São Paulo - As ações do maior frigorífico do mundo, o JBS (JBSS3), figuraram na segunda posição negativa do Ibovespa em agosto. Uma série de notícias negativas pesou sobre as ações da empresa. Primeiro, o
resultado da companhia decepcionou o mercado. O lucro líquido ficou 3,7 milhões de reais no segundo trimestre de 2010, um recuo de 97,1% na comparação com o resultado obtido no mesmo período de 2009, que foi de R$ 125,8 milhões.Em relação ao primeiro trimestre deste ano, quando o lucro líquido ficou em 99,4 milhões de reaus, a queda foi de 96,3%. De acordo com a companhia, a demanda por capital de giro, assim como o impacto da volatilidade cambial durante o trimestre, foram as principais causas da redução do lucro. As ações da empresa recuaram 13,37% no mês. No ano, a queda acumulada já chega a 19,8%. Os papéis são negociados a 7,45 reais.
Além disso, a empresa parece também ter deixado claro que
não pretende realizar a oferta pública de ações da sua unidade americana em 2010. O presidente da empresa, Joesley Mendonça Batista, disse que seria mais vantajoso pagar uma multa de 300 milhões de dólares ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) do que vender as ações ainda este ano. Pelo acordo com o banco de fomento, que se comprometeu a investir 2 bilhões de dólares por meio da subscrição de debêntures conversíveis em ações do JBS USA, a empresa terá que pagar a multa caso o IPO não saia ainda em 2010.
Por fim, a empresa marcada pelas várias aquisições que realizou no exterior, enfrenta um
problema com os sócios da italiana Inalca que parece estar distante de uma solução. Segundo Batista, o grupo Cremonini, que detém os outros 50 por cento da Inalca - a outra metade foi comprada pelo JBS por 600 milhões de euros - não permite que os brasileiros exerçam o seu direito contratual de indicar o diretor financeiro e de ter acesso às finanças da empresa.