seguir a análises dos ações destaques no mês de setembro.
  • 2. Maior alta: Banco do Brasil | %2B16,9%

    2 /3(Divulgação)

  • Dentro de um setor em destaque, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) foram as que mais brilharam no mês dentro do Ibovespa, com uma valorização de 16,9%, encerrando setembro negociadas a 32,13 reais. O período foi excepcional para todo o setor financeiro, desde os grandes bancos como Itaú-Unibanco (+6,4%), Bradesco (+11,15%), Santander (+3,6%), até os médios a exemplo do BicBanco (+9,4%), Daycoval (16%), Sofisa (8,8%), entre outros."O setor passa por um cenário de crescimento de crédito, com um spread estável e queda da inadimplência", aponta Daniel Malheiros, analista da Spinelli Corretora. De acordo com o BC, o estoque das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 2,2% em agosto ante julho. O spread médio (diferença entre a taxa de captação e o juro cobrado do cliente) manteve-se em 24,3 pontos porcentuais em agosto. A inadimplência atingiu 4,8%, ante 4,9% no mês anterior.Segundo Malheiros, o setor financeiro brasileiro em bolsa está barato na comparação com os pares globais e, além disso, os papéis do Banco do Brasil estão com um desconto em relação aos outros bancos na bolsa brasileira. "Além de ser barato junto com o setor, o P/L (preço sobre lucro) atual está em 7,3 vezes para 2010 e o de 2011 em 8,5x. O do setor está em 14,7x neste ano e em  10,20x para 2011", explica. Ele recomenda a compra e adianta que o setor financeiro estará dentro da carteira recomendada da Spinelli para outubro. A segunda maior alta do mês ficou com os papéis da Gol, com alta de 16,8%.
  • 3. Maior queda: Eletropaulo | -8,9%

    3 /3(Germano Luders)

  • A notícia que tirou o sono da Eletropaulo (ELPL6) e de todo o setor elétrico na bolsa brasileira veio logo no começo de setembro.As empresas e o mercado foram surpreendidos no dia 8 com a proposta de revisão tarifária anunciada pela Aneel, agência que regula o setor elétrico. O regulador pegou o mercado despreparado ao oferecer uma taxa de retorno de 7,15% ao ano, enquanto o consenso oscilava entre 8% e 8,5% ao ano.A taxa proposta no terceiro ciclo regulatório ficará em audiência pública até o dia 10 de dezembro. Apesar disso, há pouca expectativa de uma grande mudança. A taxa deve ficar em torno de 7,5%, apontam analistas. A notícia cai como uma bomba sobre as empresas do setor que têm grande parte de suas receitas ligadas à distribuição. E é justamente a distribuidora paulista a que deve sofrer mais com a mudança na taxa.De acordo com cálculos do Credit Suisse, a Eletropaulo verá uma perda de 12% nos lucros e de 17,4% no Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2012. Para o próximo ano, o lucro cairia 8,7%. "A revisão implica em perdas relevantes no longo prazo e diminui a expectativa de fluxo de dividendos", destacou à época o analista Ricardo Corrêa, da Ativa Corretora. A segunda maior queda do mês também foi do setor. A CPFL viu os seus papéis recuarem 6,4%.

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